Capítulo 28: Juntos novamente

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─ Como você pode ter tanta certeza? ─ perguntou Giselle, caminhando ao lado de Freya.

─ Eu vi com meus próprios olhos. ─ respondeu Freya, mas a confusão ainda era aparente no rosto de Giselle. ─ Invadi as memórias de Klaus até encontrar a localização de Finn.

─ É um país imenso, será impossível encontrá-lo. ─ começou Kol, sentindo que aquela não seria uma boa ideia. ─ Além disso, Nik não vai gostar se soltarmos Finn.

Freya parou bruscamente e se virou para encarar o irmão. Giselle, em um impulso, se colocou na frente de Anastasiya, pressentindo o que ocorreria, mas a garota desviou e aproximou-se de Kol.

─ Finn é meu irmão. Farei de tudo para protegê-lo. ─ respondeu Freya. ─ E se tentar me impedir...

─ Ele não vai. ─ interrompeu Anastasiya, segurando Kol pelo braço. ─ Posso falar com você por um minuto, Kol? Vocês duas podem ir na frente, não irei demorar.

─ Se não chegarem em casa em 10 minutos, nós iremos sem vocês. ─ avisou Freya, indo embora.

Quando Freya e Giselle já estavam longe do cemitério, Anastasiya cruzou os braços em frente ao peito e encarou Kol.

─ Eu quero saber exatamente o que está acontecendo. ─ fez uma pausa e suspirou ao ver a expressão confusa no rosto de Kol. ─ Mesmo com Freya estando agindo como uma maluca, você queria fazê-la mudar de ideia. Já entendi que Niklaus adagou Finn porque tinha medo que ele fosse embora de novo... Mas ninguém da família, além de Freya, parece se importar com Finn.

Kol respirou fundo e passou as mãos pelo rosto.

─ Finn nunca gostou de nós. ─ começou. ─ Ele odiava nossa família. Eu e Davina acreditamos que Esther pode usá-lo contra nós.

─ Isso não faz sentido algum. Apesar de tudo, Finn não iria contra a própria família. ─ falou Anastasiya, logo repensando suas palavras.

─ Eu conheço o Finn... Ele nos odeia. Ele nos quer mortos pelo que somos. ─ respondeu Kol. ─ E Esther vai querer se aproveitar disso. E não seja ingênua ao ponto de acreditar que Giselle também não ficará contra nós.

─ Giselle jamais faria isso comigo... Não de novo. ─ falou, sentindo-se ofendida.

─ Ela ficou ao lado de Finn por séculos... Não será diferente dessa vez...

Anastasiya começou a caminhar na direção da saída do cemitério, ignorando pensamentos negativos que surgiam em sua cabeça, quando Kol a chamou.

─ Davina acredita que pode ajudá-la se a maldição estiver retornando. Assim que voltar a Nova Orleans, me procure.

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F

reya caminhava para dentro de uma grande e escura caverna, esperançosa, enquanto Giselle e Anastasiya a acompanhavam. O lugar era assustador, mesmo para alguém que já vivera tantos anos. Havia poeira e teias em toda parte, indicando que nada nem ninguém havia passado por ali em séculos.

Quanto mais andavam, mais tudo aquilo fazia sentido na cabeça de Anastasiya. Quem pensaria em procurar por Finn dentro de uma caverna no interior da Rússia? Se havia uma mínina chance de Niklaus ter enganado Freya dentro de sua própria cabeça, ele a havia perdido.

─ Eu não entendo. ─ falou Freya, após um longo silêncio. ─ Eu o vi. Nas memórias de Klaus, eu o vi trazendo o caixão de Finn para cá. Eu assisti a todas as memórias de Klaus desde aquele ano até hoje. Não tem como ele ter me enganado.

─ Talvez não tenhamos procurado direito... ─ começou Anastasiya.

─ E se o caixão estiver camuflado por algum feitiço? ─ perguntou Giselle, caminhando pela caverna.

Freya olhou ao seu redor e fechou os olhos, falando algumas palavras no idioma que agora Anastasiya sabia que era latim. Um barulho chamou a atenção de Giselle e Anastasiya, mas antes que pudessem procurar a fonte do som, outras pessoas surgiram no corredor que dava acesso àquela enorme “sala” na caverna.

─ Vocês devem ir embora. ─ ameaçou um dos homens.

O caixão de Finn apareceu e Freya virou-se, pronta para enfrentá-los. O choque tomou conta de sua mente ao perceber que haviam tantos vampiros ali que nem ao menos conseguia contá-los.

Um dos vampiros atacou Giselle, enquanto outra correu na direção de Anastasiya. Freya criou uma barreira, impedindo que os vampiros a atacassem enquanto libertava seu irmão. Anastasiya havia conseguido derrubar dois ou três vampiros, quando teve seu pescoço quebrado.

Giselle, que temia que aquilo ocorresse devido a falta de prática da irmã, correu em sua direção. Havia acabado de arrancar o coração de um vampiro, quando Finn surgiu à sua frente e decapitou uma mulher que pretendia atacar Giselle. A garota olhou novamente para o caixão, que agora estaria vazio, se não fosse pelo corpo de um vampiro completamente drenado no lugar de Finn.

Em segundos, Freya pôs fogo nos restantes com apenas algumas palavras que saíram de sua boca. Giselle, ainda em choque, correu para abraçar Finn, que retribuiu. Séculos de memórias voltavam com toda força. Finn a beijou, mas foi interrompido por Freya, que o chamou.

─ Finn... Sou eu... ─ De início, o rapaz não a reconheceu, fazendo seu coração doer. ─ Você não se lembra de sua própria irmã?

─ Freya? ─ perguntou Finn. ─ Isso é impossível. Freya está morta. Ela...

─ Morreu quando era criança... Essa é uma longa história que eu posso contá-la depois... ─ respondeu Freya, se aproximando do irmão. ─ Sou eu... ─ falou, com lágrimas em seus olhos.

Finn a abraçou fortemente e, por alguns momentos, ele ainda era aquela criança feliz que tinha como única preocupação encontrar um bom lugar para se esconder da irmã enquanto brincavam.

Freya o abraçou forte, como se quisesse impedir que o irmão fosse tirado dela novamente. Depois de todos aqueles anos, ela finalmente sentia que sua família estava completa.

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