XVI

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Às dez horas, bati na porta da cozinha e em seguida a abri.
— Tem um minuto?— Comentei sorrindo ao homem virado para a pia.
— Claro.— Ele se virou e deu um sorriso malicioso.
— Estou te esperando aqui fora.— Fechei a porta, consegui ouvir um "espere!", Sanji voltou e enxugou as mãos em um pano e saiu pela porta da cozinha. Estava apoiada no parapeito, só o esperando. Senti seus braços se enrolarem em volta da minha cintura, e seu queixo se apoiar no meu ombro. Dei um beijo em seu rosto.— Lavando as louças, de novo?— Ele assentiu.— Pode me chamar pra te ajudar, quem sabe assim conseguimos mais tempo juntos.
— Não quero te incomodar. A cozinha é minha responsabilidade.
Me virei para encará-lo.
— Não é um incomodo. Adoraria te ajudar com o que fosse.
Nossos narizes se encostaram. Foi o suficiente. Seus lábios tocaram os meus, e não consegui prestar atenção em mais nada. Ao nos afastarmos, Sanji me olhou com ternura, e me cobriu de beijos.
— Você é a coisa mais linda que já vi.— O cozinheiro admitiu.
— Você já me falou isso.— Dei um sorriso brincalhão.
— Não consigo evitar! Só estou falando a verdade. Vai ter que se acostumar comigo te elogiando o tempo inteiro.— O puxei para um abraço.— Sou um romântico miserável.— Sussurrou no meu ouvido, senti seus lábios se encostando lentamente em meu pescoço, porém, algo bateu no casco do navio, fazendo-o balançar de leve. Sanji parou de me beijar e observou de onde o barulho vinha.
— Provavelmente é algum animal ou madeira boiando, não deve ser nada Sanji.
Ele se manteve sério.
— Está com suas armas?
— Não, estão no quarto.
— Fique perto de mim.— Sanji segurou minha cintura e fomos andando pelo gramado, nos esgueiramos para ver se havia algo no mar.
— Não dá para enxergar nada...
— Merda...— O loiro resmungou. Olhei envolta para ver se havia alguma luminária, sem sorte. Mas, sabia que uma estava na cozinha. Me soltei de seu braço e corri o mais rápido que pude até lá e voltei com a lâmpada em mãos.
— Está serve?
— Perfeito.— A pegou de minhas mãos e se inclinou contra o parapeito.— É, pelo visto, você estava certa. Não tem mesmo nada, vamos voltar aonde paramos?— Revirei os olhos e me sentei no chão, Sanji se sentou ao meu lado e soltou um bocejo. Dei dois tapinhas nas minhas pernas. Ele me olhou confuso, mas logo entendeu.
— Eu... Posso mesmo?!
— É algo tão simples, por que apenas não deita logo?— Coloquei sua cabeça no meu colo, e afaguei seus cabelos, conseguia sentir sua respiração acelerada na minha coxa, que com o tempo, foi ficando cada vez mais devagar e espaçada, Sanji havia pegado no sono; Alguns minutos depois o mesmo barulho foi ouvido, só que mais forte, Sanji acordou com um pulo, e se virou para mim assustado, e rapidamente, me puxou para perto, de maneira que fiquei com o rosto contra seu peito, olhei para onde estava sentada antes e lá tinha um arpão cravado. Aquilo me assustou, se não fosse o haki de Sanji, não sei o que teria acontecido comigo.
— Você está bem, (S/n)-chan?— O cozinheiro me olhava preocupado, enquanto passava as mãos pelos meus braços. Fiz que sim, ele suspirou aliviado, e correu os olhos pela corda do arpão, que se estendia pelo gravado e era afundada na água, alguém, que estava debaixo d'água, mirou em nosso navio.
— Tritões...?— Sanji murmurou para si mesmo, enquanto se levantava e me segurava firmemente.— Pegue suas armas, e acorde os outros. Temos visita.— Ordenou, sussurrando.
Segui seu comando, fui correndo pelo gramado, até que vejo algo passar na frente dos meus olhos, por uma fração de segundos. Não tinha notado o que aconteceu, só escutei Sanji gritando meu nome, e pulando sobre de mim.
— Vamos...— O loiro me levantou, abaixou minha cabeça, e logo em seguida outra flecha foi lançada.— Vou te proteger. Custe o que custar.
Fomos andando até a porta do quarto das meninas, quando a abri, Sanji me empurrou para dentro e fechou a porta com força. Nami acordou.
— (S/n)? Aconteceu alguma coisa?
— Estamos sendo atacados. Pegue sua arma e acorde Robin.
— Quem está nos atacando?
— Não sei ao certo, apenas atiraram flechas e um arpão no Sunny-go. Elas estão vindo do mar, podem ser Tritões, eu acho...
— Irei avisar os meninos.-- Robin se sentou na cama, me dando um susto. Ela usou sua habilidade da Hana Hana no mi e fez um clone de si própria no quarto dos garotos. Quando Robin voltou, ouvimos uma porta bater e alguns gritos de raiva, que pareciam de Luffy por terem atrapalhado seu sono. Saímos correndo do quarto, o Sunny, estava uma bagunça completa. Pessoas encapuzadas, corriam de um lado para o outro com suas espadas em mãos, preparadas para lutar, além do capuz, estavam vestindo roupas esfarrapadas, um tinha até mesmo um tapa-olho no rosto, sem dúvida, eram piratas. Quebravam os parapeitos do nosso navio sem se importar, algumas já haviam subido o mastro e rasgado as velas, mas o que mais me assustava: não via Sanji em lugar nenhum.
Os invasores se assustaram com as batidas das portas, alguns até recuaram, algo que fez com que Jimbe pulasse na água para lutar com os demais, ou apenas descobrir de onde haviam vindo.
Coloquei minhas armas em posição, pronta para atacar. As vezes, fico olhando para os outros lutando, como Zoro ou Luffy, admiro muito o quanto eles são fortes, mas na situação que nos encontrávamos, não podia ficar estudando seus ataques, estávamos em minoria, e não tínhamos para onde fugir, e mesmo se tentássemos usar o coup de buster, Franky nos dissera que estávamos sem cola ultimamente.
— Cuidado...! Eles tem um submarino!
— Submarino?— Franky se animou.— Ah... (S/n)! Venha comigo!
Segui seu comando e descemos pelo alçapão no deck. Entramos no Shark Submarine, Franky foi pilotando até conseguirmos ver o grande submarino na escuridão do oceano, por sorte, ninguém nos viu.
— Esse símbolo...— Começou Franky, incrédulo.
— ... Marinha?

Freedom Is All I Want- Imagine SanjiOnde histórias criam vida. Descubra agora