Capítulo 12

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LUCAS

Eu não sou burro, sei que é um risco o que estou fazendo. Mas preciso cometer esse risco. Trazer Nicholas Nyham para meu quarto e convidar ele para dormir comigo.

O motivo?

Ainda preciso escrever uma matéria inteira sobre ele, e minha mãe me disse que você só sabe um pouco sobre alguém se passar muito tempo com ela. E também pelo jeito que ela dorme.

Ou seja, preciso dormir com Nicholas. Não do jeito sexual, do jeito mais puro e amigável possível.

Sim, estou me fazendo de louco sobre o nosso acordo, assim é capaz de Nicholas esquecer – como se ele fosse esquecer, mas a esperança é a última que morre.

Ok, minha missão hoje é me manter sério e casual, parecer flertador e ser interessante, para que eu consiga o máximo de informações possíveis de Nicholas. Ou seja, não posso me deixar sucumbir para os desejos da minha carne, que no momento, quer a carne filé mignon Nicholas Nyham.

Porra, ele não tinha o direito de ser tão gostoso. Essa blusa deixa ele tão sexy, o jeito como ela desenha os músculos do braço dele – quero ver as tatuagens de novo, especialmente a lua no bíceps. Essa calça também deveria ser crime, o volume dele fica bastante visível nela.

Na verdade, Nicholas sair com qualquer roupa que não tampe o corpo dele inteiro, e quando digo inteiro, é inteiro mesmo, sem deixar uma pelezinha a mostra, deveria ser crime. O olhar dele é sexy. O maxilar é sexy. O nariz é sexy. A boca é sexy. O pescoço é sexy. O corpo é sexy. Tudo exala sensualidade, e eu sou um mero mortal.

O que me faz pensar, o que diabos Nicholas viu em mim? Minha cintura é fina, mas existem milhares de mulheres e homens com cintura fina. Minha bunda também é bonita, mas existem milhares mais bonitas que a minha, talvez se eu fizesse academia ela fosse mais bonita, mas gosto de ser natural – mentira, sou só preguiçoso mesmo. De resto não existe nada muito chamativo em mim. Cabelo preto. Olhos pretos. Nada demais.

Vi ele tocando no meu mapa, com todos países que já visitei. Ele tocou em um país que eu tenho muita curiosidade de visitar, Egito.

— Sempre quis visitar o Egito – falei, atraindo a atenção dele.

— Não sabia que aqui era o Egito – ele riu, desconcertado.

Uma coisa que eu descobri sobre americanos: o senso geográfico deles são horríveis. Eu posso ser péssimo nisso, mas pelo menos sei citar sete países da África e não digo que África é um país. E com certeza incluo o México na América do Norte.

— Pois bem, esse é o Egito e do lado a Líbia e o Sudão – apontei para os países do lado. — A Líbia vive uma Guerra Civil até hoje. Também já passou por uma em 2011, que bom, teve uma ajuda do financiamento do governo americano – Nicholas estava surpreso, enquanto eu falava. 

Gosto de causar essa sensação nas pessoas, eles nunca pensam que eu sou inteligente, ou politicamente bem construído, só que eles esquecem que eu sou latino em um dos países mais xenofóbicos de todos. Não tive escolha, tive que me tornar consciente de tudo. Com certeza não tenho um alvo nas minhas costas, minha pele é clara, mas basta que eu fale espanhol ou português, para que as pessoas se encolham e deixam as bolsas mais pertos de si – já gritei em espanhol para uma moça que era capaz de eu ter o quádruplo do dinheiro que ela já gastou na vida toda.

— Sudão também é um país com bastante conflitos, especialmente no Sul – falei. — Você sabia que os Estados Unidos financia muitos conflitos, não só na África, como também no Oriente Médio? – ele negou. — É, o governo americano não é como nos filmes, o herói. Pelo menos não na vida real.

O Intercâmbio - Livro 2 | Off Campus (LGBT) - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora