Quero você

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"Luzes piscando, luzes piscando

Você me distrai, distrai, distrai

Querido, eu te quero, na na

Não consegue tirar os olhos da minha bunda

Querido, eu te quero, na na

Embriagado de amor, eu te quero"


A antiga garagem de ônibus rodoviários era um ótimo ponto de encontro. Completamente abandonada, escondida e para complementar, localizada num bairro que não chamasse a atenção, afinal a discrição era essencial naquela situação. O lugar era iluminado apenas pela única lâmpada colocada sobre o centro, as entradas eram portas de garagem comuns e o cheiro de óleo e graxa eram facilmente perceptíveis, assim como o de ferro queimado. Haviam 6 deles, espalhados pela oficina improvisada, sentados nos pneus e alguns banquinhos pelos cantos.

— Nós não podemos vacilar, isso pode trazer grandes vantagens para nós. – o de olhos verdes, disse parecendo focado demais. Os músculos se sobressaíam na camisa de mangas branca, a altura não era exagerada, mas compensava-se em estatura. Todos estavam sérios, parecendo entretidos na conversa importante. O céu escuro lá fora indicava calma e silêncio profundo. Algo importante se iniciava ali.

— Sabemos disso. – a garota de cabelos ruivos flamejantes confirmou enquanto cruzava os braços fortes na frente do peito. — Mal posso esperar para assistir a isso tudo. Finalmente vamos poder tomar conta.

— Não apenas isso, Isabelle. – voltou a falar, recebendo a atenção evidente dos outros quatro homens. Um deles escutava a tudo desatentamente, enquanto limpava algumas ferramentas com um lenço. Parecia focado em seu afazer, como se já estivesse escutado toda aquela ladainha muito mais do que algumas vezes. — Estamos falando de muito dinheiro aqui. Essa gente não presta, como nós e também estão à procura do que faz qualquer ser humano perder a cabeça.

O homem tinha um sorriso aterrorizante nos lábios. Soava pretensioso e confiante, como se já tivesse ciência do resultado de qualquer que fosse o plano a ser seguido. Os outros não ficavam muito atrás, afinal os olhos esbanjando excitação deixavam claro, que eles realmente estavam dispostos a qualquer coisa naquelas circunstâncias.

— Posso imaginar o que seja... – o asiático, que se atentava em limpar uma chave de fenda naquele momento, respondeu sem nem desviar a atenção do objeto. — Está na hora de alguém colocar aquela equipe patética no lugar deles.

— Pensei que o foco fosse a grana. – Isabelle respondeu desviando sua atenção – que durante todo o tempo estava focada no líder – para a mente do grupo, que parecia guardar alguma mágoa em particular. Talvez o dinheiro não fosse a única coisa que movesse os homens e os fizesse perder a cabeça.

— E é. – o líder respondeu enquanto se levantava e caminhava lentamente entre os companheiros, lhe tocando os ombros ao mesmo tempo em que sorria pequeno. Ao chegar em Isabelle, lhe tocou o queixo com delicadeza. Os olhos brilhantes da garota, que se destacavam pelo lápis de olho exagerado, ficaram atentos às esmeraldas à sua frente. — Mas não é muito melhor juntar o útil ao agradável?

— O que quer dizer com isso? – o grandalhão, que estava até então calado e apenas prestando atenção na conversa que se desenrolava, perguntou ao estalar os dedos.

— Quero dizer que além de ficarmos monados em grana, Buck... – começou e então se dirigiu ao loiro cheio de músculos, que estava atento às suas palavras. — Podemos acabar de vez com aquele esquadrão, tomar o Brooklyn e recuperar o nosso espaço. Reconquistar o respeito.

Lugar Seguro | TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora