Cap- 12

149 26 32
                                    

*Krist

Quando Singto me disse que eu poderia ir para a casa no final de semana eu nem acreditei, estudei muito ele em nenhum momento facilitou as coisas. E mesmo tendo passado horas e dias estudando muito durante esse ano, não me arrependo nenhum pouco. Singto me fez alcançar uma coisa que não imaginei que pudesse, ele fez com que eu me tornasse alguém diferente, suas atitudes me fizeram almejar ser como ele. É claro que tirando a parte arrogante que ele tinha, por melhor que ele fosse, Singto sabia quem era e qual o seu lugar no mundo dos negócios.

Ele tinha todo meu respeito e admiração, não só isso acredito que todo o ser dele, sua alma e mente brilhante me conquistaram, e com o passar dos dias me apaixonei profundamente e posso dizer que o conhecia, o que faz com que minha ida até em casa me preocupasse. Sei que Singto sabe se cuidar, e não passamos tanto tempo juntos, porém, como seriam suas noites sem que eu estivesse ao seu lado?

Quem o acalmaria após seus pesadelos? Quem seguraria em suas mãos ou acariciaria sua cabeça até  que seus gritos cessassem?

 A primeira vez que estive em sua casa e presenciei seus pesadelos, fiquei desesperado, não sabia o que fazer ou como agir, eram gritos de dor, de angustia que me fizeram chorar em imaginar que ele tivesse passado um trauma tão grande que faziam  com que seus gritos fossem  tão reais. Singto se debatia e pedia diversas vezes por socorro. Foi então que fui até ele, segurei em seu corpo como em um abraço, eu queria que ele parasse de se debater e comecei a falar repetidamente em seu ouvido.

- Não se preocupe eu estou aqui e vou te salvar.

Pouco a pouco os movimentos de seu corpo foram parando até que ele estivesse totalmente calmo e tranquilo, passei alguns minutos acariciando seus cabelos pois ele não soltava minha mão segurando forte, como se não quisesse que eu fosse, e através do meu toque sua respiração foi se normalizando até que enfim, senti que ele adormecera.

No dia seguinte foi como se não tivesse acontecido nada, acho que ele já estava habituado a esses pesadelos, pois outros vieram a diferença era que assim que eles começavam eu imediatamente fazia os mesmos movimentos e dizia as mesmas palavras fazendo com que eles não durassem. Notei que isso colaborou para que ele dormisse melhor o que lhe dava mais disposição todos os dias.

Nunca achei necessidade de contar isso a ele, fiquei com medo de que ele se sentisse vulnerável na minha frente e me afastasse, e isso eu não gostaria que acontecesse. Ele também nunca me perguntou sobre eles já que sabia que tinha esse tipo de sonho, era natural que me perguntasse ou seja nunca falamos disso, mas esse era o real motivo pelo qual comecei a dormir com mais frequência em seu dormitório ao invés do meu, eu só queria que ele tivesse uma noite de paz, porque eu sabia que seus dias eram intensos com tantas coisas. Me senti feliz e realizado ao vê-lo mais disposto e aos poucos notei que cada dia que se passava ele diminuía cada vez mais a quantidade de remédios para dormir.

Eu realmente não queria deixá-lo, mais também precisava conferir uma coisa em casa, então fui.

Quando estava quase pronto para ir, olhei para a janela e vi que Singto estava saindo, só que notei que ele estava com roupas de caminhada, talvez ele irá dar uma volta pelo campus ou ir para algum lugar misterioso quem sabe? Me perguntei várias vezes para onde ele ia toda vez que saia sem carro, mais quando perguntava para o porteiro, ele alegava não ter visto onde Singto foi. Resolvi então segui-lo, andamos por pelo menos uma hora em meio as arvores do campus em uma direção que nunca ousei ir, na verdade nem sabia  que existia.

Quando avistei de longe, Singto entrando em uma casa linda e pequena, mas com um jardim cheio de rosas vermelhas nem acreditei no que estava vendo. Que lugar é esse, e por que ele vem aqui? Será que para encontrar alguém? Não gostei nada da ideia e quando eu ia chegar um pouco mais perto meu celular começou a tocar, que ódio! Era meu motorista que já estava me esperando na portaria e agora eu teria que voltar e isso vai demorar. Então resolvi deixar para descobrir o que era aquele lugar e o que ele fazia ali outro dia.

Enfim te encontreiOnde histórias criam vida. Descubra agora