O Que A Vida Me Roubou

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Tudo o que Christopher sempre desejou foi uma vida leve e feliz. Antes, apesar das implicâncias de sua mãe ele se sentia completamente realizado. Estava casado com a mulher que ele sempre amou, desde quando eram crianças e se tornaria pai em dobro. Quando Dulce partiu levando sua filha consigo, ele achou que não poderia mais ter a felicidade ao lado. Conforme os meses passaram e ele começou a cuidar do filho, soube naquele instante que Luca era seu porto-seguro. Por isso se fez o mais presente que pôde na vida do filho. Alexandra se intrometia na criação do neto, apesar de tudo ela também o ajudou com seu jeito super-protetor.

— Ok, mãe. Mais tarde busco a senhora no aeroporto.— Christopher desligou o celular e suspirou olhando para Luca.— Filho, a vovó está chegando.

Luca sorriu, ele amava a avó que o mimava tanto. Quando era menor, chegou até a chamá-la de mãe porém Christopher explicou que ela era sua avó. E ele poderia gostar dela o quanto quisesse mas que sua mãe sempre seria Dulce. Apesar da raiva de Alexandra, ela foi aceitando com o tempo que o neto só a veria como avó.

— Eba!— Luca pulou animado com o boneco nas mãos. Christopher sorriu da empolgação do filho.— Pai, eu quero que a Luna venha brincar comigo aqui em casa.

Luna. A melhor amiga de Luca, Christopher queria muito conhecer a garotinha por quem seu filho tinha uma enorme amizade.

— Amanhã na escola eu falo com ela, ok?— Christopher fechou o notebook  que estava aberto na mesa e levantou-se pegando o filho no colo.— Agora vamos tomar um banho que daqui a pouco iremos buscar a vovó.— Saiu com o filho em direção ao banheiro.

Alexandra estava sentada na poltrona do avião quando seu celular tocou. Achando que era Christopher, a mulher atendeu sem nem olhar o visor. Escutando uma voz estranha começar a falar.

— Eu sei o que você fez.— A pessoa do outro lado da linha falou baixo. Alexandra cerrou os olhos não entendendo a acusação.

— Quem está falando?— Perguntou espremendo os lábios.

— Eu sei o que você fez.— Repetiu. Alexandra estremeceu.

— Do que você está falando?— Falou se abanando com o leque.

— Não falta muito para seu filho descobrir a verdade, nem ela.—Falou em tom assustador.

— Ela quem? Do que está falando?!— Perguntou um pouco mais alto.

— Dulce Blossom.— Só ouviu esse nome e a linha ficou muda.

Alexandra estremeceu ao ouvir o nome da ex-nora, aquilo era um assunto do passado. Não tinha que voltar à tona, era um passado morto e que ela fazia questão de enterrar. Tentando ver quem era, perdeu as esperanças ao ver o número privado. Porém ficou com aquilo na cabeça, alguém havia descoberto.

Dulce acordou e levantou-se indo para o quarto da filha. Observou Luna que dormia tranquilamente agarrada com sua boneca preferida, deu um beijo na bochecha da filha e saiu. Foi para a sala e sentou no sofá, pegou o celular ligou para a irmã. Anahí atendeu em um único toque.

— Irmã, como você está? Parece que ouviu meus pensamentos!— Anahí falou alto.

— Tudo bem, o que aconteceu para esse seu tom desesperado?— Dulce perguntou preocupada.

— Mana, eu estava no aeroporto de Manhattan. Estou voltando para o Guadalaraja hoje. E você nem imagina quem eu vi aqui no aeroporto!— Falou desesperada.— Alexandra Uckermann.

Dulce sentiu uma ânsia ao ouvir o nome de Alexandra. Ela nunca gostou da ex-sogra que sempre tentava infernizar seu casamento com Christopher de alguma forma.

— Nem me fale dessa mulher, Anahí. Eu não a suporto.— Dulce levou a mão a testa.— Ela nunca gostou de mim, e é recíproco.

— Pois é, ela não me viu mas eu fiquei observando. Eu nunca vou perdoá-la por ter enterrado meu sobrinho e Christopher sem que você e eu púdessemos nos despedir.— Falou em um tom triste.

— Nem eu, Anahí. Nem do meu filho e nem do meu marido eu pude me despedir.— Sentiu um nó na garganta ao falar. Aquela era uma das dores que ela sempre levaria consigo. Christopher e Luca não tiveram o adeus merecido, ela nem pôde ver seu filho pela primeira e última vez.