O Que A Vida Me Roubou

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— Vejo que está muito bem, Dulce.— Alexandra desviou os olhos para a barriga de Dulce.— Está a espera de mais um neto meu.

A primeira reação de Dulce foi automaticamente tocar a barriga como uma forma de proteção ao seu bebê. Ela tinha medo do que Alexandra poderia fazer para evitar que seu bebê nascesse. Imaginava que ela poderia ser capaz de coisas inacreditáveis.

— O que você quer ?— cerrou os olhos.

— Calma, não precisa ficar com medo.— olhou para Dulce e sorriu.— Eu não vou mais te fazer mal.

Dulce estava apavorada, Christopher estava longe e ela ali sozinha com Alexandra, a mulher que tanto a odiava. Temia por seu bebê, que era apenas um ser inocente.

— Por favor, me deixa em paz. Deixa minha família em paz.— tentou se afastar mas Alexandra agarrou seu braço a impedindo.— Me solta!

— Eu só quero te avisar uma coisa.— continuou segurando o pulso de Dulce com força.— Eu já separei você do meu filho uma vez, e nada me impede de separar de novo.

Dulce estava confusa, a primeira vez que ela tentava separar Christopher de Dulce a mesma não se recordava.

— Do que você está falando ? Primeira vez ?— olhou com raiva.

— Pois é, inventar uma morte falsa nunca foi tarefa difícil para mim.— sorriu ironicamente.

E foi aí que Dulce se deu conta da gravidade da situação, Alexandra. Era ela a culpada por todos os anos que Dulce e Christopher ficaram separados de seus filhos. Uma morte falsa, acabou com toda a felicidade do dia que era para ser o melhor da vida de ambos.

— Eu não acredito que você foi a culpada!— Dulce gritou.— Você vai pagar muito caro, ouviu ? Muito caro!— gritou desesperada.

Alexandra saiu correndo com o susto, algumas pessoas já começavam a se aproximar com a gritaria. Christopher ouviu alguns gritos ali perto, ele conhecia muito bem aquela voz. Era Dulce. Deixou as crianças no parquinho e foi ver o que estava acontecendo.

— Aí! O meu bebê!— Dulce tocava a barriga desesperada, seu bebê estava dando chutes frenéticos muito rápido.

— Dulce, o que aconteceu ?— Christopher se aproximou e a abraçou.

— Christopher, meu filho.— tocava a barriga.

— Vamos para o hospital, rápido.— ajudou a mulher a andar.— Aí meu Deus, as crianças.

Deixou Dulce encostada em um muro e foi até o parquinho onde havia deixado os gêmeos. Olhou e viu Luna brincando no balanço, porém sozinha.

— Filha, cadê o seu irmão?— Christopher se aproximou de Luna e a tirou do balanço.— Nós já vamos.

— Ele saiu com a avó, papai.— Luna falou calmamente.

Christopher parou no instante em que a filha falou "avó". Alexandra já havia entrado em liberdade, e ele sabia muito bem disso.

— O quê ?— Christopher perguntou novamente.

— A avó Alexandra, ela levou ele pra brincar.