Capítulo 27

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Revisado

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    Desde aquela noite não nos falamos mais. Continuei em casa a maior parte do tempo e por isso não encontrei com nenhum deles de novo. Tentei descobrir no jantar qual era o tipo de relação que eu tinha com eles, principalmente com o Brandon, mas parecia que ele não estava muito afim de falar porque se esquivava do assunto sempre que podia.

    Resolvi andar um pouco hoje, respirar ar puro, colocar a cabeça no lugar.

    Como ainda não conhecia tudo da cidade, ou melhor, não me lembro da cidade, fui andando em direção ao parque do outro dia, achei ele encantador. Para ser sincera, tudo ali me encantou. Fico imaginando qual teria sido a minha reação ao estar ali pela primeira vez, antes de perder a memória.

    Muitas perguntas me rodeavam. Eu nasci aqui ou me mudei? Minha família é dali? Meus pais, porque eu não consigo lembrar quase nada deles? Tudo o que tenho são vagas lembranças e o nome. Sem contar aquele sonho estranho que tive, mas fora isso, não tenho absolutamente nada.

    Todos os filmes que assisti com pessoas que perderam a memória, perderam a partir de um tempo, um ano em especifico e aparentemente a minha mente foi deletada muito antes de conhecer qualquer um daqui. Também pudera, a única coisa que tenho são vagas lembranças da minha infância e adolescência.

    Agora vejamos o meu caso, que é completamente diferente de qualquer filme que eu já tenha visto. Cheguei aqui por acaso acompanhando o trabalho da minha amiga em uma cidade desconhecida que na verdade era a mesma cidade que, supostamente, eu morava antes de tudo acontecer! Onde todo mundo parece saber mais de mim do que eu mesma.

    Enquanto caminhava pelo parque, pude ver que em um dos cantos, um casal estava tendo uma conversa intensa, quase brigando, na verdade. Segurei o riso ao ver que se tratava de Marcos e alguma mulher que não conheço, apesar de achar que já a vi em algum lugar, mas a distância não me deixava comprovar minhas suspeitas. Mas ao ver que na verdade estavam tendo uma conversa bem séria ao invés de uma briga casual, me repreendi mentalmente por ter, quase, rido.

  Continuo andando pelo parque até encontrar uma barraquinha de café e fui andando em sua direção. Agora, devidamente acompanhada, com meu copo de café na mão, volto a andar desatenta pelo parque.

    Fiquei um tempo caminhando na borda do lago e admirando a luz do sol refletindo na água e acabo por tomar um susto quando percebo que alguém me acompanhava.

    — Por que será que eu não fico surpreso em te ver com um copo de café na mão? — Uma voz disse, aparentemente, brotando do chão. Era Brandon.

    — Misericórdia! Quer me matar?! — Minha sorte é que o parque não está cheio, caso contrário, muitos teriam escutado meu grito.

    — De forma alguma, muito pelo contrário.

Recomeçar [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora