Capítulo 20

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Revisado

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    Depois de muito tempo... Nem tanto assim. Decidi sair pela primeira vez.

    Anne me convenceu a vir ao parque, na verdade, ela nem me deu tempo para contrariar, mas acho que já estava na hora.

    Fiquei um pouco apreensiva, o aperto no peito que senti há alguns dias, voltou com força hoje, não acho que seja algo grave, na verdade, é como se estivesse ansiosa para algo, talvez seja apenas o meu eu interior falando que deveria sair um pouco, sair da minha zona de conforto.

    Por isso, estou aqui, em um parque, ao lado de uma Anne com cara de assustada sem rumo em uma guerra interior.

    Anne disse que era um parque onde as pessoas daqui iam justamente para ver o pôr do sol enquanto comiam alguma coisa das barraquinhas, talvez seja isso que me convenceu de fato a vir. Estou começando a gostar muito desse lugar.

    O parque é bem bonito, bastante flores, verde, — descobri que gosto bastante disso! — Algumas variadas barraquinhas de comida espalhadas, a iluminação do lugar são várias luzinhas, tipo pisca-pisca, só que maior, espalhadas pelo local, indo de ponta a ponta, em postes, é bem bonito de se ver! Não está muito cheio, apenas algumas pessoas, o que me incomoda, é que alguma dessas poucas pessoas estão me olhando um tanto estranho.

    — Anne, você acha que essas pessoas estão olhando para mim?

    — O quê?! Nada ver! Elas estão normais. Na verdade, talvez estejam, nunca te viram por aqui, e você chama atenção, convenhamos. Mas não deve ser nada demais.

    — Espero. Mas e você?

    — Hã? o que tem eu? Eu estou bem, estou normal.

    — Com toda certeza, você está super normal! Chegou do trabalho em uma tranquilidade, parecia que tinha ido em um retiro espiritual — a ironia se faz presente —, Conta outra Anne! Você chegou em casa pilhada, trocou de roupa e já me puxou pelo braço para vir aqui.

    — Não é nada, é que... eu só estava feliz, primeiro dia de trabalho, sabe como é! — a olhei com um olhar tipo: "sem chance, essa não cola", e parece que ela entendeu.

    Respirou fundo e apertou os olhos com força antes de dizer...

    — Ele está aqui! Eu o reencontrei, na verdade foi mais rápido do que imaginei, pensei que fosse ficar meses e meses sem vê-lo, ainda bem que foi menos! Mas não sei se foi algo tão bom assim, tipo, eu nem falei direito com ele... — Falou tão rápido, mas tão rápido, que a única coisa que eu ouvi foi "ele...rápido do que imaginei...".

    — Anne! — A interrompi praticamente gritando, o que chamou alguns olhares na minha direção —, respira e repete tudo pau-sa-da-men-te — sibilei para ver se ela entendia —. Eu não consegui entender nada do que disse, você tem que falar sem parecer desesperada, misericórdia!

    — Ele está aqui — falou calma, mas dava para ver o leve desespero em sua voz.

    — Ele quem?

    — Gabriel.

    — Nossa! Por essa eu não esperava. Que mundo pequeno não é mesmo?! Mas isso não deveria ser bom? Por que está com essa cara?

    — Deveria, não exatamente, é que... Kat, eu não sei o que esperar, ele... ele... hoje, quando cheguei do horário do almoço ele estava lá, foi a primeira pessoa que vi assim que entrei na clínica. Ele está tão lindo... os cachinhos dourados estão maiores, ainda mais lindos, seus olhos azuis mais brilhantes... — Suspirou apaixonada —, ele é sobrinho do doutor, mas nós não nos falamos, pelo menos não da forma que eu queria. Ele deve estar me odiando!

    — Não está não. Dê tempo a ele. Ele está com muita coisa na cabeça agora, mas tenho certeza que daqui a pouco vocês vão estar conversando de novo e você vai ver que não era nada do que estava pensando.

    — Meu medo é justamente o tempo. Completamente indeterminado, como vou saber que é o tempo certo?

    — Porque o tempo de Deus é sempre certo. Vai acontecer quando tiver que acontecer!

    — Você sempre sabe o que dizer. Enfim, hoje está sendo um ótimo dia, não vamos deixar meus problemas atrapalharem. Hoje você saiu de casa pela primeira vez, também foi o meu primeiro dia no trabalho, cheio de surpresas por sinal, e assim que o sol se pôr, vamos no centro passear um pouco para comemorar, está sendo um ótimo dia não?! Falando em trabalho, dona Camila me passou o endereço da igreja daqui, o que quer dizer que já temos nosso compromisso no domingo.

    — Sim senhora. Surpresas? O que mais aconteceu no trabalho hoje, você nem me contou, e quem é Camila?

    — Ah, bom, Camila é... Maçã do amor? Churros?! — Quase gritou —, parece até que estamos em festa junina! Apesar de nunca ir nesse tipo de festa não posso negar que as comidas são maravilhosas. Eu vou lá comprar para a gente, já volto para te contar o resto. Procura um lugar para ficarmos, o pôr do sol já vai começar —, falou saindo correndo igual criança.

    Mas uma coisa eu tinha que concordar, parecia mesmo que estávamos em algum tipo de festa/festival, o que me faz pensar se era sempre assim, se for, eu já amo esse lugar. Esse clima de festa e todo mundo junto é uma das melhores coisas para mim.

    Estou vendo Anne correr para as barras de churros e maçã do amor e vejo cabeleiras douradas, que a muito tempo não via, ir na mesma direção.

    Sorri ao pensar que esses dois ainda tem muita história pela frente.

    Paro admirando a vista e sinto o vento bater em meu rosto enquanto reflito em quais eram as probabilidades dos dois virem para o mesmo lugar. Como são os planos de Deus não é mesmo?!

    Como o mundo é pequeno.

    Só não sabia eu que seria pequeno até demais!


*****

Voltei, mais um capítulo aí.

O que acharam, esperavam que o Gabriel estivesse aí?

Tenho que confessar que esse é um dos meus capítulos favoritos! Talvez por ser da Anne, tenho um carinho tão grande por ela... enfim...

Comentem aí o que estão achando, amo ler os comentários, e deixem o voto na estrelinha porfavorzinho, não custa nada e ajuda MUITO! kk

Por hoje é só, espero que tenham gostado.

Até o próximo capítulo;

Beijinhos;

Fiquem com Deus!

; )

*****

04/08/2020 - Luísa Rodrigues de Souza.

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