Capítulo 36: O mal, às vezes, vence

1K 123 17
                                    

Kol explicava a teoria de Niklaus à Davina, enquanto o rapaz estava perdido em sua própria cabeça. Ficava imaginando como chegara àquele ponto com Anastasiya e o que faria quando a recuperasse. Toda aquela situação o incomodava profundamente. A ideia de perdê-la novamente o enlouquecia, apesar de saber que não havia sido exatamante a melhor pessoa para ela desde que a salvara. Sua mente se enchia de amargura, quando Davina o chamou, o distraindo. Era hora de voltar para casa e testar sua teoria.

|| || || ||

Anastasiya pôde escutar passos se aproximando lentamente. Seu último encontro com Rebekah a havia deixado fraca demais para esboçar qualquer reação quando Niklaus entrou em sua cela. Atrás do rapaz, Kol e Davina o acompanhavam.

─ Vocês estão de volta... Suponho que não fui desagradável o suficiente da última vez. ─ falou, tossindo em seguida e levantando o olhar lentamente para Niklaus, que tinha um leve sorriso em seus lábios.

─ O que faremos se isso não der certo? ─ perguntou Davina, se aproximando de Anastasiya com um certo cuidado.

─ Criaremos um plano B. ─ respondeu Kol, cruzando os braços.

Anastasiya expôs uma expressão curiosa em seu rosto e sorriu falsamente para os três à sua frente.

─ Seja lá o que vocês forem fazer... Não irá funcionar. ─ falou, fixando o olhar em Niklaus.

O rapaz se aproximou, certo de que seu plano funcionaria. Ao ver Davina começar o feitiço, Niklaus se encheu de esperança e caminhou até a parte de trás da cadeira de Anastasiya. Apoiou suas mãos na cadeira e encostou a bochecha na de Anastasiya, com a boca em seu ouvido.

─ Esse irá funcionar, amor. ─ disse e se afastou. ─ Acreditamos que está agindo assim por conta da maldição de Esther... Então, tudo o que temos que fazer, é desativá-la temporariamente até encontrarmos uma solução.

Anastasiya ria amargamente enquanto Niklaus se afastava. Sabia que havia desligado sua humanidade antes de a maldição ser reativada. Ao sentir uma barreira invisível subir ao redor de si, a dor aguda em sua cabeça voltou. A garota começou a gritar, fazendo Niklaus se desesperar por dentro. Anastasiya estava lutando contra Esther com todas as suas forças, mais do que havia tentado antes.

Niklaus quis se aproximar, segurar seu rosto e lhe dizer que tudo ficaria bem, mas a barreira o impedia. Os gritos de Anastasiya duraram por apenas alguns segundos, mas que pareceram horas para a garota. Eventualmente, Esther parou de tentar contatá-la para poupar suas forças. Anastasiya parou de gritar e se debater na cadeira e levantou o olhar quando Rebekah entrou no lugar, assustada.

─ Niklaus? ─ chamou Anastasiya, com sua voz doce, fazendo com que os olhos do rapaz brilhassem de esperança. ─ O que aconteceu?

Niklaus se aproximou da barreira, mas logo percebeu. Anastasiya começou a rir quando avistou um leve sorriso de alívio no rosto de Rebekah.

─ Eu avisei que não funcionaria... ─ falou, voltando ao seu tom normal de voz.

Porém, a garota se sentia diferente. A maldição parecia haver sumido. As vozes em sua cabeça que lhe mandavam acertá-los com as adagas de Esther não a incomodavam mais.

─ Na verdade, você não foi totalmente inútil, Davina. ─ falou, abrindo um largo sorriso.

─ Isso não faz sentido. ─ falou Kol, respirando fundo e se virando para os irmãos. ─ Deveria ter funcionado.

─ Talvez tenha. ─ começou Niklaus. ─ Esther a fez desligar a humanidade, mas não foi por causa da maldição. ─ concluiu, saindo da cela, sentindo que poderia arrancar a cabeça de qualquer um que passasse pelo seu caminho.

─ E lá se vai o pobre triste Niklaus. ─ falou Anastasiya, fingindo uma expressão de pena.

─ Rebekah. ─ chamou Kol. ─ Será mais fácil fazê-la voltar agora que não está sob a influência da maldição... Faça o seu melhor.

Kol e Davina saíram da cela, deixando apenas Rebekah e Anastasiya sozinhas.

─ Onde vocês estão indo? Eu não terminei de perturbá-los ainda! ─ gritou Anastasiya, vendo-os se afastar e a porta se fechar. — Vocês estão tirando a minha única diversão!

|| || || ||

No Outro Lado, sem poder contar com Anastasiya naquele momento e precisando seguir com seu plano urgentemente, Esther entrou na cabeça de Finn.

─ O que houve? ─ perguntou, quando o rapaz apareceu no mesmo local de sempre.

─ Niklaus me acertou com aquela estúpida adaga novamente. ─ falou Finn, puxando uma cadeira violentamente e se sentando. ─ Agora estou apodrecendo sabe-se lá onde...

Esther respirou fundo e se aproximou do filho. Colocou a mão no peito de Finn, onde se encontra seu coração, e fechou os olhos, falando algumas palavras desconhecidas para o rapaz. Nunca havia visto a mãe fazer aquele feitiço.

─ Isto deve ajudar. ─ Finn ainda não sabia o que a mãe havia feito, mas não teve a oportunidade de lhe perguntar, pois a mulher logo o interrompeu. ─ Você terá que trabalhar sozinho agora... E rápido.

─ O que está acontecendo? ─ perguntou, se levantando.

─ Eles pegaram Anastasiya. Não tenho mais controle sobre ela. ─ falou, se afastando. ─ No momento, ela é apenas outra vampira sem humanidade, que pode atrapalhar meus planos. Você tem que matá-la.

|| || || ||

Finn abriu seus olhos e percebeu estar preso de seu caixão. Ao seu lado, a adaga estava caída. Com toda sua força, abriu o caixão e saiu, guardando a adaga com si. Utilizando sua velocidade, saiu dali o mais rápido de pôde, antes que seus irmãos aparecessem.

Através dos SéculosOnde histórias criam vida. Descubra agora