XVIII

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— Vai se arrepender disso, baderneira.— O tenente me olhava com nojo, mantive meu queixo erguido.— Vão todos pra cima! Sem misericórdia!

Sanji PoV.

Ainda conseguia ouvir suas risadas depois de me trancafiarem naquela espécie de prisão, – uma única cela, com uma pia e um vaso sanitário, e um banco que cabia três pessoas – esperei aqueles soldadinhos deixarem o lugar para finalmente me mexer. Nem me preocupei em desamarrar as mãos – não as usaria mesmo. – dei um chute com haki do armamento em uma das grades da cela, que se entortou com facilidade. Esses marinheiros são assim tão ingênuos? Pensei. Por que não colocaram grades de kairouseki se vieram prender piratas?
Olhei para as minhas mão algemadas. Não conseguiria salvar (S/n)-chan dessa forma.
Apoiei as mãos em uma das grades e chutei o ferro duas três vezes até se quebrar de vez.
Entortei as demais grades até se formar um espaço para que eu pudesse passar. Dois homens viagiavam a porta, chutei a grade contra a parede, causando um barulho enorme. Logo os dois guardas entraram pela porta, confusos.
— Parage Shoot!!—  Dei uma série de chutes direcionados aos seus rostos. Os dois caíram no chão, já inconscientes.
Fui andando até a porta, pulando pelos dois homens no chão, ao olhar no final do corredor, pude ver mais soldados cruzarem a porta, provavelmente assustados com o barulho, dobrei a esquina antes que me avistassem. Entrei por uma porta sorrateiramente, quando a fechei atrás de mim, notei a enorme estante, com fotos de marinheiros postas sob as prateleiras, corri os olhos pelas fotos, até parar em um. Congelei. Mesmo aquele rosto masculino e rígido, os cabelos, o pouco que podia ver, já que o resto estava coberto por um boné, eram do mesmo tom do de (S/n), além de seus olhos e seu nariz. Os traços físicos daquele cara me lembraram tanto dela, (S/n)-chan... (S/n)-chan! Preciso ajudá-la! Corri para a próxima porta, e fui seguindo até dar com o corredor lotado, conseguia ouvir gritos, de vozes graves, de homens, diferente da voz doce de (S/n)-chan.

(S/n) PoV.

