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Era tarde de uma sexta-feira, o tempo estava frio e indicava uma tempestade. Luca olhava atento para a enorme janela da sala, ele não gostava muito de chuva, tinha medo dos trovões e sempre dormia com o pai quando era noite de tempestade. Olhou um pouco e depois foi até a cozinha, observou o pai que estava com dois pratos de comida, sorriu e o acompanhou até a sala. Onde os dois sentaram e Christopher colocou o prato na frente do filho.

— Vamos comer, filho?— Christopher falou enquanto pegava a colher e mexia a sopa do pequeno para esfriar. Luca fez uma cara feia, ele odiava sopa.

— Não quero.— Cruzou os braços e olhou o pai que já sabia o drama que estava por vir.

— Filho, tem que comer tudo. Se não o papai não vai deixar você dormir com ele hoje.— Falou enquanto estendia a colher cheia de sopa para o pequeno que fechou os olhos e tomou a contra-gosto.— Muito bem, Luca. Sabe que o papai fica feliz quando você não faz manha para comer não é?

— Sim, papai.— Olhou o pai e depois pegou a colher começando a tomar a sopa. Era melhor tomar do que não dormir com o pai.

Christopher também estava tomando sua sopa quando seu telefone tocou, levantou-se e foi até a pequena mesinha que havia na sala, olhou o visor e viu que quem estava ligando era sua mãe. Atendeu e a mulher logo começou a tagarelar em seu ouvido.

— Como está meu neto ?— Alexandra perguntou com o tom de voz preocupado.— Ainda acho que você deveria ter deixado Luca comigo, Christopher. Você não tem tempo para cuidar dele direito, ele está dormindo no horário certo?

Christopher revirou os olhos, sua mãe já havia dito várias vezes antes do mesmo viajar, que Luca deveria ficar com ela pois a mesma sim sabe cuidar do neto direito. Christopher rebateu e disse que levaria sim o filho com ele, já que Luca era a coisa mais importante de sua vida e não ficaria longe dele. Luca também não ficaria bem sem o pai, já estava sem a mãe e tinha que ficar com seu tutor, ou seja Christopher. Que pelo menos o menino teria uma figura paterna já que a materna não era possível. Conversou um pouco com sua mãe que a todo momento lhe dava instruções sobre como cuidar de Luca e depois finalmente voltou a comer. O garoto já havia terminado e foi assistir algum desenho na televisão da sala enquanto Christopher trabalhava no notebook.

Dulce estava ajudando Luna a fazer a lição de casa já que a mesma ficou adiando desde que chegou da escola, essa semana Luna estava muito animada para ir para a escola, e olha que era apenas a primeira semana. Falava de um garoto que conheceu no primeiro dia de aula, Dulce perguntou o nome e a menina disse que havia esquecido.

— Acabei, mamãe.— Luna falou e largou o lápis na mesa. Dulce sorriu para ela.

— Muito bem, minha pequena.— Começou a guardar as coisas da menina na mochila.— Como foi na escola hoje?

— Legal! Eu e o Luca brincamos bastante, mãe.— Falava enquanto pulava mostrando a alegria para a mãe que parou ao ouvir o nome do colega da filha.— Ele é meu amigo preferido.

— Luca?— Perguntou enquanto se abaixava e ficava na altura da filha.— O nome do seu coleguinha é Luca, filha?

— Sim! É igual o nome do meu maninho né, mamãe?— Falou e pegou a boneca que estava na cadeira e foi correndo para o quarto.

— Não corre, filha. Pode cair.— Falou um pouco alto para que Luna escutasse.— Luca...— Pensou em seu menino, que coincidência! Sua filha era amiga de um garoto que se chamava Luca, que seria o irmão dela. Seu bebê, seu menino que mesmo ela não conhecendo, amava tanto quanto amava Luna.— Meu filho.— Fechou os olhos e pensou que seu filho teria a mesma idade que o colega de Luna e ainda por cima o mesmo nome. Mas haviam vários meninos com o mesmo nome, assim como haviam meninas que se chamavam Luna. Era apenas uma coincidência da vida.

E lembrou da pequena discussão que teve com Christopher ao escolher os nomes dos bebês. Sorriu.

— O nome do meu filho vai ser Luca!— Dulce falou olhando para o marido que revirou os olhos.

— Poxa, amor. Eu deixei você decidir o nome do menino, posso escolher pelo menos o da menina?— Christopher ficou a barriga dela.

— Tudo bem, mas nada de nomes extravagantes. Por favor.— Sorriu.

— Que tal, Luísa? Pra combinar.— Falou, Dulce negou com a cabeça.— Lais ?— Negou.— Lana ?— Negou de novo.— Lívia?— Negou. Ele suspirou e olhou um panfleto que estava em cima do criado-mudo, foi um dos restaurantes que eles visitaram quando viajaram para Cancún, o restaurante se chamava "Puerto de la Luna." Christopher sorriu e disse.— Luna!

Ao ouvir o nome, Dulce sorriu e abraçou o marido, era um nome tão lindo e ainda combinava com o nome de seu bebê. Luca e Luna, eram as coisas mais importantes da vida deles.

O Que A Vida Me Roubou Onde histórias criam vida. Descubra agora