COVARDE

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Notas da autora: Hoje venho lhes entregar um dos mais longos capítulos até aqui, assim como um dos meus favoritos pelo nível demasiado de emoções. Fugi, propositalmente, de alguns padrões, então recebam de mente aberta essa nova proposta. Espero que gostem.

Estarei abrindo uma enquete em meu twitter (mariipporto) para que possam votar no melhor dia da semana e horário para o lançamento de novos capítulos. Desejo saber a preferencia de vocês, então se puderem, votem lá.

Sem mais delongas, respirem fundo e preparem o coração para o que vem a seguir.

LAUREN

Todos os sons em minha volta foram desfocados ao ouvir os gritos de Taylor em minha direção. Não que eu estivesse prestando atenção em algum deles. Para mim, eram apenas murmúrios desnecessários, mesmo tendo consciência de que sua ira era completamente compreensível.

Dei uma última olhada para trás, sobre meus ombros, a tempo de ver a figura de Camila desaparecer em direção a sala de embarque, quase correndo, levemente envergada com o peso da mala que carregava, com sua alça transversal em seu corpo.

Voltei a encarar minha melhor amiga quando a perdi de vista, numa pose de quem era imune as broncas que eram esbanjadas ao ar por ela, com passos largos, caminhando pesadamente em direção a enorme porta de vidro automática de saída do aeroporto, que se abriu assim que eu me aproximei o suficiente.

- Aonde você pensa que vai Lauren? Eu estou falando com você. – Taylor gritava, me seguindo.

Suas mãos se envolveram com força em meu braço, o segurando, tentando me impedir de continuar a andar e a olhar. Em vão. Puxei o mesmo de suas mãos bruscamente, sem nem desviar minha atenção para ela.

Estava focada a sair dali, demonstrando despreocupação sobre o que havia acabado de acontecer, mesmo que sentisse uma torrencial carga de adrenalina percorrendo minhas veias.

- Lauren Morelo. Pare agora mesmo ou não precisa nunca mais falar comigo na vida. – Revirei os olhos com o drama que aquela mulher era capaz de fazer. É lógico que ela não deixaria de conversar comigo por este motivo, mas me conhece bem demais para saber que aquilo me faria repensar e reduzir meus passos, mesmo relutante. – Me espere aqui. Teremos o caminho inteiro para conversar já que você me dará carona até em casa.

A vi passar por mim como uma bala desgovernada, esbarrando em meu ombro propositalmente, indo em direção a Austin, que a esperava encostado em um carro prata.

Seu corpo rígido deixava claro sua fúria, mesmo que ela tentasse a controlar e a esconder para não ter que explicar a seu primo os seus motivos para tal. O dispensou, o dando um abraço de despedida, anunciando sua decisão de ir embora comigo.

O vinco na testa de Austin apareceu assim que seu olhar caiu sobre mim. A confusão em seus olhos, com um alto nível de curiosidade sobre meus motivos de estar ali, o fez hesitar por um instante, antes de assentir o pedido de sua prima, que tocava em seu braço, o pedindo para ir.

Entrou em seu carro e foi embora.

Soltei uma leve risada afrontosa ao ver Taylor caminhar de volta em minha direção, raivosa. Não conseguia disfarçar a diversão que me cercava. Era como rir na cara do perigo.

Dancei no fogo por ter vindo atrás de Camila e eu não podia negar estar me sentindo deliciada pelo calor.

- Está rindo do que, sua palhaça? – Esbravejou.

- De você mesma, dramática. – Soltei uma leve gargalhada, essa que se calou, quando senti o soco dolorido de Taylor em meu braço. Elevei minha mão para acariciar o local da pancada.

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