O bolo

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A semana passou rápido e nem e Draco comentamos sobre o episodio do armário de vassouras, naquela mesma noite depois que Snape e Umbridge sairam da sala comunal da Sonserina, voltamos para lá e eu disse para Emma que estava no pátio. Ela disserá que um dragão era mais dócil do que Umbridge entrando na sala comunal e vendo aquela festa clandestina.

Foram obrigados a ouvir um sermão enorme de Snape e ainda perderam 150 pontos para casa e Umbridge ainda convocará todos para uma detenção coletiva segnda feira após a aula. Emma não tocará no assunto que surgira no jogo naquela noite e afirmara várias vezes que eu era sortuda por não estar ali quando o furação Dolores passou pela sala comunal.

Sexta feira o café da manhã foi animado pelo coral e logo após a cantoria chegou a hora dos correios. Como sempre tornava o salão comunal uma bagunça com corujas piando para todo lado, eu nunca me importava pois não recebia muitas cartas, a grande maioria era de Elis, a mãe de Emma, ela era uma bruxa adorável que sempre mandava tortinhas de abobora caseira pois ela sabia que eram as minhas favoritas.Uma coruja preta planou perto de mim largando um pacote grande na minha frente.

- Essa coruja é de quem? – perguntou Emma enfiando uma colher de cereal na boca.

Em sua mão tinha uma pequena marca vermelha do castigo de Umbridge, ela fez as pessoas escreverem ' Não devemos desobedecer as regras' várias vezes com uma pena especial que causava ferida nas mãos.

- Não sei – Disse analisando o pacote, no topo meu nome estava escrito com letras caprichadas

Abri o pacote e continha meu bolo preferido, chocolate com caramelo, e um envelope com uma carta.

"Querida Eleanor,

Espero que esse ainda seja seu preferido. Não vejo a hora de te encontrar novamente.

Com amor,


M. "

- Quem te mandou esse bolo? Que esquisito – Emma analisava a embalagem, estendeu a mão para pegar o bilhete mas eu puxei rápido enfiando ela no bolso.

- Não sei Emma, o bilhete não está assinado – menti, tinha medo de que fosse de Malfoy e não queria explicar a situação toda para Emma.

Levantei rápido mas a minha direta me chamou atenção a noticia principal que um dos alunos do quarto ano lia no Profeta Diário, em letras largas na primeira página era anunciado " FUGA EM MASSA DE ASKABAN"

Meus joelhos falharam, me apoie na mesa e sentei puxando o jornal da mão do garoto que reclamou mas eu ignorei, a materia tinha relatos de Fudge que tentava ligar a fuga com Sirius Black, que fugiu a 2 anos atrás e pedia para a comunidade bruxa ficar em alerta e se houvesse qualquer situação estranha entrar em contato com o Ministério.

De repente tudo fazia sentido, o bolo, o bilhete assinado com M de mamãe, a fuga de Askaban. Como um quebra cabeça tudo foi se encaixando e eu percebi que tudo se fechava em um cenário que eu nunca tinha sido preparada para viver.

A volta dos meus pais de Askaban.

Tentei me manter plena para não assustar Emma, devolvi o jornal para o garoto que reclamou baixinho e dei uma desculpa que precisava pegar minha pena no dormitório e sai. Com toda certeza a única coisa que eu não consegui passar para Emma foi tranquilidade mas eu também não estava preparada para aquilo.

Eu tive várias conversar com Tia Violet, conversamos sobre o mundo bruxo, as trevas, os trouxas e até sobre garotos mas nunca da possibilidade dos meus pais voltarem. Eu tinha 4 anos quando eles foram presos mas morei com eles só até ter um ano, minha Tia dizia que um dia ela acordará para pegar leite na porta de casa e se deparou com uma neném que dormia profundamente em um bercinho com uma carta de minha mãe contando que precisava que ela cuidasse de mim.

Meus pais eram do círculo próximo de Voldemort porém não eram conhecidos pelos demais comensais, somente um sabia, meu pai tratava de levar diretamente as informações do Ministério para o Lorde das Trevas, ele era na época um dos assessores do Ministro da Magia. Quando Voldemort caiu na primeira guerra bruxa levou um tempo até alguem abrir a boca e entregar meus pais mas temendo isso eles já me deixaram com Violet para que ' ela tenha um futuro como uma bruxa brilhante' dizia a carta que minha mãe deixou comigo.

Não sei bem o que aconteceu nos três anos que meus pais fugiram, lembro de visitas constantes de aurores em nossa casa e de em um natal ganhar uma boneca de cabelos roxos, Tia Violet disse que era presente de mamãe.

Antes da prisão deles eu lembro da minha tia me acordar no meio da noite e me levar para frente da lareira e o rosto da minha mãe refletia lá, ela parecia chorar e sua voz estava tremula, ela falou que me amava muito e que eu seria a fonte inesgotável dela de força. Na época eu não entendi nada mas Tia Violet disse que aquela seria a ultima vez que eu veria meus pais e foi lá que o assunto acabou. Só voltamos a falar nesse assunto antes de eu entrar em Hogwarts aonde minha Tia explicou toda minha história e disse para que eu não fizesse mais perguntas e que nem contasse para ninguém.

Tentei seguir a semana como se nada tivesse acontecido, tentava evitar a hora do correio com medo de alguma carta aparecer mas isso não aconteceu, Emma percebeu o quão desconfortável eu ficava com aquele assunto e não tocou mais nele.

Dois dias depois da chegada do bolo decidi que ficaria perto da lareira na sala comunal quando todos já tiverem ido dormir, no fundo eu tinha esperanças da minha mãe aparecer, eu queria conhece-la mesmo que isso envolva a ascensão das trevas.

Fine Line - O outro lado de Hogwarts || DRACO MALFOY ||Onde histórias criam vida. Descubra agora