Capítulo 12

6 4 0
                                    

Não vou negar que no início estive na retaguarda com eles mais parece que dessa vez Deus estava do meu lado e tinha mandado pessoas para me ajudarem.

O sentido da palavra uma mão lava a outra, se refere a como a nossa amizade começou.

Eu os ajudava no que tinham dificuldade e eles a mim, e quando eles notaram que eu era repitente eles não ficaram me condenado a única pergunta que Flávio fez foi

Flávio: você ainda tem os seus cadernos antigos?

Eu: como assim?

Flávio: dos anos que você repetiu?

Eu: hum sim!

Flávio: ótimo isso nos põe em vantagem cara

Eu: o que?

Kelvin: pensa cara_bateu de leve na minha cabeça_ com os seus cadernos nós saberemos o que os professores iram dar na próxima aula

Eu: bom… eu não escrevia sempre nas aulas. Só comecei no fim do segundo trimestre

Flávio: tudo bem, podemos nos desarascar até lá

Naquele momento me senti mal pela minha incompetência. Porque se ao menos, eu tivesse me dado ao luxo de passar apontamento nos anos anteriores. Não teria baixado suas espectativas. Sei lá, naquele momento eu queria ter dito sim. E ser o motivo de festejo.

(...)

Estou dando aulas do período da tarde, o recreio acaba de iniciar, andando pelos corredores da escola vi John sentado num dos pavilhões sozinho.

Eu: e então_ disse se sentado ao seu lado_ no que tanto pensa?

John: eu conheço a fama que o professor tem de ser mais intrometido que o normal_fez uma pausa_eu não quero seus "concelhos"

Eu: não sabia que era tão famoso quanto Michael Jackson_ele balançou a cabeça_você deve estar pesando: ele não entende é como todo mundo acha que sabe tudo. Não é verdade

John: agora virou vidente_sorriu cínico

Eu: você teve outra negativa nas minhas provas John e pelo que vi nas suas pautas não é só na minha disciplina que você tem dificuldades. A única que você se sobressai  é educação física

John: assim o professor quer que eu chame meu encarregado para lhe informar o meu "péssimo desempenho"

Eu: não!

John: não?

Eu: Não.— voltei a repitir — Quem está estudando é você, quem fica seis horas de tempo sentando numa carteira de aula ouvido a nossa voz é você não seu encarregado_me levantei_a escola beneficia a ti não seus encarregados. Eles podem até estar mais interessados que você vá a escola neste, mas no final isso só é importante para si. Só você sabe o que se passa na sua cabeça e o que te faz ter péssimas notas_baguncei seu cabelo_ devia aproveitar o intervalo_ disse e sai indo em direção a cantina mal cheguei o sino tocou "merda"

Fui até a sala onde daria as próximas aulas que por acaso era a sala do John

Eu: hoje daremos entrada ao início da primeira guerra mundial

Nietzsche: isso quer dizer que vamos iniciar uma guerra?_disse e a turma riu

Charlie Chaplin: se é assim devemos iniciar a corrida as armamentos_e mais gargalhadas

Eu: cedo de mais para falarmos da corrida dos armamentos e Nietzsche você está certo nos vamos iniciar uma guerra, vamos rebobinar e voltar para 1914 no atentado de Sarajevo. O assassinato do herdeiro do trono do Império Austro Húngaro, Franz Ferdinand. _ e enquanto eu contava a história de como aconteceu esse atentado percebi que John estava no mudo da lua_ei Michael Jackson_ chamei e ele não ouviu_alguém cutuque a estrela do pop para mim

John: Professor!

Eu: você sabe o que desencadeou essa a primeira guerra mundial?

John: bom...eu acho que foi a rivalidade

Eu: e o que seria a rivalidade?

John: quando duas pessoas tem ideias opostas e não conseguem chegar a um acordo eles se tornam rivais.

Eu: exato— voltei a encarar a turma— a discórdia entre as potências imperialistas.As rivalidades entre as potências europeias, as questões nacionalistas no continente, principalmente na região do Bálcãs, e o crescente extremismo nacionalista tomavam proporções preocupantes. Após convulsões sociais de cunho nacionalista nas províncias da Bósnia e da Sérvia, partes do Império Austro Húngaro, o arquiduque Franz Ferdinand foi destacado para ir até Sarajevo (capital atual da Bósnia Herzegovina) tentar conter a onda nacionalista e apaziguar os ânimos de sérvios e bósnios, assegurando a manutenção do controle da região pelo Império.   — consegui notar a cara de espanto dele por eu ter dito que havia acertado, e notei também um sútil interesse em seu olhar pela matéria. O certo não é reprimir a pessoa mais se fazer com que a pessoa ganhe incentivo. Uma palavra, um ato pode mudar a forma de pensar de um ser humano.

" Os homens existem uns para os outros; logo,  ou instrua-os ou suporta-os"

Marco Aurélio

Teacher- I'm your friendOnde histórias criam vida. Descubra agora