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Cidade do México, 2017.

Os raios solares penetraram a enorme janela do quarto, fazia uma manhã quente. O sol havia aparecido totalmente, o céu estava em um azul claro, indicando o tempo de verão. Ela devia se lembrar de fechar as janelas na próxima vez. Sentiu algumas mãozinhas acariciarem seu rosto e sorriu, já era uma rotina aquela mão acordá-la. Sorriu e abriu os olhos observando a pequena menina sorrir.

— Acorda, mamãe!— Falou e subiu na cama. Dulce abraçou a garota e a colocou na cama. A mesma gargalhava da brincadeira da mãe.

— Bom dia, minha pequena.— Beijou as bochechas gordinhas de Luna, que estava com um pijama cheio de flores e um ursinho nos braços.— Dormiu bem?

— Sim, mãezinha.— Luna observou a foto ao lado no criado-mudo e pegou, beijou o homem na foto e aproximou o porta-retrato no peito o abraçando.— Bom dia, papai.

Dulce sentiu seus olhos umedecerem, ela sempre falou de Christopher para Luna, ela faria ele sempre presente na memória da filha. Assim como seu bebê, seu menino que ela nem teve oportunidade de conhecer. Luca seria uma parte dela e de Christopher para sempre. O amava tanto, e queria saber como seria se ele estivesse aqui, se os dois estivessem.

Algum tempo depois, Dulce arrumou a pequena para levar até a escola. O uniforme havia ficado uma graça em Luna, era o primeiro dia de aula e a pequena estava muito animada.

Antes de sair, ligou para a irmã. Anahí estava morando em Guadalajara, às vezes uma visitava a outra e assim seguiam a vida. Dulce vivia com Luna em um apartamento pequeno mas aconchegante e trabalhava no escritório de advocacia. Após deixar Luna na escola, ia direto para o trabalho.

— Tchau, amor. Se comporte tá?— Levou a pequena até a sala. Luna enem estava prestando muita atenção já que ficou maravilhada com a escola. Com o bom salário que recebia, Dulce conseguiu pagar uma das melhores escolas da cidade do México.

Na verdade, Luna era herdeira dos Uckermann. Só que Dulce havia prometido a si mesma que cuidaria só de sua filha. Não pediria nenhum tipo de ajuda a Alexandra. Tinha ódio daquela mulher, que nem ao menos procurou saber da neta, e nem ao velório de Christopher pudera ir pois quando Dulce recebeu alta, a mulher ligou avisando Anahí que já havia tido o funeral, ela nem pôde se despedir de seu marido. E prometeu a si mesma que nunca procuraria Alexandra.

— Tchau, mamãe.— Beijou a bochecha da mãe e Dulce saiu sorrindo. Foi para o trabalho e ali começou mais um dia de sua rotina.

* * *

— Vamos, filho. — O homem pegou a mão do filho e o colocou na cadeirinha no banco de trás do carro.

— Senhor Christopher, bem-vindo de volta ao México. — O mordomo falou enquanto abria o enorme portão.— Dona Alexandra ficou em Manhattan?

— Obrigado, Mário. A mamãe não gosta muito daqui e resolveu ficar morando lá em Manhattan mesmo. Minha empresa precisava de uma filial aqui e por isso resolvi me mudar para melhores resultados e fiscalizar a obra.— Christopher falou enquanto colocava o cinto.

Mário assentiu e sorriu. Christopher deu partida e foi em direção a nova escola que havia matriculado Luca.

— Tudo bem, filho?— Perguntou, pois viu que o menino estava muito quieto.

— Pai, se a mamãe estivesse com a gente ela vinha me deixar na escola também?—  Perguntou com o dedo na boca.

Christopher engoliu o seco, o menino era muito apagado a mãe mesmo sem nunca conhecer. Somente por fotos mas ele sentia um amor inexplicável e sempre falava da mãe, o que muitas vezes enfurecia Alexandra que de vários modos tentou tirar Dulce da cabeça da criança mas sempre sem sucesso. Christopher sorriu, se Dulce e Luna estivessem aqui seria tudo completamente diferente.

— Sim, a mamãe também viria.— Sorriu estacionando o carro.

Desceu e pegou Luca da cadeirinha junto com a mochila do pequeno. Levou ele até o portão da escola.

— Filho, papai está um pouco atrasado. — abraçou o pequeno e sorriu.— Te amo, tá bom? Obedeça a professora.

— Tchau, pai.— Sorriu e depois saiu correndo para dentro da escola nova. No dia anterior, ele trouxe Luca para visitar o local e o pequeno já sabia onde ficava a sala dele. Christopher entrou no carro e deu partida para fiscalizar a obra da empresa.

Luna estava desenhando no caderninho rosa que sua mãe havia comprado. Nem notou quando a professora se aproximou.

— Ei, pequena.— Chamou e Luna olhou atenta a mulher.— O coleguinha vai sentar aqui do seu lado, tá bom?

— Tá, tia.— Falou e voltou a desenhar.

— Nossa.— A professora riu.— Vocês são parecidos, parecem até irmãozinhos.— Sorriu e ajudou o menino a sentar e tirou o caderno azul e o lápis de cor da mochila dele.— Príncipe, a titia tem um dever para você. Será que você pode fazer?

— Sim, tia.— Ele lembrou do que o pai havia lhe dito.

— Ok, a titia quer que você desenhe aqui. Pessoas importantes para você, por exemplo sua mamãe, seu papai...— Falou abrindo o caderno.

— Tá.— Falou e pegou o lápis de cor começando a desenhar.

A professora sorriu e foi ver como estavam os outros alunos. Luca desenhou um boneco com apenas umas linhas e uma bola, aquele era seu pai. Pensou ele. Observou curioso a menina que estava ao seu lado, ela desenhava uma mulher com um vestido azul.

— Quem é ela?— Luca perguntou continuando a desenhar.

— É a minha mamãe.— Luna sorriu e olhou ele. Então resolveu mostrar o desenho que havia feito.— E essa aqui é a minha tia Annie.— apontou uma boneca que estava com os cabelos pintados de loiro.

— Ah tá, você tem uma mamãe! Que legal.— Falou Luca pintando o boneco.

— Sim, a minha mãe é muito legal.— Sorriu e continuou a desenhar.

O Que A Vida Me Roubou Onde histórias criam vida. Descubra agora