(S/n) PoV.
—Ilha, ilha, ilha!— Luffy cantarolava, animado.
—Ilha, ilha!— Chopper se juntou a ele.
—Ilha! Vamos ancorar, Nami!— Usopp gritou em direção a navegadora.
—Pra quê? Ainda estamos com o estoque cheio.
—Eu sou o capitão e eu decido se vamos ou não atracar!— Luffy ordenou.
—Nami, deixe.— Aconselhei. —Eles só querem "esticar as pernas".
—Ah... Eles sempre querem descer na primeira ilha que vêem. Não aguento mais.— A ruiva desabafou, passei a mão em suas costas em forma de consolo.
—Falando nisso,— comecei. —Essa ilha tem um formato bem estranho, não acha?
—Hm?
—A montanha parece reta ou é paranóia minha?
—Agora que você mencionou...
—É verdade, haha!!— Luffy apareceu atrás de nós.—Vamos ancorar! Sinto cheiro de aventura!!!— Saiu saltitando.
—Aí, aí...— Nami apoiou os braços no parapeito do navio. —Lá vamos nós de novo...[...]
Quando chegamos ao porto, pela nossa surpresa, não vimos uma alma viva sequer na cidade. As casas estavam todas fechadas, com madeiras nas janelas e portas lacradas, porém, sem nenhum sinal de abandono, há não ser que todos os cidadãos tenham saído um ou dois dias antes de chegarmos. O silêncio e tranquilidade da cidade era assustador, era como se todos os habitantes tivessem desaparecido do dia pra noite. A atmosfera da vila de causava arrepios na espinha.
—Não tem nada aberto?— Sanji questionou.
—Hoje é feriado? Talvez eles estejam viajando...— Usopp balbuciou.
—Não que eu saiba.— Respondi.
Algo se mexeu em uma moita. Todos pararam imediatamente. Chopper se "escondeu" atrás de minha perna. Se mexeu mais uma vez, e de lá saiu um guaxinim.
—Chopper, não me de um susto desses.— Disse Luffy.
—Estou aqui, seu idiota!— Chopper acertou um soco na nuca de Luffy.
Chopper voltou a se esconder atrás de minha perna, quando notei, o peguei no colo e o levei comigo pelo resto da caminhada.
—Realmente não tem nada nesta ilha. Vamos embora?— Nami propôs.
—Espere, ainda não fomos na montanha quadrada!— Luffy apelidou a montanha, que não tinha nada de quadrada, só o lado esquerdo era reto, algo que era claramente feito pelo homem, mas, como estamos no novo mundo, não dá para duvidar de nada.
—Luffy, talvez seja só algum QG da Marinha abandonado. Não tem uma alma viva aqui, só vamos embora logo.
—Não! Eu sei que tem algo estranho na montanha!— Luffy protestou. Ele realmente haje como uma criança, infantil e ingênuo.
—Sinto algo muito estranho nesse lugar.— Começou Zoro. —Por que diabos todas as pessoas trancariam as janelas e portas de suas casas? Parece algo muito estranho...
—É como se algo perigoso estivesse a solta, por aí.— Completou Sanji.
—As casas estão todas bem cuidadas, as frutas das feiras estão frescas, é como se todos sumissem de uma hora para outra.— Robin passava a mão pelas maçãs postas na mesa embaixo de uma tenda.
—Realmente estranho... O que será que aconteceu com todos?— Perguntei.
—Algum bicho provavelmente comeu todo mundo...— Usopp tentava amedrontar Chopper.
—Se tivesse comido, haveria manchas de sangue para todos os lados.— Robin gesticulou.
—Não diga coisas tão macabras!— Usopp gritou de longe.—Se tivesse um monstro aqui ou algo do tipo, ele deixaria pegadas, não? Viram alguma? Não! Então não tem nada nesta ilh-
—Acabei de encontrar uma.— Robin apontou para a pegada que média quase quarenta centímetros. Todos nós nos amontoamos para ver.
—Bakeneko. Legal!— O capitão comentou.
PS: bakeneko é um animal da mitologia japonesa, quando um gato faz 100 anos, ele se torna um bakeneko e sua calda se parte em duas, e ele ganha alguns poderes.
—Seu idiota! Não brinque com essas coisas!— Usopp bateu em sua cabeça.
—Eu não disse que havia um navio na baia?— Ouvimos uma voz feminina desconhecida vindo da imensa floresta. Zoro sacou suas espadas com rapidez.
—Oh! Não se precipitem— um homem alto de cabelos loiros jogados para trás saiu de dentro dos arbusto. O homem usava roupas elegantes, era provavelmente um figurão importante, se haver esse tipo de coisa na ilha.— Vocês são meus novos convidados, podem vir comigo se quiser.
