Prisão Elementarius

Capítulo Trinta

O quarto estava vazio quando entrei. Bryn não havia voltado, percebo após notar a sua cama exatamente como deixara na noite anterior. Ela também não deu as caras no refeitório para o café da manhã e acreditava que seria assim pelo resto do dia.

Respiro fundo, me encostando sobre a porta branca, a emoção pós-vitória ainda estava fresca em minha mente, mas a adrenalina há muito havia me deixado. Uma boa ducha gelada contribuiu bastante para que o sangue quente descesse pelo ralo assim como a água que levava as sujeiras de meu corpo.

Aquele sentimento reverberava em minha pele, principalmente pelo o que havia acontecido depois que todos os Vermelhos e Azuis tinham deixado a ala de treinamento, estes últimos comemorando horrores por longos minutos.

Encarava seus olhos ônix, os quais me faziam perder a sanidade aos poucos. Sedutor como o diabo, Jasper me encarava, com o seu peitoral desnudo, após resolver tirar a camisa para aplacar aquele calor que nos consumia por inteiro depois daquele embate de minutos, que mais pareceram horas.

- O que tanto olha? - perguntei, tentando fixar os meus olhos nos seus e não descer lentamente por aquele caminho da perdição.

Ele apenas sorriu, desviando o olhar por um segundo enquanto reprimia uma leve risada entre os seus lábios.

- Você é uma boa jogadora, melhor do que eu esperava.

- Melhor que você, você quer dizer.

Jasper passou a toalha sobre os seus cabelos úmidos, bagunçando-os e a pousou novamente em seu pescoço.

- Então... - Ele deu um passo a frente, como quem não quisesse nada. - Você está livre hoje à noite?

Juntei as sobrancelhas, confusa. Mas logo prendi a respiração, se ele estava perguntando isso, significava que...

- Não é como se eu tivesse algo muito importante para se fazer estando presa aqui.

Ele franziu os lábios, um sorriso bobo pintando em seu semblante perfeito.

Parecia que duas estrelas haviam se desmanchado em seus olhos quando eles se encontraram com os meus novamente, repletos de expectativa e um sentimento que desabrochava em ambos naquele exato momento, que vinha nos consumindo desde o início em uma canção que entorpecia os nossos sentidos.

Sua mão alcança a minha bochecha, acariciando levemente o local e ocasionando convulsões de eletricidade por todo o meu corpo.

Ele coloca uma mecha de meus cabelos detrás da minha orelha.

- Quando todas as luzes estiverem apagadas, eu estarei aqui.

Te esperando, não precisou completar.

Suspirei como uma criancinha idiota, que acabara de receber um beijinho na bochecha do garoto mais bonito da escola.

Meus dedos dos pés se enrolaram contra os coturnos e eu não poupei esforços ao fazer uma dancinha repleta de euforia no pequeno espaço do meu quarto. Se alguma pessoa entrasse agora, com certeza acharia que eu estava com sérios problemas mentais. Mas eu não ligava pra nada disso. Afinal... Jasper me chamou para um encontro!

Tá legal, ele não disse isso com todas as palavras, mas pra mim, aquilo seria sim um encontro.

Soltei vários gritinhos enquanto pulava como uma barata tonta. As famigeradas borboletas no estômago me atormentavam, ameaçando colocar tudo para fora do que havia comido só para ter mais espaço para elas voarem livres.

Caí esparramada sobre o chão, minha cabeça estava nas nuvens, parecia que eu estava flutuando de tão leve que me sentia.

Jasper me fazia se sentir assim.

Suspirei, tentando acalmar as batidas do meu coração que insistiam se manter em um ritmo acelerado. Eu estava mais que feliz. A euforia corria livre por entre minhas veias.

O sorriso não queria deixar o meu rosto em momento algum e eu não podia fechar os olhos, porque a imagem de Jasper sempre chegava a minha mente e bagunçava os meus pensamentos.

Virei o rosto para dispersar as cenas que nublavam a minha mente e acabei focando em um pequeno caderninho, que eu mesma havia escondido ali tinha algum tempo.

Engulo o seco e parecia que ver aquele bloco de notas foi como se alguém tivesse jogado um balde de água fria em cima de mim.

Miles ainda estava desaparecido por todo esse tempo.

Estiquei o braço, alcançando os papéis organizados no arame e reunindo coragem para abri-lo.

O sorriso que antes custava deixar os meus lábios, havia desaparecido. Me sentia sufocada ao pensar que eu me dava o luxo de me divertir enquanto ele poderia estar trancado em algum lugar escuro, passando fome e com medo.

Me sentei, imediatamente.

E abri o caderninho, disposta a nunca mais deixá-lo de lado até encontrar Miles novamente. Precisava disso.

Meus dedos pararam no desenho do prédio dos adolescentes, feito por Roucker.

Não deixei que minha mente flutuasse por muito mais tempo naquele nome e se aprofundasse nas lembranças vívidas que ainda ameaçavam tomar conta de tudo.

Eu conhecia Roucker o bastante para entender que ele não desenharia aquilo atoa. Não mesmo. Arranquei o papel do arame, deixando o caderninho ao meu lado enquanto analisava de perto todos os traços fortes inseridos ali. Um quebra-cabeça que ele havia deixado, acreditando que eu seria capaz de encaixar todas as peças perfeitamente.

E eu iria.

Por Miles.

OoOoOoO

Hihihi! Alguma teoria do que pode ser essa possível pista deixada por Roucker? Ou será que Aja está pensando demais e imaginando coisas onde não tem? HAHAHA!

Cês também ficam toda boiolinha quando o/a crush de vocês respiram ou sou só eu???

E O BABADO DO CAPÍTULO!!!

Me contem se cês estão ansiosxs para o que vai acontecer com Jasper e Aja quando as luzes tiverem apagadas??? Pode apostar que também SUPER estou!

Ps: Quem tá com saudades de Miles, deixa o emoji "😢"

🌟A estrelinha gosta de carinho, assim como um gatinho... Ela até ronronora se você clicar nela 🌟