C10

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"Tem sempre uma nova luta, um novo obstáculo, um novo capítulo na história. A vida é uma roleta que não para de girar, não dá nem tempo para descansar.”
— Caio Araújo.

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× ARTHIT HOORNE ×


Caminho na frente dos dois com minha postura ereta, impotente e superior com os olhares que recebemos, segurando a alça da mochila em meu ombro com um sorriso de canto para alguns grupos de garotas por qual passamos no caminho. O primeiro período de aula da manhã havia terminado e estamos indo para o refeitório, onde eu estou pagando nosso almoço de hoje, já que dividimos isso todos os dias.
Os estudantes se viram para nos ver passar, e embora não nos ligue para a atenção recebida todos os dias, hoje é o começo da semana de uma lua cheia e Joss tem seu humor em picos diferentes a qual preciso lidar sem querer o matar a cada segundo, ou ele querer atacar um idiota qualquer que está mexendo com outro por pura diversão. Não que eu ligasse muito em separar antes que Joss tenha dado ao menos uns cinco soco no sujeito, Kai e eu cobrindo sua retaguarda para os amigos do outro não chegar perto e geralmente isso nos causava horas de detenção, mesmo que eu tenha que sujar as mãos para estar na mesma rota que Joss ja que sou a sua âncora.

— P'Arthit fica tão charmoso com esse ar de líder sério. - Ouço uma das garotas do grupo de cinco sussurrar.

— P'Joss é muito mais com aquela marra de badboy. - Outra murmura.

— Não, P'Kai é muito melhor com aquele ar emburrado e fofo. - Outra delas resmunga.

— Os três são maravilhoso. - Uma quarta diz com convicção. — É por isso são um dos grupos mais popular e inteligente da escola.

— E arrogantes. - Acrescenta uma quinta quando passamos por elas no corredor que leva a nossa sala, a qual reconheço.

— Isso é só porque P'Arthit não aceitou sua declaração. - A primeira me defende com carinho. — Mas não o culpe, o seu coração já tem donos e estão sempre ao seu lado, P'Arthit é perfeito para eles.

Um coro de aprovação segue, fazendo um sorriso involuntário puxar o canto dos meus lábios um pouco.

— Melhor trisal. - Exclamam as quatro juntas.

Viramos o corredor para área descoberta da escola, seguindo pelo caminho onde os estudantes se espalham por todos os lados.

— Por que elas sempre acham que Oon é o marido da relação ? - Joss pergunta com um bufo irritado.

— Talvez por ser o mais alto. - Responde Kai, dando de ombros. — E estar sempre no comando ou lidando com as merdas que a gente faz ?

— Quanto mais te ouço, menos sentido você faz. - Joss reclama. — Ser alto não devia ser razão para ele ser o marido nessa relação inexistente que elas criam na cabeça.

Posso ver seus ombros tensos quando olho por cima do ombro, seus olhos me fuzilam por instante antes de desviar ao chão e suspirar, volto a olhar para frente e nos guio pelo pavilhão.

— Vocês podem ser os maridos. - Falo com inocência ao chegarmos a nossa mesa de sempre. — Não vou me importar de ser mimado, Daddy's.

— Cala a boca. - Dizem juntos.

Deixo um riso baixo me escapar quando tiro minha mochila do ombro e deixo no banco, os dois sentam do outro lado.

— Então vou buscar o almoço. - Falo em tom provocativo, dando um sorriso de canto. — Para minhas esposas famintas.

STALEC × WHAT IF ?Onde histórias criam vida. Descubra agora