Cap- 17

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*Singto

Passei meu dia fora resolvendo alguns assuntos importantes, meus planos eram resolver o mais rápido possível e voltar para onde Krist estivesse, aliás eu sempre soube que hoje seria seu aniversário então eu o veria sem dúvida.

As coisas se complicaram, ao ter uma reunião com P'Jane, descobri que deveria me preparar melhor para o que me esperava no decorrer dessa viagem.

Quando dei por mim já estava tarde, imaginei que Krist estivesse em sua casa, com sua família ou amigos, então resolvi ir direto para nosso local separar algumas coisas que deixei por lá antes de ligar para ele, meus pensamentos eram que, até o final do dia eu o desejaria um feliz aniversário.

[...]

Seguindo rumo ao meu esconderijo de longe consegui avistar a sombra de uma pessoa e já me armei na possibilidade de que alguém tivesse descoberto aquele lugar. Porem, ao me aproximar fiquei ainda mais espantado, era mesmo Krist no chão? parecendo meio desnorteado e eu não entendi nada, porque ele não estaria lá dentro, será que está tudo bem? Então comecei a correr.

Quando me deparei com o corpo de Krist pelo chão completamente indefeso e vulnerável, achei que meu coração pararia na mesma hora, pensem em quem teria a coragem de fazer alguma coisa com meu amor daquela maneira e o quanto eu queria destruir quem ousou fazer isso. Mas agora não era o momento, antes eu precisava saber o que exatamente havia acontecido.

Corri com tal velocidade que quase cai, largando tudo que estava em minhas mãos, derramando meu corpo no chão e o colocando em meus braços, Krist estava em meio a tanto desespero que isso o cegou por um momento, fazendo com que ele não me enxergasse ali, mesmo sabendo que era eu quem estava presente, ele não associava minha presença.

Assim que finalmente entendeu quem o tocava, seu corpo se derramou sobre o meu, suas lagrimas conversavam com o tecido fino da minha camisa, transpassando para minha pele fria e desejei que elas adentrassem como palavras em meu coração, pois precisava saber tudo que ele teria a dizer, eu queria saber, mas sei qual a dor de tentar falar e nem saber por onde começar.

Minha reação foi acariciar seus cabelos e abraçá-lo com tanta força que o fizesse sentir seguro, precisava que ele soubesse que ali era o seu lugar e sempre seria assim enquanto estivesse ao meu lado. Que eu o protegeria de tudo e de todos com toda minha alma, mesmo que para isso eu enfrentasse o mundo e perdesse o que tenho.

Assim que senti sua respiração mesmo que em soluços controlados, achei que talvez ele quisesse falar, colocar para fora o que estava em seu interior poderia ser uma forma de alívio para seu coração, eu o entendia e aceitaria qual fosse o problema e o ajudaria a resolver mesmo que usando meus próprios métodos.

Ainda com meus dedos emaranhados em seus cabelos perguntei com minha voz doce, tom esse nunca utilizado com outras pessoas que não fossem meus pais, sabendo que eles não estão aqui a muito tempo, isso era uma coisa exclusiva a ele.

- Você quer falar o que aconteceu?

Krist respirou fundo, se levantou a ponto de encarar meus olhos, e levou um certo tempo até que encontrasse coragem suficiente para dizer algo.

-Na verdade eu não sei muito que dizer, porque nem mesmo eu entendo o que de fato aconteceu. (ele começa a mexer em seus dedos freneticamente para tentar se conter e não chorar novamente enquanto se expressava) Eu sempre tentei ser o melhor possível para minha família, sempre com o sonho de assumir os negócios e continuar o legado do meu pai mesmo que não fosse o primogênito, abrindo mão de mim mesmo por acreditar que um dia meus pais me veriam ou sentissem orgulho de mim. Mas eu nunca recebi nenhum retorno por parte deles, e sempre me contentava com as migalhas que me ofereciam. Acredita que eu esperava um ano inteiro apenas para ter a chance de fazer uma refeição com a minha mãe?

Enfim te encontreiOnde histórias criam vida. Descubra agora