Halduron estava muito agradecido por tudo que os pandarens fizeram por ele e pelos seus companheiros e a última coisa que queria era parecer mal-agradecido. Porém, querer que os pandarens tivessem um pouco mais de senso estético não seria pedir demais, seria?
Enquanto terminava de vestir a armadura de malha que Kassyeh comprou para ele com a trocas dos objetos tirados do bote, desejava que tivesse pelo menos uma armadura sobressalente nos suprimentos para usar. Não que o que vestisse agora fosse ruim, de forma alguma: a malha era de uma excelente qualidade, feita com um material que descobrira chamar minério ferro-fantasma. Era muito bem-acabada, mas feia de doer. Era marrom com verde, e as cores definitivamente não eram bem distribuídas. Só tinha uma ombreira, que era grande e ficava enganchando no cabelo dele todo momento. Chegaram a oferecer um elmo que parecia um ovo, o qual ele recusou educadamente. Ainda bem que não havia espelhos ali, pois ele definitivamente não estava pronto para se ver daquele jeito. Pelo menos estava protegido e isso o conformava.
Kassyeh e Tewdric também tinham armaduras novas, se é que podia chamar o que Kassyeh usava de armadura. O vestido da princesa seguia o mesmo modelo das roupas que os pandarens usavam e Halduron ficou com um pouquinho de inveja pelos magos terem sempre as melhores vestimentas. Em compensação, a armadura de Tewdric era muito mais feia que a de Halduron, mas, o orc que o perdoasse, combinava com a ferocidade dele.
Depois de Halduron estar plenamente recuperado e os equipamentos ficaram prontos, chegara a hora da despedida deles da vila de Sri La. Era possível ouvir o choro das crianças que, rodeando Tewdric, pediam que ele não fosse embora. O orc abraçara todos ao mesmo tempo, com seus braços grandes, e as lágrimas turvavam seus olhos azuis.
- Eu prometo que venho visitar vocês. - dizia ele repetidamente, consolando os pequenos – E ainda trarei minha Karenzita para brincar também. Então, nada de choro!
- Promete? - perguntou Yazu, chorosa – Promete que volta?
- Prometo. - falou o orc com convicção.
Ainda assim as crianças relutavam em soltá-lo. Halduron assistia a cena entristecido pelas crianças. Aqueles dias ali deixaram todos muito próximos uns aos outros.
- Acho que teremos um pequeno atraso. - comentou Kassyeh chegando perto de Halduron e com um sorriso triste – As crianças não querem deixá-lo partir.
- É compreensível. - comentou Halduron penalizado – Ele é o único que consegue brincar com elas sem cair exausto depois de meia hora.
Kassyeh deu uma risada.
- Verdade. - a elfa suspirou – Me sinto dividida por nossa saída. Feliz, pois finalmente temos noticiais da Horda e triste, porque me apeguei a esse lugar. Seria um lugar onde eu viveria.
Depois de dias procurando sinais de outras embarcações da Horda, os pescadores finalmente acharam sinais, mas não um que eles esperavam. Em contato com outras vilas, eles souberam que tanto belonaus da Horda quanto da Aliança se aproximavam do litoral. Assim que receberam a notícia sentiram medo e alegria: medo, porque aquilo significa que a guerra ia recomeçar tendo Pandaria como cenário. E alegria, porque significa entrar em contato com seus aliados e poder mandar mensagens para Luaprata.
A decisão de sair de Sri La nem precisou ser discutida: eles sabiam que precisavam ir. Não apenas para encontrar a Horda, mas porque temiam que, caso a Aliança chegasse ali, acabasse estigmatizando a vila como aliados deles, fazendo o povo que a habitava sofrer. Por isso, Kassyeh teve uma longa conversa com Mili Lúpulo Errante, para que ela ocultasse que eles estiveram ali, caso alguém da Aliança perguntasse. Para sua surpresa, a pandaren negou categoricamente.
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Herdeiros da Guerra
FanficUma história baseada no mundo de World of Warcraft. A história fala sobre quatro irmãs sin'dorei, que perderam seus pais em um conflito com a Aliança e agora procuram sobreviver no mundo de Azeroth. Mesmo com seus traumas e medos, elas conhecem o am...