Poêle à Frire: Spectre! Ouvi aquela voz e rapidamente me virei para vir da onde vinha, Sanji – que conseguira escapar da prisão do submarino – pisoteava seus oponentes com precisão e rapidez.
— Sanji!— Gritei, enquanto jogava mais fuzileiros ao chão. O cozinheiro, ergueu a cabeça em minha direção, e veio prontamente à mim, derrubando um por um, com apenas um chute, para abrir caminho.
— (S/n)-chan! Está bem?— Fiz que sim, ele suspirou de alívio.— Espere um segundo, já acabo com esses caras e...
— Não será preciso.— interrompi.— Franky me deu isso aqui,— mostrei o den den mushi com o botão no casco.— é só apertar que ele virá nos salvar no shark submarine.— Sorri travessa, Sanji afagou meus cabelos.
— Chame, enquanto isso, te dou cobertura.
E assim fiz, apertei o botão por alguns segundos, enquanto defendia alguns golpes e observava a luta de Sanji.
Ele fazia movimentos rápidos, girava no ar, derrubando dezenas de caras.
— Motton shot!— Acertou em cheio o torço de alguns remanescentes que ainda estavam de pé. Antes que pudesse raciocinar, ele me puxou para longe, antes que os demais levantassem, ou aparecessem ainda mais inimigos.
— Sanji...— Parei no meio do caminho, e o abracei. Notei que não o devolvera o abraço.— Está tudo bem?
— Claro. Ahn... Precisamos ir (S/n)-chan, sabe aonde tem alguma escotilha por aqui?
Olhei para os lados, afim de avistar uma, sem sucesso.
— Talvez encontremos alguma se voltarmos por um corredor que tem alguns porta-retratos.
— Sim, passei por ele.
Atenção, um submarino inimigo está atirando projéteis contra nós, atiradores, se posicionem nos canhões e os que sobrarem ajudem a carregar as munições, atenciosamente, o piloto. Uma voz surgiu pelos aparelhos sonoros nas paredes.
— Mas já? Então nem vamos ter que nos preocuparmos.— O loiro deu um sorriso malicioso.
Corremos e corremos, passamos pelo corredor dos porta-retratos, pelo vestuário, e chegamos ao ponto de o partida, não precisamos vestir os trajes de mergulho, pois a escotilha estava na superfície. Demos mais um sinal à Franky, que veio e abriu a escotilha do shark submarine para entrarmos. Ao voltar ao sunny, vi Zoro dormindo no chão, Luffy assaltando a geladeira, e Usopp e Chopper enquanto terminavam de jogar os inimigo já caídos para fora, de resto, estavam todos em suas camas, dormindo. Perguntei a Chopper se alguém havia se machucado feio, ele me disse que os marinheiros nem eram tão grande coisa assim, eram todos fracos, a parte ruim é que eram muitos, fora isso, os mais machucados eram eu e Sanji. Eu tinha pequenos arranhões no braço, Sanji levou bem mais golpes, me defendeu de alguns homens enquanto a passávamos os corredores. Chopper o levou até sua sala. Seu torço tinha algumas ataduras, e um curativo no rosto, quando nosso médico saiu da sala, entrei.
— Você estava brincando ou não quando falou que te torturaram?— Comecei brincando. Ele riu e se sentou na cama.
— Melhor eu ir guardar algumas coisas na cozinha antes que Luffy as coma.— Disse com ar cansado.
— Não quer descansar?
— Posso fazer isso depois. Melhor que não termos nada para comer amanhã, não?
— Irei te acompanhar então.
Adentramos pela cozinha, ele, sem enrolação, já foi direto para o balcão, guardar alguns temperos e legumes. Notei que Sanji não estava muito animado desde que saímos do submarino da marinha. E aquele silêncio todo só comprovava melhor minha teoria.
— Está triste com alguma coisa?
— Hum?
— Está triste com alguma coisa, Sanji?
— Hm... Ah...— Gaguejou, o entregando.
— Desembuche.
Ele deu um longo suspiro.
— Tem vergonha de mim, (S/n)-chan?
— Como?
— Tem vergonha de mim, (S/n)?— Notei a mágoa em sua voz.
— Claro que não, por que acharia que tenho?
— Talvez porquê você nunca me beija em público, ou me trata com afeto, não como quando estamos sozinhos, ou talvez porque hoje... Você falou que éramos companheiros, quando somos claramente muito mais do que isso.
— Sanji... Não fazia ideia...— Senti as lágrimas vindo. Sai do banco e corri até ele, abraçando suas costas.
— Seja sincera, (S/n).— Levantei meus olhos.— Se você está comigo por pena, ou porquê não quer ir embora da tripulação, por favor, me diga, não vou ficar chateado. Só não quero... Ser enganado de novo.
— Não! É mentira! Ainda gosto de você, Eu amo você, Sanji! Nunca tinha notado que isso te deixava magoado, é porquê...-- Por quê? Por quê?
Ele se virou e deu um sorriso triste.
— É justo. Já te machuquei antes. É mais que justo que me machuque agora.— Meus olhos se encheram de lágrimas. Ele se desprendeu dos meus braços e ia se retirando, mas o segurei.
— Me desculpe, me desculpe, Sanji! Me dê outra chance, por favor! Me dê outra que irei te mostrar...
Ele assentiu, deu um beijo na minha testa, consegui ouvir um "boa noite" quase inaudível, e foi embora.
Fiquei destruída.

Freedom Is All I Want- Imagine SanjiOnde histórias criam vida. Descubra agora