Capítulo 10

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NICHOLAS

Dylan me contou da matéria que Lucas tem que escrever sobre mim para o intercâmbio, mas existe um grande problema, e eu fiquei de ajudar Lucas, uma promessa para Dylan, mas também prometi que ajudaria do meu jeitinho, ou seja, tentando convencer Lucas até o último segundo que transar comigo de novo vai ser a melhor coisa da vida dele. 

Só que Lucas nem está olhando ou conversando comigo – eu exijo o Lucas tagarela de volta. Eu estou me sentindo um motorista de Uber. Sério. Lucas nem se sentou do meu lado, ele se sentou no banco de trás e está mexendo no celular rindo de tudo. Toda vez que eu pergunto o que é, porque também quero rir, Lucas fecha a cara e volta a mexer no celular.

Ele não trocou uma palavra comigo. Uma singela alfinetada. E estou ficando com ódio. Ele tem que falar que meu pinto é pequeno, mesmo eu sabendo que não é e ele também, para que eu possa brincar com ele de volta. Mas estou tendo a certeza que Lucas não gostou nada da piada da entrada USB.

— O Frank arrasou no gelo hoje – ele disse. Sorri. Ele está falando comigo.

Me virei, ele estava em vídeo chamada com Somin. Revirei os olhos.

— Marcou algum pontinho pra ti? – ela perguntou, escutei a risadinha abafada dela.

Quero saber o porquê de falar de Frank. Ele nem é tão legal assim. Eu sou bem mais legal que Frank.

Ok, ele é capitão de Harvard e o maior pontuador, mas eu também faço umas coisas maravilhosas no gelo. Já marquei quatro pontos em Harvard, no terceiro jogo em que Frank era capitão, eu sou ótimo no gelo. Me elogia também.

— Sim – ele disse, rindo. — Três para ser mais exato – Somin soltou um "uau" enorme.

Como diabos vou conseguir ganhar de Frank se houver uma competição por Lucas?

É impossível! Mas nunca desistirei.

Se eu descobrir que Frank é passivo ou versátil, capaz de eu mesmo correr para ele em questão de segundos. O cara é bonito, cheiroso, simpático, gentil, forte, alto, capitão do time de Harvard, carismático, inteligente, gostoso. Tantos adjetivos bons para Frank, que talvez eu pareça pequeno perto dele.

Não gostei nada de Frank ter marcado vários pontos e ainda ter olhado para Lucas toda vez. Cara, código dos jogadores de hóquei – pelo menos os da Briar – não dê mole para o ficante de outro jogador. Ele deveria respeitar esse código. Mas o que mais me deixou com ódio, foi como Lucas ficou todo bobo.

Será que preciso entrar no gelo e marcar pontos para Lucas?

É isso! É isso que vou fazer.

Resolvi ignorar todos os comentários de Lucas e Somin acerca da magnitude de Frank no gelo. Peguei meu celular, liguei para Ian e coloquei no viva voz.

— Ei, se lembra daquele favor que eu disse que ia te cobrar por emprestar meu perfume? – Ian bufou e começou a falar várias coisas sem sentido. Deve já estar um pouco bêbado, consigo escutar um rock britânico no fundo.

— Sim, lembro – ele disse, suspirando. — Não gosto nem de lembrar no fiasco que foi.

Ian pediu meu perfume para usar em um encontro com Elizabeth, que bom, ela não apareceu por estar com Jonah, descobri isso por Dylan, que viu um email de Elizabeth na lixeira de Jonah. Eu e Dylan estamos tentando achar uma maneira perfeita para contar a Ian, que bom, Elizabeth está trepando com Jonah, sem que ele se exalte e resolva deixar Jonah com fome por duas semanas.

Isso já aconteceu comigo, quando perdi um dos jogos de tabuleiro de Ian – Dylan tinha sempre que dormir com uma garota diferente, toda noite, para Ian fazer comida a mais, e eu conseguir me alimentar.

O Intercâmbio - Livro 2 | Off Campus (LGBT) - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora