Flashback I: Klaus

3.3K 353 7
                                    

Klaus caminhava lentamente pela floresta, tentando descobrir o porquê de Stefan ter lhe ligado. Um sorriso divertido surgiu em seu rosto, imaginando o rapaz lhe implorando por ajuda. Avistou a casa Salvatore e, usando sua velocidade, parou na frente da mesma. Em pouco tempo, Damon abriu-lhe a porta, concedendo passagem para Klaus.

Um som de correntes chegou aos ouvidos do rapaz e, depois, um grito, fazendo-o olhar para Damon ao reconhecer a voz. Correu até o porão, onde estava a cela, e, lá, a encontrou. Anastasiya, antes tão bela, se encontrava acorrentada, com sua pele acizentada e cabelos já sem cor. Klaus pode perceber que a menina ainda utilizava o mesmo vestido de quando a vira pela última vez. O espanto tomou conta de sua face, e um sentimento de felicidade ao vê-la viva, depois de tanto tempo, dominou sua mente.

Tentou não demonstrar o desespero em seu rosto, ao ver a mulher que ele tanto amou um dia, e que, talvez, ainda amasse, acorrentada daquela maneira. Virou-se para Damon e Stefan, parados ao seu lado, e lhes ordenou:

─ Soltem-na. Agora! ─ gritou.

Nenhum dos rapazes se mexeu, apenas trocaram olhares entre si, desafiando a autoridade de Klaus. Ao se ver sem saída, quebrou seus pescoços e, em poucos segundos, estava na floresta, junto à Anastasiya.

A menina estava diferente. Klaus sentia que lutava fortemente contra si própria, ao empurrá-lo bruscamente no meio da floresta e ordená-lo que se afastasse. O rapaz, confuso, observou enquanto Anastasiya levava as mãos à cabeça, parecendo sentir dor.

Olhou em seus olhos, buscando uma explicação para aquele comportamento, e viu, aquele belo par de olhos verdes, que tanto o encantava e admirava, agora se encontravam em um tom intenso de púrpura, quase vermelho sangue. Sentiu a fúria em seu olhar, e assustou-se. Jamais havia visto tal coisa na menina.

Klaus juntava palavras em sua mente, pensando no que poderia lhe falar, mas foi surpreendido ao perceber uma estaca de carvalho-branco na mão de Anastasiya. Klaus sentiu que poderia ter, simplesmente, arrancado o coração da mulher de seu peito naquela hora, mas algo o impedia. Aquele sentimento antigo, que lutara tanto para mantê-lo escondido no último milênio, voltava.

Anastasiya correu em sua direção, apontando-lhe a estaca, mas Klaus apenas desviou, empurrado seu braço com força. Quando atacado novamente, segurou o braço de Anastasiya que segurava a estaca, e o quebrou, forçando-a a soltar a mesma. A menina soltou um grito e segurou seu braço.

Klaus segurou seu rosto fortemente, impedindo-a que se aproximasse novamente da estaca, e tentou compeli-la.

─ Pare de me atacar. ─ falou Klaus.

Soltou o rosto de Anastasiya, mas a menina o ignorou, correndo em direção a estaca. Klaus a puxou pelo braço e, com dor no coração, quebrou seu pescoço. Com a antiga amada em seus braços, o rapaz passou a mão levemente pelo rosto de Anastasiya, lembrando-se de seus momentos juntos. Avistou o colar que havia lhe dado antes de partir e o segurou, lembrando da dor que sentira no momento em que partira.

Permitiu, por um instante, que as lembranças de cada beijo e cada toque voltassem à sua mente, antes que as afastasse novamente, e pegasse Anastasiya em seus braços. Levou a menina até sua casa, onde morava com seus irmãos temporariamente, até voltar para Nova Orleans, e chamou por Freya.

─ Quem é ela? ─ perguntou a mulher, aproximando-se de Anastasiya, que ainda não havia acordado.

─ Uma velha amiga... ─ respondeu Klaus, com um pequeno sorriso sofrido no rosto.

─ O que aconteceu? ─ perguntou Freya, apoiando as mãos no pescoço da menina.

Klaus se aproximou, com as mãos entrelaçadas nas costas, e olhou para o rosto de Anastasiya.

─ Acredito que ela foi enfeitiçada. ─ começou, percebendo a confusão no rosto da irmã. ─ Os olhos dela... ─ falou sentindo dor no peito. ─ Os olhos dela eram verdes, mas, quando tentou me atacar, estavam púrpura, tão intensos que tinham um toque de vermelho quase sangue.

Freya abriu um dos grimórios de sua mãe, procurando por um feitiço que anulasse o que haviam posto sobre Anastasiya, mesmo que temporariamente.

─ Posso tentar diminuir os efeitos do feitiço... Se tiverem colocado algum nessa mulher. ─ começou Freya, parando em uma página do livro. ─ Aqui. ─ falou apontando para as palavras escritas na folha. ─ Esse feitiço cria uma barreira que anula qualquer magia que estiver dentro dela.

─ Então faça. ─ falou Klaus, admirando o rosto de Anastasiya.

Através dos SéculosOnde histórias criam vida. Descubra agora