Capítulo 23

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Revisado

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    — Bom dia, bom dia, bom dia! — Falou Marcos, super animado entrando na delegacia equilibrando vários copos de café na mão.

    Era domingo de manhã, o dia em que irei falar, pela primeira vez, devo ressaltar, na frente da igreja toda, estaria mentindo se dissesse que não estou nervoso, mas estou confiante, por dois motivos...

    1: Sei bem sobre o que vou falar, não decorei, mas eu vou estar literalmente vivendo sobre o que vou falar então...

    2: O mais importante... Deus está sempre comigo!

    — Bom dia, qual o motivo de tanta alegria logo cedo hein? — Perguntei encostado no beiral da porta da minha sala com os braços cruzados.

    — Qualquer motivo é motivo para ficar feliz meu amigo, afinal, estamos vivos, acordamos hoje, não é mesmo? — Falou enquanto colocava um copo em cada mesa para nossos colegas de trabalho. — Mas, se quer mesmo saber se tem algo a mais, o que não necessariamente é verdade, entre e feche a porta —, disse entregando o meu copo e passando direto entrando em minha sala.

    Tem algo por trás disso.

    Eu, sendo eu, fiz o que me pediu.

    — Pode começar a falar, sou todo ouvidos!

    — O dia é mesmo belo não é?! — Falou respirando fundo — Me sinto até mais leve, de verdade, consigo respirar mais leve!

    — Vai demorar mais quanto tempo com isso aí?

    — A questão, meu amigo, é que parece que obtive minha primeira evolução. O senhor finalmente começou a agir e em breve receberei o fruto das minhas orações.

    — Fico feliz por você, mesmo que você não tenha sido nem um pouco específico, como sempre.

    — Me pergunto por que todas as nossas conversas sempre são movidas pela falta de exatidão e ironia de ambas as partes! Continuando... ontem, no parque, quando fui falar com a chefona, não houve nenhum progresso de fato, ela continuou me destratando como sempre, mas —, deu ênfase na última palavra —, nossa conversa durou mais do que normalmente dura, e mesmo que ela tenha destratado da minha companhia a maior parte do tempo, isso me motivou a orar mais ainda, e foi o que fiz. Quando voltei para casa, depois de ser um ótimo amigo e te ajudar com os seus dramas novelescos, por fim, orei.

    — A onde você quer chegar Marcos? — Vou direto ao ponto.

    — O ponto é que eu acho, tenho quase certeza, de que começou a ter efeito. Hoje mais cedo, quando fui caminhar, decidi mudar um pouco de rota, o que fez com que encontrasse a chefona fazendo mesmo que eu. E pela primeira vez, dê glórias a Deus por isso meu amigo, porque eu dei. Pela primeira vez! Consegui ter uma conversa civilizada com a nossa querida inspetora. — Concluiu se escorando na cadeira com o ar mais satisfeito que poderia expressar.

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