Condado de Charpentier, Sul da França
7 de julho de 1002O grande salão encontrava-se iluminado, com inúmeras velas pelas grandes paredes de pedra, e seus belos candelabros que encantavam a qualquer um. A cada momento, diferentes pessoas iam passando pelo portão de madeira, de diferentes idades e diferentes classes. Todos sempre tão impressionados com a decoração do local pareciam até esquecer o porquê de estarem ali. Então, um grupo peculiar adentrou o lugar. Pareciam perdidos, mas ainda sim encantados, não sabiam ao certo como reagir e o que fazer naquele momento. Um mistério emanava daqueles jovens.
Anastasiya largou seu livro em qualquer canto e começou a andar em direção aos desconhecidos com seu sorriso mais simpático e curioso. Foi quando viu seu pai, o lorde Charpentier, fazer o mesmo. Viu uma oportunidade, então seguiu seu caminho e parou ao lado de seu pai. Um dos rapazes do grupo passou a olhá-la com certa curiosidade no olhar.
─ Senhores, sejam bem vindos à minha residência. Meu nome é Garnier, mas podem me chamar de lorde Charpentier. ─ falou fazendo uma pequena reverência. Virou-se para a menina ao seu lado e continuou: ─ Esta bela jovem é minha filha mais nova, Anastasiya.
Após fazer uma pequena reverência para cumprimentar os recém-chegados, a menina distraiu-se da conversa, tentando localizar sua irmã em meio a multidão. Queria falar que sua curiosidade a havia colocado no meio de uma conversa que tomava rumo aos negócios, quando escutou seu nome em meio as palavras.
─ Anastasiya. Esses lordes permanecerão conosco por um tempo, logo gostaria de apresentá-los ao resto de nossa família. Poderia chamá-los, minha querida?
─ É claro, meu pai. ─ respondeu Anastasiya, mesmo estranhando a atitude de seu pai. Não era de seu feitio convidar estranhos a morar com a família de uma hora para a outra.
Afastou-se do grupo, ainda sentindo o olhar do rapaz sobre si, e foi em busca de sua mãe e irmã. Ambas conversavam com alguns convidados próximos ao corredor. Anastasiya aproximou-se e os cumprimentou.
─ Minha mãe e irmã, meu pai quer vos apresentar nossos convidados. São lordes e moraram conosco por um tempo. ─ falou Anastasiya, recebendo uma feição confusa de sua mãe em troca.
─ Mas quem são esses lordes? Garnier não me contou nada sobre. ─ falou a mulher, segurando sua longa saia e caminhando na direção do marido, seguida de suas filhas.
Enquanto o homem explicava a situação dos lordes à sua esposa, Anastasiya e a irmã cochichavam sobre os convidados de seu pai, mesmo recebendo alguns olhares ameaçadores de sua mãe, que odiava cochichos.
─ Aquele estava lhe olhando, minha irmã. Parece que já tem um pretendente... ─ falou Giselle para Anastasiya, olhando para o rapaz loiro do grupo.
Anastasiya deu um leve e discreto tapa no braço da irmã, fazendo-a rir. De longe, o misterioso rapaz abriu um pequeno sorriso sem mostrar os dentes, que fora o suficiente para encantar a menina.
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Anastasiya levantara na manhã seguinte mais disposta do que nunca. Adorava a ideia de poder ver rostos novos sentados à mesa, mesmo que estranhos. Pretendia tentar conhecê-los melhor durante a refeição, pois não tivera essa chance na noite anterior.
A menina, já pronta, saiu de seu quarto e
foi até o de Giselle, como fazia em todas as manhãs, esperar pela irmã, que logo também já se encontrava arrumada. Ambas caminharam até a sala de refeições, onde seus pais aguardavam sentados à mesa.─ Bom dia, meu pai. Bom dia, minha mãe. ─ falou Anastasiya, seguida de sua irmã, enquanto também se sentavam.
Os novos residentes chegaram juntos pouco tempo depois, e, em silêncio, todos começaram a comer. Anastasiya, sentindo-se incomodada com a falta de som no lugar, decidiu que era essa a hora de tentar conhecê-los melhor, afinal, morariam juntos, mesmo que, talvez, por pouco tempo.
─ O que os trouxe até aqui, lordes? ─ perguntou Anastasiya, com medo de ser ignorada.
─ Nosso pai está tendo alguns problemas no condado onde morávamos, e o lorde Charpentier, gentilmente, nos ofereceu abrigo e proteção, pois o conhece há muitos anos, milady. ─ falou um dos rapazes, que Anastasiya havia descoberto que se chamava Elijah, dando um pequeno sorriso simpático.
─ Me perdoe pela pergunta, milorde, mas porque o lorde de Lesassier não os acompanhou? ─ perguntou Giselle, interessada pela primeira vez na conversa.
─ Nosso pai governa o condado de Lesassier, então não pôde abandonar suas obrigações. ─ respondeu o outro irmão, chamado Finn.
Johanne olhou para suas filhas, como que pedindo que se calassem com apenas um olhar. Anastasiya voltou a olhar para seu prato, enquanto aguardava o fim da refeição de todos sentados à mesa.
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Todos haviam terminado suas refeições quando Anastasiya levantou-se da mesa e seguiu para o quarto, onde pegou seu livro favorito. Queria lê-lo no banco do jardim, aonde ia com sua mãe quando criança, mas já não lembrava como chegar até o lugar. Podia não parecer, mas aquela parte da residência era enorme, pois se conectava com a floresta que ficava logo ao lado da casa, tornando o jardim quase que sem fim.
Anastasiya caminhava por entre as flores, admirando-as, enquanto procurar um local onde pudesse sentar. Avistou Niklaus, o rapaz loiro da noite anterior, irmão de Elijah e Finn. O mesmo encontrava-se distraído olhando para o céu, quando a menina se aproximou.
─ Bom dia, lorde Niklaus. ─ falou fazendo uma pequena reverência, sendo retribuída pelo rapaz que também a cumprimentou. ─ Faz o que aqui sozinho, milorde?
─ Necessitava de um lugar para espairecer, lady Anastasiya. ─ falou desviando seu olhar a garota.
─ Me perdoe se estou lhe atrapalhando, milorde... ─ falou a menina, preparando-se para sair, quando Niklaus a chamou.
─ Está tudo bem, milady. É bom ter uma compania tão bela quanto este céu. ─ falou sorrindo, logo arrancando um sorriso de Anastasiya também.
Créditos da Capa
Capa por Cassy Frost | Niffler Covers | flores-de-inverno
Moça: isabella.thebreanna.com VIA Pinterest
Joseph Morgan: originalsdaily.tumblr.com VIA Pinterest
Castelo: Planetofgood VIA PinterestCréditos do Banner
Banner por ideascosmic
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Através dos Séculos
FanficSéculos atrás, antes da fera existir, havia um homem, bom e apaixonado, e sua princesa. Sua paixão eterna. Mas ela se foi, tomaram-na dele por muito tempo. Agora só lhe resta o monstro. "─ Eu vou te amar até que o Sol morra." No século XI, Anastasiy...