Franky desligou os faróis do Shark Submarine, algo que dificultou bem mais a nossa visão, quase batemos no casco do navio, mas conseguimos chegar perto o bastante para conseguir entrar.
Haviam duas pessoas do lado de fora com roupas de mergulho. Esperemos até que uma estivesse distraída e Franky lançou a, nova ferramenta do nosso Submarino, a garra, que era praticamente um arpão, só que no lugar de uma lâmina havia uma garra mecânica. Franky as pegou e as trouxe para dentro do nosso submarino, o ciborgue deu um soco na cabeça de cada, com que fez que desmaiassem. A roupa não cabia em Franky, e o mesmo também não poderia nadar por causa de suas partes robóticas, então decidimos que ele voltaria ao Sunny para ajudar no combate, e eu quando terminasse de investigar o porquê deles estarem ali, daria um sinal e eles viriam me buscar.O breu do mar me ajudou, os agentes que estavam lá não me fizeram nenhuma pergunta nem sequer quiseram conferir minha identidade ou algo do tipo, o que foi fácil, mas sabia que não seria tudo assim. Algo latejava na minha cabeça.
Onde Sanji está?
Tinha o procurado em todos os cômodos do Sunny, ele só podia estar ali. É a sua cara investigar. Tirei aquela roupa em um dos cômodos e saí andando pelos corredores, até que me deparei com uma estante que se estendia até o final de um. Ela tinha vasos de cravos dos dois lados, além de algumas flores soltas postas enfrente aos porta-retratos nas prateleiras da estante, aquilo era o único resquício de cor que se encontrava no lugar, fui passando os olhos pelos retratos até que, quando me dei conta, estava parada olhando fixamente para um. Era um homem, sério, com olhos determinados. Aquele homem me lembrava algo... Era como se eu já o conhecesse...
Fui tirada de meus pensamentos quando ouvi uma porta se batendo com força, mal olhei para trás, fui de cômodo em cômodo até encontrar o vestuário, vesti um colete da Marinha por cima da blusa regata que estava antes, e o boné, o resto eram bermudas um pouco esfarrapadas e botinas sujas, e eram todas masculinas, então fiquei com a calça preta que estava usando antes e minhas botas. Saí dali e, ao passar enfrente a uma sala, uma voz familiar me veio a cabeça, vi uma empregada andando com um carrinho com lanches, corri até ela e perguntei para onde ela estava levando aquilo.
— É para a sala do senhor Sniths.
-- É... Aquela porta?— Apontei para a mesma sala que havia ouvido a voz.
— Sim.
— Ah... Deixe que eu levo, já vou tratar de alguns assuntos com ele mesmo...
— Ah não...
— Pode voltar para o serviço, estamos atacando um navio pirata... Né? Provavelmente tem alguns... Feridos, não acha?— A empregada pareceu ter caído em si, me agradeceu e saiu correndo, fui empurrando o carrinho, que por sinal, era bem pesado, e dei três batidas na porta.
— Quem é?— Uma voz rigorosa perguntou rispidamente.
— É o lanche, senhor...— Li seu nome em um crachá na porta.—... Sniths...
— Entre.
Abri a porta devagar, estava com medo de que o homem percebesse que não fazia parte de sua tropa. Ao mesmo tempo, tomei um susto com quem estava sentado na cadeira de frente para sua escrivaninha, Sanji, sentado lá, com os braços amarrados atrás da cadeira, o homem notou nossa troca de olhares.
— Algum problema senhorita?— Me virei para encará-lo, em sua mesa havia a placa escrito "tenente" e alguns papéis.
— Nenhum.— Levantou uma sombrancelha.— ... Tenente... Este não é Vinsmoke Sanji? O capturaram bem rápido, não?
O tenente riu.
— Na verdade, ele que veio até nós!— O homem gargalhou. Estamos encrencados, de que forma tiro esse cara daqui para salvar Sanji?
— Aonde o senhor irá levá-lo?
— Pensei ter dito isso no porto, senhorita... Aonde estão meus óculos?
