- Ok. Agora vamos aos trabalhos. – Zoé disse sorrindo, não porque fosse engraçado, mas apenas porque não conseguia parar de sorrir, assim como Vicente.
- O quê? – Ele ficou confuso.
- Vamos treinar a dança ué. – Ela se levantou para afastar a mesinha que ficava no centro da sala.
- Treinar a dança? Ah não, aqui tá bom. – Vicente continuou sentado e alisando o sofá nas laterais do tecido de cada lado do seu corpo.
- Você não achou que ia embora sem treinar nada né? A gente vai ter que ensaiar um pouco se quisermos que a Manu acredite que nos esforçamos. É tempo de aprender.
- Sério Zoé? – Vicente perguntou e a menina assentiu de maneira decidida como quem não iria ceder. Ele não viu meios de recusar sua oferta. – Tudo bem, já que você insiste.
Ele se levantou e foi até ela.
- Tá. Uma mão na cintura e a outra você segura a minha mão. Se você tiver alguma dúvida pode falar a hora que for tá, não espera passar pra depois comentar porque a gente pode perder o "feeling".
Vicente que agora estava bem próximo de Zoé olhou-a sorrindo.
- Que foi? – O coração de Zoé batia disparado com a proximidade e o toque forte dele. Seu olhar extremamente agradável só ajudava a fazê-la sentir cada vez menos suas pernas e a ter a impressão que fosse cair a qualquer momento. Embora já tivesse sentido coisas assim antes, não era de maneira ruim. Não era como se estivesse prestes a vomitar. A sensação de alegria acalmava o seu íntimo e ela não queria estar em outro lugar que não fosse ali.
- Nada, eu só estou feliz. – Vicente sentia uma felicidade incessante. Mesmo que alguém dissesse que a floresta amazônica acabara de ser totalmente destruída, naquele momento ele ainda conseguiria sentir esperança. A energia positiva que os rodeava dava conta de fazê-lo acreditar que todo e qualquer problema da face da terra tinha solução.
- Eu também. – Mesmo que achasse as ideias de Manuela geralmente loucas, Zoé tinha que admitir que o universo parecia mesmo estar conspirando ao seu favor.
Com toda a pressão de dois imãs que se atraem e se grudam sem cerimônias eles se beijaram.
Quando Zoé percebeu que se não tivessem foco não iriam a lugar nenhum, afastou meio que contra a sua vontade os lábios de Vicente dos seus, dizendo:
- Chega de beijo Vicente! Vamos treinar um pouco!
- Ah não, por quê? Eu vou perder toda a minha credibilidade com você depois de ficar aqui na sua sala saltitando feito uma gazela.
- Talvez isso me distraia e ao mesmo tempo não me deixe tão confusa. Você me confunde. – Zoé o olhava com o cenho franzido.
- Bom, você também. – E lá estava ele: o olhar de ternura de Vicente.
...
As pisadas nos pés de Zoé diminuíram cerca de 40%, pois ela percebeu que quando ditava cada movimento repetidamente até que Vicente decorasse, suas chances de sucesso eram maiores. Eles treinaram por cerca de uma hora. Vicente a beijava na bochecha sempre que tinha oportunidade e ela o retribuía com sorrisos.
- Tá. Por hoje está bom. – Zoé disse quando se sentaram no sofá depois de pegar água para Vicente.
- Tudo bem. Eu vou embora agora. – Nenhum dos dois queriam se separar, mas esse momento tinha que acontecer afinal.
- Tá legal. Eu te levo até lá embaixo.
E assim saíram do apartamento para pegar o elevador. Como na noite anterior, encontraram Samuel novamente, e se deram conta que era aproximadamente o mesmo horário que já tinham encontrado-o ali.
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Querido Contrato
RomanceZoé é uma escritora frustrada de 24 anos que fez sucesso na adolescência contando histórias de aventuras infanto juvenis, e que agora precisa se reinventar no mundo da escrita. A editora com quem mantém um contrato desde então, cobra por resultados...