CONTROLE ILUSÓRIO

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CAMILA

Me vi ali parada, ainda sem ter resquícios de reações. Olhava para a tela do celular, apertando o aparelho entre meus dedos, tomando coragem para ligar mais uma vez para Taylor. Não sei se eu estava preparada para saber o motivo de seu choro. A combinação exasperadora de susto com desespero fizeram com que toda a minha circulação sanguínea parasse. Me sentia pálida e fria.

Disquei novamente. Caixa Postal.

Meu estômago revirava em nervosismo, me deixando nauseada.

Deslizei meus dedos trêmulos no touchscreen, acessando minhas ligações perdidas para retornar as chamadas de Austin, este que, aparentemente, sabia o que estava acontecendo e que, provável, estava na companhia de minha melhor amiga.

O mudo ensurdecedor das chamadas sem respostas me faziam andar de um lado para o outro, descontrolada. A cada toque, meu coração parecia saltar de meu peito. Já estava perdendo a esperança de conseguir contato com alguém, quando no trigésimo toque das inúmeras discagens que havia feito, escutei a voz grossa de Austin soar do outro lado da linha.

- Camila? Ainda bem que você apareceu. - Seu tom demonstrava uma apreensão óbvia.

- Austin, finalmente. O que aconteceu? - Não pude nem ao menos suspirar aliviada por ter sido atendida. Estava séria e assustada demais, cuspindo minhas palavras.

- Vou passar o telefone para Taylor. Você precisa a acalmar.

Conseguia ouvir o barulho baixo de saltos batendo ao chão em uma caminhada extasiada em meio a ligação. Quem quer que fosse, estava andando de um lado para o outro, assim como eu. Os segundos pareciam uma eternidade.

Passei minha mão livre em meus cabelos, ao mesmo tempo em que tentava controlar minha respiração, sentindo os olhares confusos de Shawn e Dinah pousados sobre mim, mesmo que nenhum deles tenha se aproximado para me questionar nada.

- Camila. - A voz de minha melhor amiga estava banhada em lágrimas.

- Tay, o que está acontecendo? - Tentei falar o mais calma possível para não a desesperar ainda mais.

- É a Lauren. - Seu choro se fez descontrolado. - E-Ela sofreu um acidente. Estamos no hospital. Foi grave. - Gaguejava em meio aos seus soluços.

Meu mundo parou de girar no exato momento em que ouvi suas palavras.

Todo meu sangue fugiu de meu corpo, me trazendo sensações de formigamento por cada centímetro. Minhas mãos, trêmulas e frias, quase não conseguiam aguentar o peso do celular. Em minha visão se formou um clarão que me impedia de enxergar qualquer coisa a minha frente. Eu suava, mesmo me sentindo congelada. Não conseguia mais sentir o chão abaixo de meus pés.

Me desequilibrei, sendo tomada por uma sensação brusca de desmaio, mas as mãos fortes de Shawn me seguraram a tempo. Não havia percebido sua aproximação.

- Camila, você está bem? - O homem mantinha seus braços em volta de meu corpo, me amparando.

- Eu, eu, só preciso sair daqui. - Recuperei as forças de minhas pernas, me desvencilhando de sua ajuda, tentando caminhar desnorteada, em direção a qualquer lugar onde eu poderia ficar sozinha.

Voltei a posicionar o celular em um ouvido, me deparando, mais uma vez, com o choro de Taylor.

- Como ela está Tay? - Juntei todas as forças que restavam em mim, mas minha voz, ainda assim, soou fraca e falha, quase engasgada em meu choro entalado.

As possibilidades de suas respostas me apavoravam.

- Não sabemos de nada ainda... Ela está na emergência... Estamos esperando o médico dar alguma notícia. - Mal conseguia ouvir suas palavras em meio ao seu choro descontroladamente pesado.

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