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N.A.: Por essa nem o futuro esperava, kakaka. Não fiquem ansiosos com esse capítulo, o próximo chega até o dia 24/10. E só mais três para o fim deste livro. Prontos? Boa leitura!


ALISSA

E mesmo distante, esta é a minha casa.

(Never Let Me GoAlok, Bruno Martini, Zeeba)


Estou assistindo Luke e Gabe praticarem canto. Gabe é bom com os tons mais graves, Luke é bom com os agudos. Eles estão cantando Somebody That I Used To Know, de Gotye, em versos alternados entre a voz de cabeça e a voz de peito. Eu não entendi muito bem o que isso significa, mas basicamente, na primeira, o som da voz é mais grave, sendo sentido como uma vibração no peito, e o o outro é mais agudo – mas nada de senti-lo na cabeça.

Luke tem uma dificuldade tremenda em manter seus tons mais graves e tende a suavizar a voz do meio pro fim de cada verso da música, já Gabe não consegue mantê-la afinada por muito tempo quando começa a aumentar e abrir o tom.

– O Luke é o vocalista principal – ele tenta argumentar com a professora de canto, que os assiste de sua própria casa, através de uma ligação de vídeo.

Ela acha graça, mas, antes que possa responder, Luke aponta:

– É, mas sua voz é muito boa, cara. Eu sou o Luke, você tem que ser o Calum. Eric já é o Michael e talvez, quem sabe, um dia o Noah possa ser o Ash.

A professora de canto não entende o que ele quis dizer, mas eu entendo. Ele está se referindo a 5 Seconds of Summer, a primeira banda que os meninos começaram a ouvir para tentar descobrir seu próprio estilo.

É uma das minhas bandas preferidas e me alegra pensar que meus irmãos possam tê-la como inspiração, apesar de que, fora o nome do Luke, eles não têm muito a ver com os meninos. Por exemplo, nenhum deles usa piercing ou tem o cabelo colorido. Ainda, faço uma nota mental.

– Bom, nosso tempo já está acabando, então não vou insistir muito com você, Gabriel – a professora diz, enfatizando ao olhar para o relógio de pulso. – Mas gostaria que continuasse tentando aquele exercício que ensinei mais cedo, está lembrado?

Para garantir que se lembra, Gabe imita o exercício aprendido e ela junta as duas mãos, assentindo para ele.

– Ótimo. É isso por hoje, rapazes!

Depois que ela desliga, Luke continua cantando a música trocando a letra original por "nanana" em algumas partes. Ele aumenta e abaixa o volume da voz, abrindo e fechando o tom alternadamente e estendendo algumas notas. É engraçado porque o refrão fica mais ou menos assim:

– No, you didn't have to NA na NA. Have your friends collect your na na na then NA NA NA NA. I guess that I don't na NA NA. Now you're just somebody na na na na naaa.

As aulas e tudo o mais que tenha a ver com a banda geralmente são na garagem, então é quando estamos voltando pela sala de estar que Nathan nos aborda com um ar misterioso:

– Reunião na mesa de jantar.

– Reunião? – indago, confusa e preocupada. – De quê?

Ele apenas sinaliza para que eu e os dois garotos continuem seguindo até a cozinha.

Nossos pais estão sentados à mesa, há uma travessa de lasanha no centro e um bowl com salada colorida e um pegador. Os pratos e copos estão dispostos em cada um dos seis lugares, mas vazios, e as expressões nos rostos dos dois adultos sentados é apreensiva.

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