Capítulo 55

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Boa leitura!

Martina Stoessel

- Como assim não sabe mais o que pensar? Você tem que se orgulhar de mim. Você não dizia que eu tinha que confiar mais em você e em mim mesma?

- Sim, mas..

- Então Jorge, eu confio em você. Você só está falando isso porque está com ciúmes. O Jonathan não tem nada comigo, somos apenas bons amigos. Eu perdoei ele e ele mudou. Ambos fazemos terapia no mesmo lugar e discutimos sobre isso às vezes. Ele me ligou porque tinha acabado de sair de lá e estava cheio de pensamentos.

- Eu não gosto da ideia dele estar 100% do dia ao seu lado, Martina. Ele compartilha mais coisas do que eu, fala mais como você do que eu que sou..- para de falar.

- É o quê? Nós nem temos nada sério, Jorge. Você nunca me disse o que pensa de um possível namoro, de algo sério. Nós somos o que éramos antes de tudo.

- Como assim? Não tem nada igual, Martina. Eu te amo e digo isso todos os dias.

- Mas nem só de eu "Eu te amo" vivem os casais. Você não conversa sobre o nosso relacionamento, apenas diz que me ama após o fim de uma ligação.

- Eu não acredito em relançamentos à distância.

- Então você está dizendo que se ficar mais um ano aqui, não ficaremos juntos?

Ele fica em silêncio, absorvendo a minha pergunta.

- Não.

Ouvir aquilo me dói muito. Eu me desdobrei para estar aqui. Peguei férias que estava acumuladas, implorei para a dona Rita me liberar, me planejei há meses, viajei por horas e horas para ouvir que ele na verdade não quer nada comigo.

- Então sinceramente, eu não sei o que  estou fazendo aqui.- suspiro, me levantando.

- Espera, aonde você vai?- pergunta confuso.

- Embora. Já vi que perdi o meu tempo vindo para cá. Nós estamos insistindo em algo que não vai dar certo. Eu não vou esperar você enquanto a sua secretária se aproveita e dá em cima de você a cada dia. Eu mereço mais do que isso, Jorge.

- Tini.- suspira.- Eu só não sei se eu consigo.

- Custa tentar? Eu movi céus e terra para estar aqui com você. Caramba! Eu te amo Jorge. Eu não quero estar longe de você, poxa!

Ele se levanta e me puxa para os seus braços, beijando minha testa.

- Eu te amo! Me perdoa? Por favor? Eu sou um idiota.

- É sim.- resmungo e ele sorri.- Mas eu te amo demais para não perdoar.

Ele sorri, negando e puxa-me para um beijo como o que recebi quando ele me viu.  Um beijo apaixonado, saudoso, cheio de amor e carinho. Aquele tipo de beijo que você não quer terminar nunca. Do jeito que eu mais amo.

Ao final do beijo ele me abraça, sussurrando o quanto me ama e o quão linda eu sou.

- Namora comigo? De verdade e para valer?- pergunta com o olhar sobre o meu, da forma mais séria que já ouvi ele dizer.

- Claro que sim, namorado.- sorrio e ele me beija novamente.

O resto do dia foi maravilhoso. Passamos cada momento junto e eu lhe disse que ficarei apenas essa semana. Ele resmungou, mas entendeu que será assim e disse que logo logo voltará para o Brasil, juntinho a mim.

Hoje já é sexta, ainda tenho dois dias ao lado dele. Ao mesmo tempo quero sorrir e beijá-lo muito, mas também estou sofrendo. Serão longos meses longe dele.

Jorge me chamou para ir com ele até a empresa e assistir como tudo funciona. Estou animada, mas também com um pressentimento ruim. Estamos tão bem, não quero estragar tudo isso.

Chegamos bem cedo lá, apenas a Talita, sua recepcionista chegou. Passo um tempo com ela e volto para a sala do Jorge. Não dá nem cinco minutos e a Sofia chega, saltitante, chamando-o de lindo e beijando o seu rosto.

Sério, desnecessário demais né? Quando ela me vê se assusta, mas faz um cara que eu conheço muito bem. Ela está tentando tirar vantagem e plantar sementinhas em mim.

- Não te vi aí, querida.- sorri, vindo até mim.

Estendo as minhas mãos, cortando toda a intimidade e ela finge estar magoada. Jorge está nos assistindo.

- Martina, eu te fiz alguma coisa? Eu pensei que nós poderíamos ser amigas? Eu amo o Jorge e não quero estar mal contigo.

- Eu sei que ama mesmo. E sim, você faz coisas em todo o tempo. Poupe o seu discurso ou o que está pensando. O Jorge me ama e quer estar comigo. Qual a parte disso que você não entendeu. Sério, se valoriza, querida.

- Tini, por favor.- Jorge suspira, se aproximando.

- Como assim "por favor"?- pergunto indignada.

- Eu não estou fazendo nada, Martina. Eu gosto do Jorge, mas não dessa forma. Ele é o meu irmãozinho.

- Ah garota, nos poupe. Todo mundo aqui sabe das suas intenções, menos o Jorge porque ele é ingênuo demais. Pelo menos agora né? Nunca foi ingênuo assim, sempre foi ligeiro.- resmungo.- Para cima de mim com esse papo? Não mesmo! Para de ser cínica. Se ninguém te coloca no próprio lugar, eu faço.

- Martina chega!- Jorge grita após ver ela "chorando" bem falsamente mesmo.- Você está ultrapassando todos os limites.

Continua
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