Noragami: Até o Último Deus Cair

Capítulo 5 O Despertar

Com o abrir das portas de seu quarto, Kazuma se espanta ao ver o estado de Bishamon deitada entre os lençós de sua cama, a mancha negra já havia espalhado por quase todo o seu corpo, Yato ao se deparar com ela naquele estado, não conseguia expressar qualquer tipo de reação.

-Yato, isto não é ... (Dizia Hiyori ao ser interrompida por Yato).

-Sim, algum Shinki de Bishamon está sendo corrompido pelas trevas. (Respondia Yato com seu semblante completamente atordoado).

Yato se aproxima de Kazuma e o conduz para uma certa distância onde estava a cama de Bishamon.

-O que andou acontecendo aqui nesses últimos dois anos? (Dizia Yato enquanto o encarava com seu olhar, deixando o clima um pouco mais tenso do que já estava).

Ajeitando seus óculos com a ponta de seus dedos em seu rosto, ele retira a mão de Yato de seus ombros e o responde sem olhar em seus olhos.

-Não devo lhe satisfação, isto não é seu problema, nós Shinkis iremos resolver. (Respondia Kazuma sem querer expor a situação em que o templo de Bishamon estava enfrentando).

Yato logo se afastou de Kazuma enquanto respirava fundo e volta a olhar o estado em que a deusa se encontra.

-Tudo bem, mas eu posso ajuda-la, agora se não quiser minha ajuda, o que acontecer daqui em diante com Bishamon será de completa responsabilidade de vocês. (Dizia Yato enquanto se vira de costas para Kazuma e se aproximava de Yukine).

Naquele instante antes que Yato pudesse se retirar daquele quarto, Kazuma fechava seus olhos e respirava fundo.

-Certo, irei aceitar sua ajuda. (Dizia ele completamente tenso enquanto pegava no braço esquerdo de Yato).

Saindo do quarto, com o barulho das portas se baterem, Kazuma o conduzia para um corredor muito longo ao qual não conseguia se ver o fim apenas com seu olhar.

-Para Bishamon estar naquele estado, algum Shinki dela deve estar sendo consumido pelas trevas, você tem ideia de quem poderia ser ? (Dizia Yato enquanto o acompanhava com seus passos, seguidos por Hiyori e Yukine).

Ele por sua vez se exitou em responde-lo, e manteve silêncio por breves segundos enquanto o único som que se houviam no lugar, eram de seus próprios passos.

-Já fazem dois dias desde de que a irmã Kazuha, foi encontrada morta em seu quarto durante a lua nova, e desde então, ele não tem sido mais o mesmo. (Respondia Kazuma com seu semblante turvo).

-Espera quer dizer que Shinkis podem morrer? (Perguntava Yukine completamente transtornado com o que tinha acabado de ouvir).

Ao interromper seus passos, Kazuma se vira para Yukine e o responde com bastante frieza em suas palavras.

-Sim, não só podem como eu vi acontecer com meus próprios olhos, é algo raro claro, por isso que muitos de nós e até mesmo deuses desconhecem esta informação. (Dizia ele enquanto lentamente voltava a andar a procura de Kazuha).

Em meio aos estilhaços, Kazuha, permanecia sentado enquanto sorria com um semblante maligno em sua feição, aos poucos o clima ensolarado que se fazia, começava a mudar, nuvens carregadas se avistavam sobre o horizonte , a brisa fria anunciava a chegada de uma tempestade, as folhas das árvores se desfaziam em sua feição, aos poucos as águas dos mares e lagos se agitavam conforme o vento soprava contra sua direção.

Nora caminhava lentamente por entre as colunas de uma casa escura, passando sua mão sobre a Janela empoeirada, com um sorriso em seu rosto, assistia o tempo mudar misteriosamente.

-Então quer dizer que já irão começar? Estou ansiosa para ver isto. (Dizia ela para si mesmo enquanto em sua mão segurava um colar já velho e desgastado pelo tempo).

Fechando as portas de uma sala escura e completamente cheia de objetos antigos espalhados por todos os lados, Kazuma os conduzia por entre as imensas colunas de entulho que se formavam com o ajuntamento dos objetos contidos naquele lugar.

-Que lugar é este? (Perguntava Yato a Kazuma).

-Estamos em um dos cômodos mais secretos do templo de Bishamon, nós a chamamos de a sala precisa. (Dizia ele enquanto procurava atentamente qualquer sinal que poderia ter de Kazuha).

-Sala precisa? Por que deste nome? (Perguntava Yukine enquanto se agarrava no braço de Hiyori que estava ao seu lado).

-Porque tudo o que precisamos está nela, é bem simples. (Respondia Kazuma enquanto abria caminho a frente os conduzindo para o interior do lugar).

Havia muitos objetos antigos empilhados um em cima do outro, e isto dificultava o campo de visão de todos que entravam naquela sala, parecia ser um lugar abandonado e sem qualquer tipo de cuidado, mas ao mesmo tempo, era fascinante ver os segredos e mistérios que se escondiam naquele lugar, não demorou muito para que Kazuma percebesse que havia estilhaços de vidros espalhados pelo chão.

-Tenham cautela e fiquem todos juntos, Kazuha não está longe de nós. (Dizia ele enquanto segurava firme nos braços de Yato e o conduzia juntamente com ele).

Yukine ao perceber isto, não se conte em esconder seu descontentamento com a situação e franzia suas sobrancelhas, enquanto bufava silenciosamente com seus olhos, andando por entre os corredores, Yato pisa em uma foto que estava lançada sobre o chão, olhando para a foto, ele cutuca Kazuma que instantaneamente desvia sua atenção para Yato.

-Esta foto, não de uma das Shinkis de Bishamon? (Perguntava ele com uma certa tensão em suas palavras).

-Sim, esta é Kahura irmã de Kazuha, a Shinki que foi assassinada. (Respondia Kazuma ao se abaixar e pegar aquela fotografia com suas mãos).

Nesse instante uma sombra aparece dentre eles, um sorriso maligno que se podia escutar a distância, passos pesados, em meio as sombras daquela sala, Kazuha aparece com seu semblante completamente tomado pelas trevas, seu olhar sombrio e sua alma gelada traziam sobre eles, um pesar espiritual ao qual Yukine começou a se sentir sufocado.

-Sim e por causa de vocês ela se foi, não permitirei que a morte dela seja em vão, levarei consigo desde a Kazuma até a Bishamon, para que todos saibam que ela não é digna de ter tido minha irmã como Shinki. (Dizia Kazuha enquanto abria lentamente seus braços e as trevas começavam a correr por entre seu corpo).