Finn entrou silenciosamente no bar. Havia recebido uma mensagem de Giselle para encontrá-lo ali, mas estranhou ao perceber haver apenas a bartender do lugar. O rapaz sentou-se e pediu uma bebida, sendo rapidamente atendido. Algo não se encaixava. Aquele bar ficava a quilômetros de distância de sua casa e o silêncio o estava perturbando. A porta do lugar bateu fortemente, ao mesmo tempo que alguns copos e garrafas caíram e quebraram atrás da bartender, mas a mulher não demonstrou reação.
Antes que Finn pudesse se levantar, sentiu uma mão em seu ombro forçá-lo para baixo. O rapaz já sabia quem era, e não podia acreditar que havia caído naquele golpe tão simples da mensagem. Seu irmão Niklaus sentou-se ao seu lado, com um sorriso debochado em seu rosto, ainda com a mão no ombro do irmão. Pediu uma bebida para a bartender, claramente compelida, e voltou seu olhar para Finn.
— Então, Finn... — deu um gole em seu copo. — Acredito que está na hora de termos uma conversa séria... Você se importaria de me contar sobre "os planos de Esther"? — apoiou seu copo sobre a bancada. — Foram essas palavras que aquela bruxa usou, não foram?
Finn virou seu copo de uma vez e o bateu com força na mesa, se levantando. Quando se virou, Niklaus estava parado à sua frente, com a adaga em mãos.
— Você realmente ama esta adaga, meu irmão. — falou rindo, apontando a mesma para o coração de Finn. — Confesse. O que Amée falou é verdade?
— Eu não tenho nada a dizer para você. — respondeu Finn, aproximando o rosto do irmão.
— Bem... Isso não é um grande problema para mim, Finn. — falou Niklaus, cravando a ponta da adaga na pele do rapaz. — Você não é, exatamente, necessário mais. Anastasiya recuperará a humanidade e nos contará todos os detalhes do plano de Esther.
— Exceto pelo fato de Esther não ter lhe contado tudo. — falou Finn, enquanto golpeava o irmão, fazendo-o soltar a adaga.
O rapaz tentou alcançar a mesma, porém Niklaus, que estava caído no chão, puxou sua perna, fazendo-o também cair. Os irmãos começaram a se golpear cada vez mais forte, porém Finn não tinha a mesma força que Niklaus. Um soco desferido pelo irmão mais novo abriu-lhe parte da bochecha, que logo cicatrizou. Finn não tinha tempo para se defender, visto que a parte lobisomem do irmão lhe dava mais agilidade. Quando percebeu, a adaga havia sido cravada em seu peito.
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Anastasiya lutava contra a dor aguda em sua cabeça. Esther tentava contatá-la, mas a garota sabia que não poderia se deixar vulnerável enquanto estava nas mãos dos Mikaelson. Finn poderia tentar matá-la novamente, e aquilo era uma coisa que Anastasiya estava disposta a tudo para impedir. Kol entrou na sala abruptamente, sem muita paciência.
— Oh não! Minha sessão de tortura irá começar... O que será de mim? — debochou Anastasiya, fingindo preocupação.
A responsabilidade de obrigar Anastasiya a ligar sua humanidade havia caído sobre os ombros de Kol e Rebekah. Finn havia desaparecido e Elijah havia se juntado a Giselle para procurar pelo rapaz. Niklaus não havia contado à família sobre ter adagado o irmão, apenas do plano de sua mãe. Freya trabalhava junto de Davina para se prepararem contra Esther, porém utilizava seu tempo livre para tentar procurar pelo irmão, mesmo sempre obtendo o mesmo resultado: algo bloqueava sua magia.
Muros invisíveis, produtos da magia combinada de Freya e Davina, seriam criados assim que Elijah e Giselle retornassem à casa, o que todos esperassem que fosse logo e junto de Finn. Tais muros impediriam a entrada e saída de qualquer pessoa que fosse, e as mulheres juntavam forças para tornar o feitiço forte e resistente contra Esther, ou outros bruxos que viessem a ajudá-la.
Em seu quarto, Niklaus podia ouvir Anastasiya em sua cela. Kol havia descoberto a única janela do lugar e tirado o anel da garota, fazendo-a gritar de dor com as queimaduras, mas nunca chegava ao ponto de deixá-la incendiar. Em resposta, Anastasiya apenas ria enquanto as feridas se curavam. Não importava o que Kol fizesse, Niklaus não conseguia ouvir em seu tom de voz qualquer resquício de humanidade. Anastasiya estava realmente se esforçando ao máximo para lutar contra aquilo.
Niklaus respirou fundo e seguiu até o quarto da irmã. Freya estava sentada em sua cama, com a cabeça escondida nas mãos, respirando pesadamente. Não foi preciso nenhuma palavra para que o rapaz percebesse o peso que a irmã estava sentindo em suas costas. Niklaus sentou-se ao seu lado e segurou sua mão, lhe confortando apenas com o olhar. Depois de alguns minutos ao lado da irmã, decidiu procurar por Davina e deixar Freya descansar.
Entrou na cela de Anastasiya, que estava com as roupas queimadas e sangue por todo o corpo. Kol estava sentado ao lado da porta, sem ideias do que tentar para fazer a garota sentir qualquer sentimento de ódio ou sofrimento.
— Veio se juntar à festa, Niklaus? — perguntou Anastasiya. Sangue escorria do canto de sua boca.
— Ainda não, amor. — falou, cruzando as mãos atrás do corpo. — Pensei que Davina ainda estivesse aqui, mas claramente não está. — disse, observando Kol se levantar, cansado.
— O que quer com ela, Nik? — perguntou, cruzando os braços na frente do peito.
Niklaus olhou para Anastasiya e depois para o irmão, indicando que aquele não era o local certo para aquela conversa.
— Oh! Estou atrapalhando vocês? — falou Anastasiya, se ajeitando na cadeira. — Não se preocupe, Niklaus, eu não vou a lugar nenhum. Logo, não contarei a ninguém.
O rapaz apenas a encarou, com um sorriso debochado no rosto, e saiu da cela acompanhado do irmão. Quando a porta se fechou, a expressão de Anastasiya mudou. Estava cansada de ficar presa naquele lugar. As cordas com verbena haviam sido substituídas por correntes de metal, apertando ainda mais seu corpo. Mais uma vez, Anastasiya havia sido abandonada acorrentada em um lugar solitário e escuro. Memórias de seu tempo confinada por Mikael queriam voltar, mas a garota não permitiu. Permaneceu impassível encarando a porta de metal e escutando os passos de Niklaus e Kol se afastando cada vez mais, apenas esperando pela próxima "sessão de tortura".
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Através dos Séculos
FanfictionSéculos atrás, antes da fera existir, havia um homem, bom e apaixonado, e sua princesa. Sua paixão eterna. Mas ela se foi, tomaram-na dele por muito tempo. Agora só lhe resta o monstro. "─ Eu vou te amar até que o Sol morra." No século XI, Anastasiy...