Rafaella entendia o espanto da amiga, até porque para ela que conseguia ver Gizelly, ainda era difícil entender como tudo isso podia acontecer.
- Nada de médicos, Bianca, estou perfeita. - E, dirigindo-se a Gizelly acrescentou: - Não vai ser fácil.
- O que não vai ser fácil? Perguntou Bianca.
- Não falava com você...
- Tá bom, você falava com o fantasma. Ele está aqui neste escritório?
Rafaella a lembrou que se tratava de uma mulher e informou-lhe que ela estava sentada ao seu lado, na quina da mesa. Bianca a olhou, pensativa, e passou, lentamente, a palma da mão em toda a mesa de sua sócia.
- Olhe, já sei que muitas vezes você ficou brava com minhas brincadeiras, Rafa. Eu sei que em algumas peguei pesado. Porém, a sua pegadinha não tem graça nenhuma, você está me deixando assustada. Você não está se vendo, mas está com cara péssima.
- Estou cansada, dormi pouco, porem por dentro estou ótima. Não tem nada de errado comigo. – Inteirou – Bia deixe me trabalhar, você é minha amiga e sócia, não minha psiquiatra... NÃO, eu não preciso de uma.
Bianca pediu-lhe que não fosse à reunião que teriam mais tarde, para assinar um contrato. Conseguiria que a adiassem.
- Amiga, você não se dá conta do seu estado. Você está dando medo.
Rafaella levantou-se, chateada, pegou a carteira e foi em direção à porta.
- Certo, eu dou medo, tenho cara de alucinada, então vou para casa. Afaste-se! Deixe-me sair! Vamos, Gizelly!
- Você é uma atriz global, Rafaella, sua representação é incrível!
- Não estou representando, Bianca. O que acontece, é que você... como eu o diria?... Não consegue imaginar o que estou vivendo. Não a culpo, a verdade é que eu evoluí muito nesse sentido, desde a noite anterior.
- Amiga, você se dá conta da história que me contou? É sensacional!
- Sim. Olhe, não se preocupe com nada. É realmente bom eu ficar de folga hoje, assim, eu posso descansar. Eu agradeço. Virei amanhã e tudo ficará bem melhor.
Bianca aconselhou que ela ficasse mais dias em casa, pelo menos até o final da semana, uma mudança sempre seria benéfica. E que ela ligasse a qualquer momento se acontecesse alguma coisa, fosse o que fosse.
Rafaella agradeceu com ironia, saiu do escritório e desceu as escadas. Ao sair do prédio, procurou por Gizelly no estacionamento.
- Você está aqui?
Gizelly apareceu sentada sobre o capô de seu carro.
- Estou criando um monte de problemas para você. Eu sinto muito.
- Não, não sinta muito. Além do mais, não faço isso há tempos.
- O quê?
- Férias! Todo dia trabalho, sem faltar!
Da janela, Bianca olhava sua sócia falar sozinha, abrir, sem qualquer razão a porta para a acompanhante e fechá-la, dar a volta no carro e sentar-se ao volante.
Rafaella, apoiou as mãos no volante e suspirou. Logo, olhou fixamente para Gizelly, sorrindo em silêncio. Ela, sentindo o olhar, devolveu-lhe o sorriso.
- É irritante que achem que você está looouuca, não é verdade?
- Por quê? Minha explicação foi assim tão confusa??
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E Se Fosse Verdade - GiRafa
Roman d'amourGizelly é uma médica empenhada, mas tudo muda após envolver-se em um acidente. Seis meses depois, ela se vê no seu apartamento conhecendo alguém que mudaria a sua vida. Adaptação do livro: E se fosse verdade de Marc Levy com o shipp Girafa (Gizelly...