XXV

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(S/n) PoV.

Ouvi um enorme barulho, seguido por passos, me virei para trás pra saber de quem eram, mas, quando vi, haviam duas espingardas apontadas na minha cabeça. Eram fuzileiros navais.
—Não! Me larguem! Ah!— Berrei, um deles havia fincado uma faca meu braço direito.
— (S/n)!!
— É o perna negra, vamos levá-la ao navio antes que ele chegue.
Os dois me levaram, pela grossa corda do arpão. Minhas mãos, estavam retidas, então não consegui usar os meus chicotes.
— Aonde pensam que vão?
Sanji surgiu, atrás de mim e dos soldados. O tom de sua voz deixava clara a sua ira.
— Merda... Rápido! Soldados, fogo!- Um deles gritou, e pudemos ouvir disparos. Os dois homens continuaram correndo comigo imobilizada nos braços. Senti algo caindo sobre as minhas costas; estava chovendo, porém, não era uma chuva qualquer, nuvens negras estavam sob nossas cabeças; uma forte tempestade estava por vir.
Estávamos quase chegando ao navio inimigo, até que Sanji nos alcançou e chutou as costas de um, fazendo o outro perder o equilíbrio e cair na água, junto comigo.
Com minha arma, agarrei as madeiras das velas e me joguei para dentro do navio, caindo de costas no deck, Sanji, com seu Sky Walk, veio atrás de mim.
— Você está bem?— Fiz que sim, ainda zonza.— Seu braço está... Sangrando. Deixe comigo.
Ele retirou sua gravata, desfez o nó e a amarrou no local do ferimento.
— Isso vai parar o sangramento. Pelo visto, vamos ter que lutar, consegue?
— Consigo.
— Ótimo. Levante-se, eles estão vindo.— Murmurou, me ajudando a levantar.
— Puxem os remos!— Ordenou um soldado.— Chamem o capitão! Digam que estamos com ela!
A tempestade só aumentava, cada vez mais íamos nos afastando do Sunny, as ondas, ficando maiores e mais mortais, ninguém havia nos visto, estávamos realmente encurralados.
Agarrei as pernas de 4 homens, e os joguei contra um dos grandes mastros, o derrubando, Sanji, atrás de mim, fazia movimentos rápidos, defendia espadas com as pernas e, logo em seguida as quebrava, com apenas um chute.
O navio balançava, eu cambaleava para os lados, quase perdendo o equilíbrio, as velas, já estavam rasgadas. Uma porta foi aberta com força, como se tivessem dado um chute para abri-la.
— Onde ela está? Me tragam ela! Oh... Hahaha! Finalmente te encontrei, lindinha!— Olhei para onde aquela voz vinha, era um homem com cabelos curtos e castanhos, uma barba mal feita, com uma capa da marinha nas costas e uma bengala em uma das mãos. Era o tal de Britts.— Era assim que ele te chamava? Não me lembro... Faz tanto tempo, hahaha!— Ria e ria, enquanto descia as escadas.— Sabe isso aqui?— Levantou a bengala.— Foi ele que me fez ter que usar isso. Quer saber quais foram suas últimas palavras? Ele disse..." Digam para minha filha que eu a amo." E sabe o que respondi? Falei que algum dia, iria atrás dela, para "protegê-la" e terminar o serviço, e essa menininha está aqui, cara a cara comigo, não é? (S/n) Workwood!
Meu chão caiu. Aquele era o homem que havia matado meu pai.
— (S/n)! Ele está tentando te provocar...
— Foi ele que matou meu pai.
— O quê? Depois... Depois acabamos com ele, primeiro, temos que derrotas esses soldados. Cuidado!— Sanji me abaixou e pulou sobre mim, acertando um homem na cara.— Fique atenta.
— Abram caminho, homens. Quero que ela lute comigo.— O capitão ordenou, e todos os soldados abriram espaço para que viesse até mim.— Você é a cara dele, isto vai ser maravilhoso. Fico feliz em saber que a filha do Carter é uma criminosa tão horrível quanto ele. Isso facilita as coisas! Imagine só, a manchete dizendo:"capitão Britts derrota outra pirata que estava... Causando caos em sua ilha pacífica, e a justiça vence novamente!" Vai ser esplêndido!— Sanji apareceu ao meu lado.— Pelo visto temos um convidado à mais. Cuidem dele.
Os marinheiros correram na direção de Sanji.
— Vá. Cuido dele sozinha.— Aceitou, um pouco relutante, mas aceitou. Eu sei que ele tem algum plano em mente, não teria aceitado se não tivesse.
Britts sacou sua espada, a balançava no ar como se tudo não passasse de um jogo, parecia tão tranquilo. Qual era seu truque?
