Capítulo 8

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Vicente e Beatriz sabiam que Caique poderia reaparecer, mas Beatriz sabia que cedo ou tarde teria de enfrentar o irmão, então ela no dia seguinte acordou mais cedo, orou e sem que o amado a visse foi até onde acreditava que o irmão pudesse estar e o encontrou, era um lugar lindo perto de um lago onde os pais costumavam levá-los quando eram crianças.

— Você quer mesmo morrer não é, Beatriz? — preparou a arma e apontou para irmã pronto para atirar, mas tremia porque sem o efeito de drogas ele não tinha muita coragem de empunhar qualquer tipo de arma ou mesmo agredir alguém.

— Se quiser me matar vá em frente, só vim para dizer que eu te amo, Caique, meu irmãozinho. — olhos marejados. — Eu te amei desde o momento que a mamãe e o papai chegaram com você nos braços e me deixaram te pegar no colo, naquela ocasião você sorriu para mim, mas se o preço por eu ter te mandado para cadeia para te proteger for a morte, eu o pago, pois sei que fiz isso por amor. — ficou de joelhos diante do irmão e abaixou a cabeça.

— Isso é algum truque? A polícia veio com você? — encostou a arma na cabeça da irmã, mas logo afastou um pouco.

— Não é nenhum truque e pode puxar o gatilho se quiser, pois eu não apresentarei resistência.

— Você... — flashbacks começaram a passar na cabeça de Caique e de repente veio o mandamento não matarás em sua memória. — Eu não posso fazer isso, nunca matei e não será agora que o farei. — jogou a arma longe e com lágrimas nos olhos se abaixou e abraçou a irmã. — Me perdoa, Bia. — pediu chorando.

— Eu te perdoo e sabia que o Senhor falaria com você. — correspondeu o abraço e beijou a cabeça do irmão agradecida a Deus pela bênção recebida.

— Nossos pais liam a Palavra para mim todas as noites, mesmo assim eu agi como o filho pródigo anos atrás e agora quase fiz o mesmo que Caim fez com o irmão.

— Já passou! O Senhor apagou seu passado, agora só basta você fazer o que você já sabe. — se levantou com o irmão e orou com ele.

— Eu aceito Jesus como meu único e suficiente salvador. — caiu de joelhos chorando muito.

Beatriz levou o irmão para sua casa e ao chegar lá ela contou para o amado tudo que aconteceu e ele ficou admirado, logo os cunhados trocaram um abraço e Caique aceitou ir nos cultos, pois a última vez que havia ido, foi quando ainda era menino e junto dos pais e da irmã.

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Demétrio atendendo ao pedido da amada levou ela e a filha até a casa do pai dela, assim que entraram no bairro uma vizinha informou que Frederico havia sofrido um pequeno acidente de trabalho e estava de cama, mas ninguém queria cuidar dele por causa de seu gênio, a família então foi para casa do pai de Lili.

— Papai! — o chamou esperando que ele a olhasse.

— O que faz aqui sua ingrata? — perguntou sem olhar para a filha.

— Eu vim ver o senhor e soube que sofreu um pequeno acidente de trabalho.

— Como se você se importasse. — bebeu uma garrafa de cerveja já visivelmente tonto.

— Papai, eu vim até aqui para ver o senhor e apresentar a sua neta, quer prova maior de que eu me importo? — pegou a filha do colo do marido. — Essa é a Cecília, sua neta.

𝓔𝓷𝓽𝓻𝓮 𝓪𝓼 𝓵𝓲𝓷𝓱𝓪𝓼 𝓭𝓸 𝓭𝓮𝓼𝓽𝓲𝓷𝓸Onde histórias criam vida. Descubra agora