-Não sabemos ao certo o que houve, mas na noite dos últimos dois dias, nunca havíamos experimentado um tempo tão tranquilo como estávamos nestes três anos, mas naquela noite, apenas sei que Bishamon gritava em dor enquanto uma cicatriz cortava sua pele, desde então chegamos ao que você presenciou no dia de hoje. (Dizia Kazuma a Yato enquanto os demais seguiam para buscar alimentos e água para passarem aquela noite).
-Entendo, foi exatamente quando descobri que os mortais poderiam me ver. (Falava Yato levando sua mão sobre o queixo de seu rosto, com um tom pensativo em sua voz).
Kazuma não conseguiu esconder sua surpresa ao ouvir as palavras de Yato, olhando para a destruição do templo e a chuva que caía sobre os jardins do lugar, ele pensava em como que isto poderia acontecer em tão rápido tempo.
-Não consigo a chegar em nenhuma explicação lógica e racional para isto, mas seja o que for, acho melhor você se precaver Yato, não sabemos o real motivo dos comensais estarem atrás de você. (Dizia Kazuma enquanto se levantava do chão).
Ajeitando seus óculos, ele pega em sua mão um pedaço de madeira, lhe colocando fogo Kazuma convidada Yato para segui-lo, sem entender, o deus da destruição se pôs sobre seus pés, olhando para trás ele via que Hiyori e Yukine estavam distraídos, então resolveu segui-lo para um lugar completamente escuro e desconhecido.
-Para onde estamos indo? (Perguntava Yato quase que sussurrando para que ninguém pudesse ouvi-lo além de Kazuma).
-Para um lugar que talvez encontraremos respostas. (Respondia Kazuma com mais cautela em sua voz do que a de Yato quando lhe perguntara).
A luz e o barulho dos relâmpagos da forte chuva que caía era a única coisa em que seus ouvidos pudessem ouvir, chegando a uma parte completamente destruída do templo por conta dos ataques que sofrera mais cedo, Kazuma se depara em frente a uma porta redonda e imensa, parecida com a de uma câmara secreta ao qual poucos sabiam de sua existência.
-Eu não sabia que vocês possuíam um lugar desses dentro do templo. (Dizia Yato enquanto observava atentamente cada detalhe que havia restado do lugar).
-De todos que aqui habitam apenas eu e Bishamon sabemos deste lugar, os demais shinkis nem se quer sonham que este lugar existe. (Respondia Kazuma enquanto tocava com suas mãos sobre a tranca que estava descrita na porta).
Um forte barulho ecoou sobre as paredes derrubadas daquela passagem, as trancas lentamente iam se movendo enquanto o som dos metais enferrujados rangendo era ensurdecedor, aos poucos a porta ia se abrindo e o caminho que se formavam em sua frente estava repleto de trevas e gotas de água que caíam das paredes até o chão formado de tijolos antigos e desgastados.
-Vamos, cuidado onde pisa, faz tempo que não reformamos este lugar ... Até porque não saberia que iria voltar aqui. (Dizia Kazuma enquanto se atordoava em suas memórias do passado).
Andando por quase uma hora, várias estátuas desgastadas com tempo, eram vistas por todos os lados, do lado direito, Kazuma ascendia algumas tochas que estavam presas em estruturas metálicas nas paredes, a claridade era precária mas dava-se para se guiar por todo o caminho daquela câmara.
-Veja Yato, além destas escadas talvez possamos encontrar algo a respeito do que possa estar acontecendo com você. (Dizia Kazuma enquanto subia os degraus apressadamente).
Chegando ao topo das escadas, um andar superior havia após aqueles degraus, cheios de desenhos antigos e escrituras aos quais a muitos séculos se perderam suas traduções, um lugar esquecido pelo tempo, milhares de anos gravados em suas rochas já desgastadas e completamente cobertas por lodo e outros tipos de vegetais.
-Uau, nunca tinha visto algo semelhante assim ... Quem estava por trás de tudo isto? (Perguntava Yato que não se importava em transparecer seu deslumbre com as coisas que seus olhos viam).
-Para ser sincero, eu construí este lugar como um refúgio de memórias, antes da primeira guerra mundial, e de você se tornar uma lenda no folclore antigo. (Respondia Kazuma enquanto retirava algumas plantas da frente das escrituras das paredes).
-Eu tinha feito este lugar, por causa do avanço da guerra e temia com que algumas coisas pudesse se perder no tempo. (Prosseguia o shinki dizendo enquanto mostrava a Yato os desenhos antigos esculpidos naquelas rochas).
Yato se aprossimava lentamente daquela parede, tocando-a com suas próprias mãos, ele sentia cada relevo e textura aos quais haviam sindo encravados naquelas paredes.
-As escritas estão meio apagadas, mas acho que se eu me aproximar delas, consigo traduzi-las. (Dizia Kazuma enquanto ajeitava levemente seus óculos em sua face).
-Este lugar é realmente fascinante, apenas alguém como você pensaria em fazer isto. (Falava Yato olhando cada estrutura do teto que compunham aquela câmara secreta).
Andando por entre as colunas daquele imenso lugar oval, Kazuma o chama rapidamente, Yato que olhava para cima, rapidamente correu em direção de onde prosseguia a voz do shinki de Bishamon, ao alcança-lo, ele o dizia.
-O que foi Kazuma, encontrou algo que possa nos dar alguma resposta? (Perguntava o deus da destruição completamente eufórico enquanto uma gota de suor escorria sobre sua testa).
Com seu semblante em choque, Kazuma, engolia sua saliva, dava-se para notar seu pomo de Adão se movimentar e seus olhos ficarem fissurados.
-Sim ... Eu encontrei as respostas, esta é uma profecia datada de 7 mil anos, que dizia, quando o tempo do fim se manifestar, manifestará como nos primeiros dias, o poder do deus da destruição e o coração dos homens se voltarão a ele, e ele se voltará aos humanos, sangue correrá sobre sua espada como nos primeiros dias e os gritos de horrores, assim como foram nos dias das primeiras guerras, serão ouvidos nos dias do princípio da última guerra, e é isto que está escrito. (Dizia Kazuma completamente transtornado no que havia acabado de ler em escrituras antigas entalhadas nas paredes daquela câmara secreta).
Yato permanecia em silêncio enquanto suas mãos tremiam e rápidas lembranças das guerras passadas viam a sua mente em questão de segundos, todos os últimos seis mil anos de sua vida, em batalhas passavam de uma só vez em sua mente.
-Então isto quer dizer que ... serei eu que trarei novamente a destruição para o mundo dos humanos? (Perguntava Yato sem conseguir acreditar no que estava acontecendo e nem no que seus ouvidos estavam ouvindo e nem no que seus olhos estavam vendo).
Kazuma se afastando daquelas escrituras e desenhos entalhados naquelas paredes de rochas antigas, voltava sua face para o deus da destruição, e o respondia com sua voz embargada.
-Possa ser que eu esteja errado, mas se esta tradução estiver certa, é realmente isto que irá acontecer ou ... Já esteja acontecendo. (Dizia Kazuma enquanto não conseguia conter sua tensão diante do olhar de Yato).
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Noragami: Até o Último Deus Cair
Fiksi RemajaUma guerra entre os deuses está para ser declarada, a corrupção dos homens chegou ao coração dos seres que deveriam reger pela paz e justiça no mundo dos mortais, a decadência tomou conta dos príncipes dos céus, as forças do mal agora se erguem junt...