(S/n) PoV.
Já era de manhã.
Estávamos tirando as pessoas de dentro do prédio. Havia bem mais pessoas do que imaginávamos. Na festa, só os jovens estavam presentes. Tinham idosos e adultos homens escavando túneis que continham água, crianças e mulheres trabalhavam na limpeza e cozinha. Todos eram do vilarejo, foram trazidos pra cá a força, com Bugsy ameaçando afundar a ilha em uma grande tempestade com todos juntos, então obedeceram. Outros nos disseram que Bugsy chegou aqui a um ano atrás, e que sequestrava as pessoas desde então, os primeiros foram os homens adultos, depois as mulheres mais jovens, até que há alguns dias os últimos idosos foram levamos para lá. Uma idosa me falou que já ouvira a sua história, que Bugsy era apenas um garotinho quando piratas mataram sua família e o obrigaram a trabalhar no navio, sempre o chamaram de "imprestável" ou que se trabalhasse lá, sua vida inútil teria algum propósito. Ele acabou por fugir, mas ao contrário de fazer algo como, por exemplo, justiça, tentar libertar outras pessoas que estavam sendo escravizadas, ele seguiu pelo mesmo caminho.
O que me alegrava era ver as crianças, que estavam no ápice da alegria, corriam pra lá e pra cá, e dava pra ouvir suas risadas de longe. Algumas garotinhas apertavam as bochechas do Chopper, e os meninos ficavam fascinados com Franky, Brook dava piruetas e cantava diversas músicas, enquanto Luffy e Usopp dançavam com palitos nos narizes. Nami me disse que estava com uma forte dor de cabeça, Chopper afirmou que ela estava desidratada, assim como Jimbe, o que faz sentido, afinal, Bugsy havia os pego para roubar a água em seu corpo, e conseguiu. Sanji, que tinha acabado de fazer um curry, saiu distribuindo pelas pessoas. Quando chegava perto das mulheres, falava cantadas elaboradas e fazia gestos românticos, porém, quando chegou perto de mim, me oferecendo um prato da sopa, não me falou nenhuma cantada, nem algo que insinuava uma. Achei estranho logo de cara, mas apenas agradeci e peguei o prato quente.
Não sei o porquê, mas estava meio pra baixo. Estava feliz por todas as pessoas da vila estarem finalmente livres, mas... Não consiguia ficar feliz. Sou tirada dos meus pensamentos quando Sanji passa por mim, carregando pratos, senti uma necessidade imensa de conversar com ele, não tinha nenhum assunto ou motivo para conversar com ele, apenas queria. Pensei na primeira coisa que veio na mente e fui correndo em sua direção, o esperei terminar de servir os pratos e segurei o seu ombro.
— Sanji...— Sorri feito uma idiota quando ele se virou pra mim com um sorriso simpático.— Como estão suas costas?
— Ah, não se preocupe, (S/n)-chan, Chopper me tratou e agora estão bem melhores. E você?— Pegou uma concha cheia da sopa na panela, a derramou no prato e me entregou.
— Sim, estou bem. Me machuquei um pouco na luta, pequenos cortes, mas nada que se compare.— Apontei para as ataduras que enfaixavam suas costas.
— Nem foi tão grave assim, Chopper me disse que não vai nem deixar cicatriz.
— Sério? Sortudo você, não?— Ele sorriu e concordou, aquilo derreteu meu coração.
— Oe! Sanji-kun!— Algumas garotas gritaram chamando por ele.
— Vá em frente.— Dei uns tapinhas no seu ombro.— Depois conversamos. Aproveite.— Sorri pra ele, que sorriu de volta, e foi servir as meninas.
De repente, não queria mais festejar nossa vitória, não queria comer, cantar, dançar... Queria apenas ficar sozinha, com meus pensamentos. Aquilo não tem saído da minha cabeça há dias. Precisava saber o que estava sentindo. Fui para o alto de um pequeno morro, onde em seu pé, alguns meninos jogavam bola, isso seria uma ótima desculpa: olhá-los brincar. Sentei no chão e refleti por alguns instantes até que sinto uma mão no meu braço, ou melhor, casco. Chopper estava do meu lado com uma feição preocupada.
— Aconteceu algo, (S/n)?
— Não, por quê?
— Você parece triste.— Ele se sentou ao meu lado.— Quero ajudar a todos que se sentirem mal de qualquer forma, mesmo que não seja causado por uma doença.— Meus olhos estavam marejados. Aquilo me entregou.-- Pode me contar, prometo que não vou falar pra ninguém.—Não conseguiria mentir para aqueles olhos enormes e fofos.
—...Ok...— Respirei fundo e soltei.— Eu... Acho que tenho uma... Queda... Por alguém da tripulação...— Desviei o olhar, envergonhada.
— É? Quem é?— Seu olhar era tão inocente e fofinho, tinha que me segurar para não o apertar até esmaga-lo. O peguei e coloquei no meu colo.
— É o... Sanji...
— Sanji?
— É... Não sei como me apaixonei por aquele tarado... Mas não sou eu que controlo...
— E você está chateada por que ele fica cantando as outras meninas?
— Não exatamente... Não ligo muito pra isso, afinal, nenhuma garota dá bola... Mas, ultimamente, ele tem parado de dar em cima de mim... Acho que ele só me vê como amiga mesmo...
Chopper olhou pra baixo, aparentemente triste.
— Ei, Chopper, não fique assim...— Fiz carinho na sua cabeça.— Não precisa ficar triste por causa disso...
— Acho que você deveria contar pra ele, (S/n).—Chopper, sendo Chopper. Com a inocência de uma criança.
— Eu... Vou tentar...Capítulo mais curto hoje, mas calma que lá vem bomba.
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Freedom Is All I Want- Imagine Sanji
FanfictionEstava presa. E não percebia nada. Não ousaria enfrenta-lá. Até que aquele dia em que nós brigamos e eles me mostraram o que é viver de verdade. Posso ter certeza de uma coisa. Viver presa não é viver. A partir de hoje, serei mais livre que os pássa...