Capítulo IX - Não vamos falar sobre isso

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As crianças corriam felizes comemorando a surpresa. Na mesa do orfanato, muita comida, brinquedos e principalmente, uma jovem maga sentada à cabeceira da mesa e que contava as histórias mais maravilhosas que os pequenos já ouviram.

Kassyeh fazia questão de ir visitar o orfanato de Orgrimmar sempre que tinha tempo e como naquele dia Tewdric havia recebido um chamado do general Nazgrim e teve que, a contragosto, deixar sua elfa e atender a convocação, ela antecipara a visita.

- Vá. – dissera incentivando Tewdric, que ainda relutava em sair de casa – Não se preocupe, eu vou visitar as crianças.

Passar a manhã com aqueles pequenos sempre a deixava feliz. Todas ali eram órfãs, como ela própria. Seus pais haviam perecido pelas mãos de monstros ou da Aliança e agora aquele lugar era seu lar. Kassyeh tivera a sorte de ter Luxuriah para cuidar dela, sorte que aquelas crianças não tiveram. Por isso, proporcionar uma alegria simples como alguns doces e alguns brinquedos de madeira, a deixava satisfeita e plena.

Enquanto as crianças corriam e brincava com seus dois mascotes, Hotch e Littleflame, Kassyeh conversava com a responsável pelo local. Queria saber se estava faltando alguma coisa e como ela poderia ajudar.

- Obrigada Kassyeh, aqui não está faltando nada. – agradeceu a Matriarca – As crianças sempre ficam felizes com sua visita.

- Estou morando em Orgrimmar agora. – disse a maga – Virei mais vezes visitá-los.

- Ah, cuidado para não mimá-los! – riu-se a orquisa.

- Vou tentar. – prometeu – Saba! Vamos?

Antes de visitar o orfanato, Kassyeh fizera uma pequena parada da estalagem de Gryshka e Morag. Estava com saudades de Saba e também fora fazer uma reclamação formal pela ausência do casal em seu casamento.

- Com a quantidade de gente pro seu casório, não podíamos perder a oportunidade de ganhar dinheiro! – disse a dona da estalagem.

- Você falou como um goblin, Gryshka! - brincou Kassyeh arrancando risos de todos os presentes.

Quem não gostara de não ter ido à festa fora Saba, que há muito queria conhecer Karen. Depois de muita conversa, a elfa conseguira convencer os pais da menina a permitir que ela fosse para a cerimônia em Luaprata. Saba ficara encantada com a oportunidade de conhecer os Reinos do Leste e fizera questão e acompanhá-la ao orfanato para brincar um pouco com as crianças enquanto faziam planos para a viagem.

- Como é a cidade dos elfos? – perguntara a menina pela milésima vez, quando saíram do orfanato.

- Grande e bela. – respondera Kassyeh segurando a mão de Saba enquanto andavam de volta a estalagem – As vassouras lá trabalham sozinhas, sem ninguém que as manuseei, há fontes de águas límpidas nas praças, e os prédios que reluzem mesmo a noite.

A menina pensou um pouco, imaginando a cena.

- É maior que Orgrimmar?

- Sim, é maior. – Kassyeh riu – E era mais do que é hoje, mas o Flagelo destruíu uma parte da cidade...

- Vou gostar muito de conhecer Luaprata! – disse Saba empolgada.

- Ah, vai sim! – riu Kassyeh.

Quando chegaram à hospedaria, Saba entrou correndo, louca pra contar a mãe o quanto tinha se divertido. Gritou um 'até mais' para Kassyeh e desapareceu escada acima. Kassyeh sorriu e acenou, imaginando o quanto ela e Karen se divertiriam na capital dos sin'dorei.

- Babá. Profissão perfeita para você.

A voz que falou atrás de Kassyeh era conhecida e fez seu sangue gelar. Lentamente, a elfa virou-se e deu de cara com a última criatura que gostaria de encontrar sozinha.

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