Com minha arma, peguei o par em cima da mesa.
— Um par de óculos foi encontrado nos achados e perdidos a algum tempo, senhor.
— Então vá buscá-los para mim.
— Ah... Eu... Não sei como são seus óculos, acho melhor o senhor ir para ter certeza e não pegar um de outra pessoa...— Dei um sorriso amarelo, ele bufou e se levantou.
— Fique de olho nesse aí.
— Não deixarei que ele mova um músculo.— Sorriu com minha resposta e foi embora, suspirei aliviada.
— Boa atuação.— Comentou Sanji, enquanto o desamarrava.
— O que diabos você está fazendo aqui?
— Vim para saber o que eles querem com a gente.— Consegui desamarrar o primeiro nó.— E você? Por que veio aqui?
— O mesmo motivo.— Levantei a cabeça para olhar em seus olhos.— E também para procurar um certo alguém...
O cozinheiro deu um sorriso envergonhado com meu olhar irritado.
— Da próxima vez, avise, e chame alguém para te ajudar.— Desfiz o último nó. Ele se levantou e esticou os braços.
— Vamos Sanji, aquele cara já vai voltar...
— Só um antes.— Senti seus braços se enrolaram na minha cintura.
— Sanji... Não temos tempo pra isso.— Sussurrei, conferindo se ninguém estava na porta nos olhando pelo olho-mágico.
— Vamos, só um. E você nem al menos perguntou se estou machucado, eles me torturaram tanto...— Ele fez um beicinho, algo que entregou a sua mentira, dei um tapinha em seu braço. Sanji se inclinou para me beijar, mas a porta se abriu, nos dando um susto.
— Não havia nenhum par de óculos...— O tenente nos olhou perplexo.— Ele se soltou? Por que não me chamou, mocinha?
— Nem mais um passo,— O loiro pegou uma régua que estava na mesa e a encostou no meu pescoço, e piscou para mim.— Ou corto a garganta dela.— O homem provavelmente acreditou que aquilo era uma faca, pois fez uma cara de assustado e abriu espaço para que passássemos. Seguimos até passar por ele, porém, quando cruzamos a porta, soldados apontavam armas em nossa direção, ouvimos uma risada atrás de nós.
— Haha! Você achou que ia escapar, não é, pirata de merda? Você subestimou a Marinha. Agora, liberte-a!
— Tenente Sniths, o senhor não acha melhor conferirmos se ela não é uma infiltrada dos piratas?
— Nunca vi esta mulher em toda minha vida.— Sanji me soltou, dando um pequeno empurrãozinho nas minhas costas.
— Pois bem. Levem-no daqui!— Dois soldados vieram prontamente e prenderam as mãos de Sanji em algemas, e o puxaram pelo corredor. Seu olhar me acalmou, era como se ele me dissesse: "não se preocupe, eu dou um jeito." Porém, estávamos em território inimigo, e em baixo d'água. Tinha que lutar.
—... Não! Espera..!— Meus gritos eram abafados pela muvuca do corredor.— Sanji! Espere! Ele é... Ele é meu...— Vi seu olhar se iluminando, querendo ouvir o que eu iria dizer.— Ele é meu... Companheiro!
Não podia dizer nossa verdadeiro ligação, – por mais que realmente fossemos companheiros – se eles soubessem que tínhamos um laço tão forte, talvez fizessem bem pior do que só o trancafiar em uma cela. Antes de homens começarem a surgir na minha frente, vi seu olhar perdendo o brilho, mas nem pensei muito, agora já sabiam que era uma infiltrada, não restava nada à não ser lutar.
Tirei aquele boné da minha cabeça, o joguei no chão e pisei o mais forte que pude.
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Freedom Is All I Want- Imagine Sanji
FanfictionEstava presa. E não percebia nada. Não ousaria enfrenta-lá. Até que aquele dia em que nós brigamos e eles me mostraram o que é viver de verdade. Posso ter certeza de uma coisa. Viver presa não é viver. A partir de hoje, serei mais livre que os pássa...