Capítulo 45

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Boa leitura!

Jorge Blanco

Às 16:00 minha mãe e eu embarcamos rumo à Seattle. Meu coração estava apertado. Desde que eu me despedi da Martina, o meu coração está quebrado. Eu queria abraçar ela e prometer que sempre vou estar ao seu lado, mas isso não é verdade. Nós precisamos dessa distância. Eu preciso me reencontrar, ser feliz e superar esse amor sufocante que sinto por ela, e a mesma precisa se encontrar novamente.

Desde o seu término com o Jonathan ela se sente assim, perdida. Eu odeio o fato de ela se sentir assim. Esse cara sugou todas as energias e amor próprio que a minha garota tinha.

Foram anos maltratando e afundando ela. Cada lágrima, angústia e tristeza que eram derrubadas em meu abraço, destruíram cada vez mais a mim. Cada vez que ela corria para me abraçar após uma discussão, eu queria arrancá-la de lá e fazê-la esquecer todo o sofrimento que o Jonathan causou.

Eu aprecio o amor dela pela mãe apesar de tudo, mas isso não podia colocar a nossa relação em risco. Ela não pode simplesmente terminar comigo e voltar com o ex-namorado porque a mãe pediu. Apenas ela sabe o que sente e o que deve fazer.

Saber que ela faria isso me deixou orgulhoso e magoado ao mesmo tempo.

Orgulhoso por saber que ela perdoa a mãe e não guarda mágoas pela sua ausência. Lilian, a mãe da Martina, sempre foi muito ausente na vida dela. O pai que sempre protegeu e cuidou dela. Era um grande homem e eu o amava muito. Porém infelizmente veio a falecer quando ainda éramos novos.

Magoado por saber que a nossa relação não era tão importante para ela como era para mim. Eu sempre soube do amor dela, mas sei que ele só seria aflorado se não fosse pelo Jonathan, quando ele me expôs na frente de todos naquele churrasco.

Depois daquele dia a Tini começou a me olhar de outra forma. Ela percebeu que poderia sentir algo a mais por mim.

Nossos momentos foram incríveis, mas eu não posso ficar mendigando e implorando pelo amor dela. Por isso sei que esse tempo será bom principalmente para ela entender o seu amor pelo ex-namorado e por mim.

Quero a minha garota inteira. Quero ser o dono dos seus sorrisos mais sinceros, quero deitar-me com ela e fazer os planos mais bobos para o nosso futuro, mas quero ter a certeza de que ela também planeja esse futuro.

Às 20:00 de terça-feira chegamos no hotel.

- Você tem certeza disso, Jorge? Quer mesmo me ajudar aqui? Eu não vou ficar chateada filho. Eu só não sabia que você tinha um amor em São Paulo.

- Como você sabe dela?- pergunto confuso. Eu ainda não tinha falado da Tini para a minha mãe. Pelo menos não do nosso namoro, apenas a amizade.

- Eu passei um tempo longe sim, mas não o suficiente para não reconhecer quando o meu filho está sendo muito feliz e amando. Posso ser velha, mas não boba.

- Está tudo bem, mãe. Eu vou ficar bem e estar aqui vai me ajudar muito.- suspiro, chamando o elevador para ir até o quarto.

- Bom, eu fico feliz e triste por saber que você superou a Tini. Ela era uma garota adorável que não entendia o valor que tinha. E acima de tudo, não percebia que o homem ideal estava ao seu lado.- tento não rir.

- Então mãe, a garota é a Tini.

Os olhos da minha mãe quase saíram do lugar por tamanho susto que a mesma levou.

- Oh meu Deus! Eu não acredito nisso!- diz assustada.

- Eu sei, ainda é estranho pensar que deu certo.

- Pois você vai voltar para o Brasil amanhã mesmo. Onde já se viu você deixar o amor da sua vida assim? Você tem que voltar. Eu vou ficar ótima, é sério.

Fico triste por ter que contar o nosso término.

- Nós terminamos antes de eu vir para cá.

A única coisa que eu sinto é um tapa na minha nuca. Espera aí, minha mãe me bateu?

- Você está ficando louco?- grita, se esquecendo de onde estamos.

- Ai.- grito assustado por receber mais um tapa.- Doeu.- resmungo, alisando a nuca.

Continua
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