Boa leitura!
Martina Stoessel
Cinco meses depois
Bom, hoje completam cinco meses que eu e o Jorge voltamos a nos falar e tudo está correndo muito bem. No exato momento eu estou desembarcando em Seattle. São 15:30 e eu sei que ele está na empresa, tendo uma reunião com a sua mãe. Pretendo chegar de surpresa e surpreendê-lo.
A ansiedade é a minha pior inimiga. Eu não consigo pensar direito, só quero ir até ele e não soltar mais. Foram muitos momentos longe dele. Eu me formei, assumi o cargo novo na editora e evoluí humanamente falando. Aprendi muitas coisas novas e me livrei de outras que apenas me destruíam lentamente.
Garras do passado, mágoas, tristezas guardadas, arrependimentos, tudo foi deixado no passado, onde sempre deveria ficar.
Chego na empresa da mãe dele e me surpreendo pela beleza. É enorme e muito linda. Sinto um orgulho gigantesco pelo meu garoto e tudo que ele está conquistando.
O elevador parece não chegar em seu andar e eu já estou quase roendo as minhas unhas. Céus! Por que tanta demora?
As portas se abrem e eu vejo a Talita, recepcionista do andar dele. Já nos conhecemos virtualmente e ela é um amor comigo. Assim que me vê, seus olhos se iluminam e ela corre para me abraçar.
- Eu nem acredito que você está aqui, menina. O senhor Blanco vai pirar.- sorri, me abraçando mais forte.
- Como é bom te ver pessoalmente. Tomara mesmo. Ele nem imagina que eu estou aqui.- sorrio nervosamente.
- Já vou me preparar, ele com certeza vai querer cancelar os compromissos de hoje. Só tem mais um, após a reunião com a senhora Blanco.
- Que bom! Eu posso esperar ele aqui?
- Pode sim. Senta aí, vamos papear. Só não te levo na sala dele porque a chave está com a Sofia.- ela faz uma careta ao mencionar o nome da suposta amiga do Jorge.
- Por que a careta?- pergunto receosa.
- Ai, não é nada. Eu que implico com ela.- força um sorriso.
- Fala logo.- resmungo e ela suspira.
- Olha, eu não gosto nadinha dela. Ela me parece falsa. Finge uma coisa com o patrão e é outra por fora. Eu não quero colocar minhoca na sua cabeça, até porque você mora longe, mas fica de olho nela.
- Você acha que ela está interessada no Jorge.
- Sinceramente? Acho que sim. O senhor Blanco é muito ingênuo para perceber isso, mas eu sei que você não é.
- Obrigada! Eu vou ficar de olhos bem abertos nela sim. Eu já tinha minhas desconfianças, mas o Jorge é sonso ou se faz.- resmungo e ela cai na risada.
As portas do elevador se abrem e o bonito chega, acompanhado da Sofia, que está agarrada nele, rindo, muito alto por sinal.
Ele congela ali e abre um sorriso tão lindo e enorme, que toda a raiva momentânea passa, dando lugar para toda a saudade acumulada.
Corro para os seus braços e ele faz o mesmo, me apertando.
- Meu amor.- diz inconformado, alisando o meu rosto.- Você está aqui! É real.- diz e então me beija.
Um beijo apaixonado, saudoso, cheio de amor e carinho. Que saudade eu senti dos seus braços me apertando, suas mãos me enlançando mais ao seu corpo e todo o amor que ele transmite no seu beijo.
Ficamos por minutos a fio ali, só nós dois naquele momento.
Ouço uma tossida leve, e sei que é da Sofia. Ignoro e continuo beijando o meu amor, a saudade é tanta que eu nem estou envergonhada pela demonstração pública de afeto.
- Eu te amo!- ele sussurra quando nossos lábios se separam, mas mantém as nossas testas juntas.- Eu te amo muito Martina. Muito mesmo.- beija meu rosto em vários lugares.
- Eu te amo tanto! Eu não quero ficar longe de você. Eu tava com saudade.- digo manhosa, acariciando sua nuca e ele sorri bobo, me beijando novamente.
- Eu nunca vou deixar você, bobinha.- toca em meu nariz com o indicador e depois alisa o meu rosto novamente.- O meu coração sempre esteve no Brasil, com você, no lugar dele.- sorrio e assinto, beijando-o novamente.
Nos soltamos finalmente, mas o Jorge trata de me puxar para si e se coloca atrás de mim.
- Talita, tem como você cancelar a próxima reunião? Remarque ela.
- Sim senhor.- sorri e volta ao seu computador.
- Deixa eu te apresentar oficialmente. Martina, essa é a Sofia e Sofia, essa é a Martina, o grande amor da minha vida.
Tento não reparar na careta que a mesma faz ao ouvir o que o Jorge diz. Forço um sorriso bem falso e cumprimento ela.
- Olha só se não é a minha norinha que está aqui.- a mãe do Jorge diz, animada.
- Mãe, sem escândalos.- Jorge pede e ela ignora.
- Eu que chamei ela e mostrei tudo, você fica quieto.- manda e ele revira os olhos.- Vem cá querida.- me puxa para um abraço apertado. Que saudade!
Continua
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Laços de Amizade
Romance"Eu amo essa mulher. Amo de uma forma que nunca entendi ou fui capaz de sentir por ninguém. Ela é o meu ponto fraco. Se ela diz que o seu dia está mau, eu sou capaz de dar-lhe o mundo para vê-la sorrir. Eu preciso dela como preciso de ar para respir...