Destiny Choices

PONTOS

LAUREN

Estava deitada em meu sofá, com as pernas cruzadas e uma mão em baixo de minha cabeça, assistindo Taylor andar de um lado para o outro em minha frente, organizando algumas coisas que estavam fora do lugar, até mesmo as quais já estavam muito bem arrumadas, para deixar meu apartamento apresentável para a nossa visita.

Me ofereci para a ajudar diversas vezes, porém, todas minhas ofertas foram recusadas instantaneamente, devido ao fato de eu ainda não conseguir fazer alguns movimentos sem sentir dor. Alguns de meus ferimentos ainda me incomodavam fisicamente, me limitando, mesmo que eu já me sentisse extremamente melhor.

Passei exatos oito dias internada, sob vigilância e avaliação constante de diversos médicos especialistas e após receber alta, mais quatro deles sendo obrigada a usar o apoio de muletas para conseguir me manter de pé sozinha. Desde então, tenho me esforçado ao máximo para voltar a minha rotina normal, aguardando minha consulta de avaliação fisioterapêutica que será nesse final de semana e trabalhando de home office mesmo com a insistência de Normani para não o fazer.

Tenho me recuperado muito rápido, seguindo à risca todas as recomendações médicas e respeitando todos os horários de meus medicamentos. A companhia constante de minha melhor amiga, que, preocupada comigo, resolveu se acomodar em meu apartamento durante quase todos os dias, para me vigiar, monitorar e cuidar, contribuiu muito para essa minha melhora.

Havia a prometido, depois desse susto imperdoável, da maneira mais pura e sincera, nunca mais dirigir com minhas percepções afetadas pela bebida. A ver chorando, desesperadamente entre soluços, me abraçando, debruçada sobre meu corpo imobilizado em uma cama de hospital, me doeu mais do que todas as minhas fraturas ocasionadas pelo acidente juntas.

Essa mulher pode ser a melhor amiga do mundo inteiro, a melhor pessoa que eu poderia ter encontrado na vida, mas ela já estava começando a me deixar impaciente com sua perceptível ansiedade.

- Taylor, você conhece Camila há anos. Qual a necessidade desse nervosismo todo simplesmente por ela estar vindo? – Revirava meus olhos, irritada. – Se acalme, criatura.

- Cala a boca, Lauren. – Me fuzilou com o olhar, com sua feição séria, apontando seu indicador em minha direção. – Se você não a tratar bem, eu mesma vou terminar de te fraturar. – Me ameaçou, se sentando da beirada do sofá, na altura de meus pés, com seu celular em suas mãos. – Camila está receosa sobre vir e você não a receber bem.

Realmente, eu não deveria. Ela provocou a pessoa errada. Sei ser muito ruim quando quero e ela não me parece mais merecer minha simpatia. Minha aceitação sobre sua presença é mais por Taylor do que por mim mesma.

- Me empresta seu celular. – Estendi a palma de minha mão em direção a minha melhor amiga, precisando a incentivar com um aceno para que perdesse sua relutância de o fazer.

Tomei o aparelho que me foi oferecido, acessando o aplicativo de mensagens, pressionando meu polegar em cima do símbolo de gravação de áudio na conversa de Camila.

- Não precisa ter medo de mim Camila. Estamos te esperando. - A enviei, tentando a tranquilizar sobre seus achismos de minhas ações e reações futuras devido a sua chegada, com a voz mais calma e rouca que eu tinha. - Satisfeita, Tay? – Estendi seu aparelho de volta a ela, o devolvendo.

Não fiz questão nenhuma de conversar com Camila, mesmo que saiba que ela questionou nossa melhor amiga a todo instante sobre o meu estado de saúde, desde o dia em que ela havia deixado claro para mim, sendo curta e grossa, que nós duas não havíamos passado de uma curtição barata, além de ter me acusado de a tratar com o desrespeito de uma pessoa que somente busca prazer.