—Somos piratas.— Zoro rugiu firmemente.
—Também somos.— O homem sorriu. —Sou Gild "Bugsy" Siegel. É um prazer imenso, Monkey D Luffy. Estendeu a mão para Luffy, que a apertou de volta.
—Qual é a da montanha quadrada?— Perguntou sem formalidade alguma.
—Aquele é o meu bar, vamos para lá, vocês todos vão adorar.
— O que aconteceu com a cidade?— Sanji deu um passo a frente.
—Esta parte da ilha sempre teve muitas tempestades, então os moradores foram indo embora por botes. O último saiu está manhã.
—E por que tem madeiras nas janelas das casas?— Robin questionou.
—As chuvas diárias causavam um belo estrago. As pessoas tiveram que tomar suas próprias precauções, até que não aguentavam mais e decidiram-se que mudariam para a ilha mais próxima.— Explicou calmamente. Permanecemos quietos. Aquilo definitivamente estava estranho.
—Sigam-me, mostrarei a vocês o que é festejar de verdade.— Ao mesmo tempo,a mulher de antes sai do arbusto, ela tinha cabelos rebeldes prendidos em dois rabos de cavalo. Um visual tanto quanto exótico, com fitas no cabelo, pulseiras e brincos enormes de cores berrantes. —Ah, e esta é minha assistente, Janette.
—Olá.— Sorriu de orelha a orelha.
—Você falou que era um pirata, não falou tio?— Luffy o olhou.
—Sim, mas estou com minhas atividades piratas pausadas. Atualmente quero usar o tempo apenas para o meu bar.
—Qual era o nome do seu bando?
— Éramos os Piratas Bugsy. Venham comigo, vou mostrar-lhes um atalho para a montanha.
Seguimos o homem até o local prometido, dava para ouvir o som antes mesmo de entrar. Ele apertou um botão camuflado e uma porta surgiu ao pé da montanha. Era o elevador que nos levaria até a grande festa que ocorria nos andares a cima de nós.
—Sejam muito bem vindos!— A porta se abriu. —Hoje é um dia muito especial! Hoje o Bar Bugsy completa um ano!— Bugsy anúnciou em um microfone que aparecera do nada. Os convidados aplaudiram. A casa estava cheia, dançarinas com vestidos de tule lilás, ou azul, transparente circulavam o lugar. Garçons vestiam ternos refinados, e a música estava alta nas alturas.
—Uau! Você não disse que era uma festa chique dessas. Podemos voltar ao navio para nos arrumarmos-— Nami foi interrompida pelo dedo do anfitrião.
—Não será nescessário. Temos vestimentas para todos. Apenas sigam Janette e ela mostrará os vestuários para vocês.—O dos homem é por ali. Meninas, me sigam.— A assistente tomou a direção.
—Não acha estranho demais?— Sussurrei ao ouvido de Robin. —Eles convidam estranhos para festas importantes...— Robin me olhou com um olhar sério, que dizia: concordo.
—Não se preocupem com as roupas, é tudo por conta da casa.— A mulher puxou uma arara cheia de vestidos lindos. Nami usava um vestido liso, curto, colado vermelho. Robin, um preto rendado que descia até os pés. E eu, um verde com detalhes em branco, era longo como o de Robin, porém, rodado.
A pista de dança estava cheia, alguns desconhecidos dançavam lentamente com as dançarinas. Ao longe, vi Luffy, por mais que estivesse de terno, ainda calçava seus chinelos. Usopp usava uma gravata borboleta e uma calça com alças, Chopper, também com uma gravata borboleta, comiam sem parar nas mesas, Zoro estava em um terno azul marinho e, Sanji, bem, estava como sempre, Brook, estava pedindo pra ver a calcinha de alguma coitada e Franky bebendo seus refrigerantes, não sabia onde Jimbe estava.
A música lenta começou, um rapaz tocou no meu ombro e me pediu por uma dança, ele estava com roupas parecidas com as dançarinas (não que estivesse de vestido) então logo tracei os paralelos e aceitei. Formou-se uma roda, o dançarino fazia movimentos lentos, então conseguia o acompanhar. Olhei para os lados e vi Nami dançar com um homem mais velho, também vi Sanji, ele parecia adorar a moça o abraçando enquanto dançavam, seus olhos estavam em formato de coração, só consegui fazer um gesto de negação com a cabeça.
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Freedom Is All I Want- Imagine Sanji
FanfictionEstava presa. E não percebia nada. Não ousaria enfrenta-lá. Até que aquele dia em que nós brigamos e eles me mostraram o que é viver de verdade. Posso ter certeza de uma coisa. Viver presa não é viver. A partir de hoje, serei mais livre que os pássa...