Noragami: Até o Último Deus Cair

Capítulo 31 Reescrevendo a história

Quinhentos anos se passaram após a grande inundação, as águas se esvaíram e voltaram novamente aos seus leitos, as montanhas tornavam a ver a luz do dia, e os continentes eram visíveis novamente, dentro da montanha, os deuses que restaram da ira de Yato, preservaram em vida, algumas pessoas e animais, além de seres celestiais, com isto uma nova geração de humanos passaram a repovoar a terra, novos povos, culturas, línguas e nações começaram a nascer novamente sobre a face do planeta, Tenjin, Koufuku e Bishamon, tornaram-se as principais divindades a serem cultuadas entre estes povos, por serem conhecidos como os deuses salvadores de homens.

Kazuma era conhecido como um anjo mensageiro da deusa benevolente, como era chamada Bishamon por estas novas culturas, e por este período a raça humana ia crescendo e espalhando consigo os contos que foram escritos por seus antepassados e com isto o deus da destruição caía em esquecimento, já que Bishamon, Kofuku e Tenjin jamais revelaram aos humanos a existência dele, devido ao fato do mesmo ser o autor da quase destruição da vida na Terra.

Aprisionado sobre os gelos do planeta, houve um imenso tremor de terra entre os continentes gelados da Terra, os oceanos se agitaram e grandes porções de gelo caíam sobre os mares gerando imensas ondas, a faixa que cobria seus olhos feridos se retirava de seu rosto, e as correntes que prendiam seu corpo se arrebentaram, Ebisu novamente podia ver, mover seu corpo, respirar sem dor.

-Finalmente, o tempo da prisão se encerrou. - Dizia ele enquanto se entregava ao prazer da liberdade dando imensas gargalhadas.

Havia muitas estrelas no céu, já era noite, e os povos da terra costumavam a realizar festas sobre as praias, as civilizações mais ao sul, viram o mar recuar, deixando assim milhares de peixes a mostra nas áreas costeiras.

-Olha mamãe, a deusa Bishamon, está nos dando comida, vamos pegar. - Dizia uma criança enquanto puxava a barra das vestimentas de sua mãe. 

Com um sorriso em seu rosto, a mulher corria aos chefes das cidades e os alegavam ser um milagre da deusa que os abençoara com comida e fartura, então uma multidão de pessoas invadiam os locais onde o mar havia recuado para apanhar os peixes deixados pelas águas, saindo de uma imensa cratera de gelo, Ebisu sobre ao céu em forma de um imenso raio clareando toda a região, podendo ser assim visto entre os continentes mais afastados das geleiras.

-São tantos que nem consigo pegar com minhas mãos. - Exclama um jovem entusiasmado pela quantidade de peixes que pegara.

-Põe nas redes e volte comigo para pegar mais. - Respondia outro jovem enquanto indicava a ele onde estava sendo posto as redes

Do horizonte um vento gélido soprava sobre suas peles, um som assustador avança sobre eles, erguendo seus olhos para o horizonte, todos perceberam as ondas gélidas do mar, tardiamente, um desespero generalizado tomara conta de todos, mas haviam tantos quanto a areia da praia que adentraram mar a dentro, não havia como escaparem, seus pés atolavam nas areias molhadas, alguns eram pisoteados por aqueles que tentavam lutar desesperadamente por suas vidas, as ondas vieram violentamente sobre eles, os engoliram completamente, lançado sobre seus corpos centenas de pedras e toneladas de água, sobre a cidade, as ondas avançavam rapidamente levando consigo, todas as casas, prédios, pirâmides e templos que ergueram em louvor a Bishamon e Tenjin, tudo em questão de minutos fora engolido pelas águas, devastando toda uma civilização.

Sobre as nuvens que cobriam os céus, Yato permanecia imerso em seus pensamentos e lembranças, seus olhos percorriam por todos lados daquele lugar, um silêncio assustador assolava os céus que um dia era um lugar a qual as mais belas melodias eram ecoadas, com um sorriso dolorido em seus lábios, com profunda tristeza, Yato olhava para a Terra e seus habitantes, todos haviam esquecido a sua existência, todos o rejeitaram e tal rejeição ardia em seu peito.