— Quer saber o que mais ele falou? Ah... Ele disse muitas coisas... Com as mãos tremendo... Carter arrancou o colar de seu pescoço, e olhou com ternura para a pequena foto, e gritou para os céus que amava sua filhinha... E então... Com esta espada,— Ergueu-a.— o finalizei...— Sussurrou.— Queria ter destruído aquele pingente, e achei que ele tinha se perdido, mas percebi algo no seu pescoço... Ah, porém, não importa, vou destruí-lo agora mesmo, e te mandar para o inferno junto daquele criminoso desgraçado, foi patético, você nem imagina, morreu por besteira, tudo porquê queria que pessoas inocentes não fossem manipuladas, e ainda por mim! Hahaha! Apenas quero protegê-los! Sniths quer o dinheiro deles, ele é manipulador. Agora, se não fosse por uma empatia imbecil, talvez ele ainda estivesse vivo, embora nem um soldado bom ele era, teria uma morte patética na primeira guerra...
— Retire o que disse!— Exclamei.
— Hahahaha!
— Retire o quê disse!!!— Agarrei o corrimão da escada com um chicote e o lancei contra ele, porém, o mesmo desviou.
Estava sendo imprudente demais, precisava de uma estratégia, não sabia seus poderes, nem mesmo se havia um, precisava o encurralar.
— Sanji! Quebre o mastro principal!
— Certo... Frit Assorti!
O mastro caiu, e com os destroços, o capitão me perdeu de vista. Enquanto olhava para os lados tentando me encontrar, puxei seu pé esquerdo e o lancei contra a parede do navio, mas, ele se levantou e puxou sua espada novamente, notei que seu sorriso desapareceu.
— Vamos lutar juntos, quanto mais rápido terminarmos, mais rápido poderemos voltar para o Sunny. Vou destraí-lo, você ataca.— Sussurrou para mim. Assenti, Sanji saiu na frente, e deu chutes na altura da cabeça do inimigo, que as defendia com a lâmina da espada, estiquei minhas armas, e as bati em suas costas, em seguida, as amarrei em uma de suas pernas, o levantei e o joguei no chão, destruindo parte do deck. Britts se levantou, e correu em minha direção.
— (S/n)! O jogue para cima com seus chicotes!
Tentei seguir sua pequena estratégia, porém, quando lancei meus chicotes, ele desviou, sacou sua espada e a encostou no meu pescoço, me empurrando para baixo, fazendo com que eu caísse no chão, e ele, quase cortando minha garganta, em cima de mim. Vi seus subordinados irem até Sanji.
— Minha luta é com você. Não se preocupe, ele vai ficar bem,— Disse apontando a cabeça para Sanji.— só vai ser trancafiado numa sela pelo resto da vida, mas vai ficar bem, prometo que vou deixá-lo, no máximo, uma semana sem comer, e vou torturá-lo de maneiras não tão cruéis. Quanto à você, não vai sofrer muito, vai morrer aqui e agora.
— Motton shot!— Acertou seu rosto, o fazendo voar para longe.— Faça o quê pedi, (S/n)!
Assim fiz, com meus chicotes, o impulsionei para o ar.
— Diable Jambe...—Sua perna ardeu em chamas. Com seu Sky Walk, vôo até o céu.— Concasse!— Chutou o capitão da marinha para longe, destruindo assim uma parede e caindo dentro de uma sala do navio. Seus soldados ficaram irados, vieram com tudo pra cima de nós dois.
A tempestade piorou, o navio balançava, ameaçando virar, com todas as velas rasgadas e o clima terrível, a única escapatória seria nós sairmos de lá com um bote, como chegaríamos à um com esses homens atrás da gente? E como nós iríamos navegar com um tempo desses?
Soldados corriam e atiravam, eu e Sanji acabamos em lados opostos do deck, lutando contra todos aqueles subordinados. Percebi que já não havia mais escapatória. Nós dois trocamos um olhar de súplica e desejo, naquele momento, sabia que não iríamos mais sobreviver, nós sabíamos, então, tínhamos que ter o último, eu preciso, eu necessito. Corri até ele, desviando dos ataques dos marinheiros. Em meio ao caos, a destruição e a guerra, demos o nosso último beijo, cheio de incerteza, de desespero, de paixão. Quando simplesmente já não dava mais para ficar em pé, ele se afastou.
— (S/n)! Me ouça!— Sanji pegou uma madeira solta do chão.- Não largue isto, prometa pra mim—que não vai largar! Prometa também que, mesmo se não me encontrar, vai nadar para terra firme, me prometa! Me prometa!
— Prometo...
O barco estava quase na vertical.
Sanji beijou minha testa.
— Eu te amo. Nunca se esqueça disso.
— Hahaha! Olha só, os dois pombinhos vão morrer juntos! Hahaha!- Britts ria, todo ensanguentado, saindo de dentro dos destroços.
— Vá, agora!
Me pôs nos braços e me jogou para longe da embarcação.
E então, só consegui ver o casco do navio para cima, e logo depois, afundando completamente. A orquídea branca caiu do meu cabelo.
Comecei a refletir minhas ações daquela noite. O que havia feito? Senti as lágrimas vindo. Parti o coração de Sanji, além de ter terminado nosso namoro, por quê diabos terminei? Ainda o amava, e agora, ele provavelmente estava morto.
— Sanji... Sanji!
Gritei, mas no meio da forte tempestade, minha voz não poderia ser ouvida.

Freedom Is All I Want- Imagine SanjiOnde histórias criam vida. Descubra agora