Capítulo Nove

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- Seja bem-vinda a ala de treinamento!

Então, abriu a porta metálica e consegui ouvir o barulho de várias pessoas ofegantes enquanto faziam diversas vezes os seus poderes virem à tona.

Fiquei boquiaberta.

O teto era totalmente de vidro deixando o lugar com a iluminação natural do sol, havia grama e não mais cerâmica, no final dali sentia a água me chamando por ter um lago artificial enorme transbordando, enquanto uma espécie de cachoeira jorrava cada vez mais, nunca o deixando seco.

Azuis estavam por todas as partes, uns nos equipamentos de peso, outros no combate corpo a corpo e também tinha aqueles que treinavam com seus poderes, mais afastados para não causar danos a ninguém que estivesse por perto.

- Incrível...

Consigo dizer, mas ainda olhando para todos que estavam focados em seus afazeres e confesso que fiquei maravilhada com a cena de ver tantos como eu, reunidos em um só lugar, sem medo de mostrar o que são de verdade.

- Temos treinos obrigatórios, pelo menos quatro horas por dia, para nos manter em forma. Você se livrou hoje por ser nova, mas amanhã mesmo estará suando como um animal.

Bryn bate de leve em meus ombros, me fazendo olhá-la.

- Veja... - apontou para o meu lado direito, que havia quatro pares de ringues distribuídos na ponta, os quais todos estavam ocupados tanto por homens quanto por mulheres. - Se você sobreviver na sua primeira aula com o Frank, se considere uma garota de sorte.

- Belo encorajamento.

Ela solta uma risadinha.

- De nada.

Começou a caminhar em direção a umas tendas que haviam sido armadas para que os equipamentos guardados não fossem danificados pelos raios de sol.

Passei a mão pela vitrine de vidro, encontrando armas, desde espadas a pistolas, dos mais variados tipos.

- Elas não carregam balas. Bom, pelo menos não balas normais.

Bryn abre o compartimento, pegando uma pistola, encaixando em sua mão perfeitamente

- São adaptadas para serem recarregadas com nossos poderes, você faz a sua própria munição... - ela destrava a arma, virando na direção de um alvo a quase dez metros de distância.

Vejo finas linhas azuis se formando por todo o comprimento do cobre da pistola, como veias saltando. Arregalei os olhos, surpresa.

Um zunido de algo cortando o ar é ouvido e logo o alvo em que ela mirava se encontra com um perfeito buraco bem no meio. Incrível.

- Cem pontos - ela fala com um sorriso em seu rosto, então se vira para mim. - Legal, não é?

Assenti, maravilhada com o que acabara de ver. Não tinha palavras para descrever o que estava sentindo nesse exato momento.

- Tudo depende de você, se a sua intenção é de matar ou apenas se defender. Você tem o poder necessário para fazer as duas coisas. - ela trava a arma novamente, colocando-a em seu devido lugar.

- Todas são assim? - apontei com a cabeça para a estante de espadas. Ela segue o meu olhar e parece pensativa.

- Bem, as espadas não são utilizadas muito, são classificadas como fora de moda, sabe? - faz uma careta. - Mas respondendo a sua pergunta, sim, se você quiser usá-las invocando o seu poder sobre ela, também funciona.

Fico a olhando com o cenho franzido e ela morde o seu lábio inferior.

- O que foi?

- Não vai demonstrar como? - pergunto, tentando esconder a animação.

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