Capítulo 31

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Revisado

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    — Esse, Kat. É o seu lugar favorito no mundo inteiro. O "pequeno estúdio da Kat". — Falou abrindo uma porta com uma estrela igual às da calçada da fama com o meu nome.

    — Uau. Mais minha cara impossível. — Rimos.

    Entrei no pequeno ambiente ainda sem palavras. O lugar era perfeito e tinha total razão de ser o meu lugar favorito no mundo inteiro. Mal entrei e já não queria sair. Não sei dizer qual era o meu canto favorito; a parede com o quarto de cortiça e muitas coisas penduradas; a janela onde tinha uma vista perfeita do crepúsculo que acontecia lá fora, a cômoda com a bíblia em cima e meu diploma na parede acima; ou o canto onde se encontrava o instrumento mais lindo do mundo. E aquele sim era meu. Um violoncelo... meu. Ainda não caiu a ficha que eu toco.

    — Turma de 2013. — Sussurrei alisando meu diploma. — Espera, se eu me formei em 2013...

    — Nos conhecemos em 2009, em meados de 2010 nos casamos, você se formou em 2013, desapareceu em 2014 e em 2018 você voltou para mim.

    — Eu queria tanto me lembrar disso. Queria me lembrar do dia que nos conhecemos, do nosso primeiro encontro, do nosso casamento... — Minha voz falhou e logo as lágrimas retidas caíram.

    — Ei, está tudo bem. Olha, — segurou meu rosto entre as mãos —, eu não trocaria os momentos que vivemos nesses últimos meses por nada, entendeu? Absolutamente nada. Porque eles foram perfeitos. E como você mesmo me disse, não entendemos os mistérios e os planos de Deus, eles apenas acontecem, e teve um propósito para tudo isso ter acontecido, mesmo que ainda não saibamos qual. E eu estou muito feliz por ele ter acontecido, porque eu descobri que consigo me apaixonar duas vezes pela mesma pessoa. E descobri também que o amor que eu achava que sentia antes não é nada comparado com o amor que eu sinto por você hoje. Ouviu? — Assenti ainda chorando.

    — Eu te amo. — Falei.

    — Eu também te amo. — Falou e logo depois me beijou carinhosamente. — O que acha de tocar agora, hein?

    — Não sei se consigo. Não sei nem como se segura o arco!

    — Lógico que sabe, isso está dentro de você. Vocês dois são uma coisa só, lembra do que eu te falei? Você tocava até de olhos fechados e aposto que se colocassem o violoncelo com você dormindo, ainda assim tocaria.

    Desviei meu olhar para parede de atrás, onde o quadro de cortiça estava e parei para admirar uma foto em que eu estava no mesmo campo em que tivemos nosso piquenique, tocando o cello como se fosse a coisa mais natural do mundo. Pelo visto eu gostava mesmo daquele lugar, porque não é a primeira foto em que estou lá.

    Quando você sofre a perda de memória por um trauma na cabeça, que é o meu caso, apenas uma parte do cérebro é afetada. Por sorte, ou melhor, por Deus, tinha uma lado em especial do meu cérebro não foi afetado. Sabe quando dizem que uma vez que você aprende a andar de bicicleta você nunca esquece? Imagine que o violoncelo seja a minha bicicleta. Assim como, mesmo perdendo a memória, eu nunca esqueci como andar, falar, ler e várias outras coisas; eu nunca esqueci como tocar, mesmo que não seja como antes, eu ainda sei. E eu acabe de comprovar isso.

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