Cap.43

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Any POV

Any - MERDA! - solto a faca depois de me cortar cortando os tomates para a salada. - Merda, merda e merda! - Falo com raiva vendo o sangue escorrer pela minha mão, bufo e vou ao banheiro, lavo a mão e pego quite de primeiros socorros que havia no balcão da pia.

Meus pensamentos continuam nele e em como as palavras dele me machucaram. Ele realmente prefere que eu fique quieta e não exponha minha opinião? é como se ele simplesmente quisesse alguém para manipular e poder usar quando quisesse. Aí vem a minha dúvida: se eu ficasse com ele, se eu transasse mesmo com ele, ele continuaria comigo?acordaria comigo na manhã seguinte e continuaria sendo esse Joshua maravilhoso dos ultimos dias?
Ele tem o gene impulsivo. Ele é possessivo, ciumento e muito controlador, mas tem que ter noção de que isso me machuca, as palavras dele machucam mais do que qualquer ferida que eu poderia ter. Eu detesto ter que admitir mas eu gosto dele, gosto mesmo.

Quando estamos apenas nós dois é perfeito, ele é carinhoso, atencioso e realmente me trata como eu sempre sonhei, mas então ele consegue mudar tudo em um piscar de olhos, ele age de uma maneira meio que automática, para afastar tudo e todos a sua volta.

Any - Any Gabrielly, você tem que ser forte. Você não vai correr atrás de homem nenhum. - Falo pra mim mesma e me apoio de costas na pia, vendo o curativo que eu tinha acabado de fazer, mas não, não é isso que se mantém na minha linha de pensamento.

Por mais que eu me importe de verdade com ele, e o queira por perto, eu não vou mais aguentar, na realidade eu não aguento mais, porque acabou.

As palavras dele continuam batucando na minha cabeça, fazendo o ódio dentro de mim crescer cada vez mais, eu deveria odiá-lonainda mais depois da discussão, mas é impossível, eu quero manter distância mas sei que eu não consigo passar muito tempo longe dele.

Como chegou a esse ponto? Eu devia te odiar, era simples, ele apenas... Era uma maldita aposta, como pude me envolver? Como pude me deixar sentir algo por alguém como ele? Alguém que não têm paradeiro fixo, alguém que... que realmente precisa de carinho.

Desde cedo ele batalha sozinho na vida, eu sei que não é desculpa para as coisas que ele me falou ou a maneira que me tratou, mas de certo modo, acho que se ele tivesse tido uma infância diferente, ele seria um homem diferente, com temperamento menos explosivo e menos vergonha de mostrar aos outros que um homem como ele pode se deixar sentir algo, mas não, ele não assume nada na frente dos outros, e sempre se acha no direito de me falar o que quiser, sem medir o quanto as palavras dele me machucam.

(Call on)

Any - Quando você vem? Faz dias que eu não te vejo e você só viaja. As minhas férias estão passando e eu mal vi você.
Priscila - Mas eu pensei que você e o Lamar estivessem saindo bastante, não sabia que você sentia minha falta, voce nunca sente. - Ela fala grossa e eu suspiro.
Any - Quando você vem?
Priscila - no máximo 3 dias, prometo. Depois te ligo tá?
Any - Beleza. - desligo sem nem sequer dar chance pra ela falar mais alguma coisa. Eu sei que estou sendo estúpida, mas estou pegando toda a raiva que estou dele e descontando nos outros, que ótimo.

(Call off)

Meu celular vibra, e adivinha. Ao ver a notificação minha raiva aumenta, esse maldito. "A gente precisa conversar".
Ele vai conversar com a minha mão na próxima vez. Marionete? Marionete? Céus, ele que vá a merda.
" É sério, eu acho que vou ter que amputar a perna."

Any - Mentiroso. - Falo pra mim mesma mordendo o lábio, e me sento melhor. É claro que ele não vai amputar nada.
"Eu tô quase inconsciente aqui no meio de um tiroteio, vai querer que eu morra sabendo que tu me odeia?"

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