Capítulo 3 - Ativista Ambiental

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Como sempre acontecia quando tinham que sair, Zoé ficava pronta com pelo menos 10 minutos de antecedência e Manuela surtava quando já estava 10 minutos atrasada. Para a noite do jantar dos padrinhos, Zoé escolheu ir com um pretinho básico só para não dizerem que ela não se importou com a ocasião a ponto de aparecer totalmente desarrumada. A menina estava simples mas elegante, com uma meia calça fio 40 também preta combinando com o vestido ombro a ombro soltinho de mangas ¾ e uma bota coturno também preta para não ter conflito de cores. Ela passou uma maquiagem nude no rosto e foi obrigada pela amiga a usar o batom cor cereja ultramate depois de uma longa discussão sobre como ela esperava chamar atenção de alguém sem usar um mínimo de "cores".

Com Manuela já pronta depois de exatos 16 minutos de atraso, elas saíram do apartamento e se encontraram com Otávio esperando do lado de fora do carro já impaciente com a demora das duas. Enquanto entravam no carro, Otávio ia dando o sermão:

-Manu eu acho melhor você parar de ficar se atrasando assim porque ainda dá tempo de eu desistir do casamento hein! Fala sério! – E fez uma cara irônica como quem diz depois não vai falar que eu não avisei!

-Credo Otávio, assim você me magoa... A Zoé também chegou junto comigo, o que te faz ter tanta certeza de que a culpa do atraso é minha? –Sua atuação de indignação era a mais falsa de todas.

-Até parece que eu não te conheço né! Quem não te conhece que te compre Manuela! – E sorriu deixando suas covinhas aparecerem e o clima mais leve. –Não preciso nem ser adivinho pra saber que a Zoé se arrumou primeiro do que você e ainda teve tempo de sentar no sofá esperando a hora chegar enquanto você corria pelo apartamento como um furacão destruindo tudo por onde passava procurando coisas que você não via já faziam meses e que tinha inclusive se esquecido que existiam até o momento em que precisou delas. – Agora já no banco da frente ele virou pra trás e se dirigiu a Zoé. – Estou mentindo?

Zoé olhou de Otávio para a amiga e da amiga para Otávio e os três caíram na gargalhada.

-É Manu, ele só pode ser sua alma gêmea mesmo, não tem outra explicação pra explicar o dom da clarividência! – E riram mais um pouco enquanto Zoé analisava o olhar claramente apaixonado que um dirigia ao outro, imaginando como seria ser um dos protagonistas só pra variar.

-Mas então, mudando totalmente de assunto, Otávio, conta pra Zoé sobre o seu amigo gente boa! –Manuela estava tão animada que seus olhos brilhavam de excitação.

-Ah sim, então, ele se chama Vicente e, na verdade vocês já se conheceram. Não sei se você vai se lembrar, mas sabe aquele meu aniversário há 3 anos atrás, quando eu fiz uma festinha lá em casa e você ficou por uns dez minutos? Eu e a Manu ainda éramos só amigos, eu fiz a festa só pra que ela viesse praticamente. – E os dois se olharam com ardor.

-Eu me lembro sim, só não me lembro de ter conhecido nenhum Vicente. E desculpa por ter ficado tão pouco Otávio... Na verdade eu só fui pra não te magoar. – E deu um sorriso amarelo que teve zero reações do garoto que agora tinha os olhos voltados para a estrada à sua frente.

-Ah para, quê isso, não tem do que se desculpar, é claro que eu queria você na minha festa, mas só se você quisesse mesmo ir, não tem graça a gente ficar em um lugar se sentindo mal né. Eu acho ridículo quando as pessoas "convidam" alguém pra algo e se a pessoa não vai, o sujeito fica magoadinho. Porra! Não era um "convite"? –Zoé achava esse cara muito legal mesmo. O melhor pretendente pra sua amiga.

Manuela se viu na obrigação de intervir na conversa:

-Otávio acho melhor você parar de ficar falando isso porque se não a Zoé nem entra no restaurante, ela vai embora daqui mesmo. –E sorriu.

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