15. São Jerónimo no estúdio 👠

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Oi pessoal, tudo bem? Desculpa a demora!

Queria agradecer aos 700 fav e 4.5k de view. Obrigada a quem acompanha desde o começo, obrigada para quem chegou agora, obrigada pelas amigas que estão aqui só pela moral. Eu serei sempre muito grata!

Não deixem de ver a imagem no final do capítulo! <3

Sem mais demoras, boa leitura.

Sobre a obra de hoje: é uma calcogravura datada de 1513 do mestre Albrecht Durer. A composição tem um carácter íntimo mas o observador tem dificuldade em se posicionar no espaço da imagem. Thomas Puttfarken sugere que, embora a cena seja muito próxima do observador, Dürer não pretendia que o espectador se sentisse nela presente: "a intimidade não é a nossa, é o Santo que está absorvido no estudo e na meditação". - Wikipédia.

Por favor deixem seu votinho e um comentário isso sempre faz meu dia mais feliz. E quem puder comentar na TAG eu também agradeço.

..................... #TodaSolaVermelha .............................

Seokjin queria falar com Namjoon, mas encontrou a sala vazia, provavelmente o maior estaria almoçando. Ele sabia com quem, ele sabia bem onde. Andou até a mesa da presidência, em passos lentos, observando o local como se quisesse o guardar na memória, como se fosse seu último dia visitando o seu museu favorito em Londres. Observou os quadros pendurados com as premiações dos programas da emissora. Os troféus de jornalismo que Namjoon insistia em manter em sua sala e até mesmo o diploma da faculdade que envelhecia naquela parede. Seokjin observou a enorme pintura dos sogros — do quais pouco convivia —, observou em cima da enorme mesa de madeira o pequeno porta-retratos que ainda continha a foto deles dois e de Alfred. Passou os dedos levemente pela textura de vidro, sentindo o gelado do material definir o que aquele relacionamento havia se tornado: um grande inverno sem fim.

Seokjin precisava falar com Namjoon.

Porém, esse sentimento de necessidade estava perdurando por tantos dias, fazendo com que o mais velho se acostumasse a ele e parasse de agonizá-lo. Seokjin já não chorava mais a falta de Namjoon, era como olhar para trás e ver que lá não havia nada e nada mais. Não era mesmo o que Leminski diria?

O jurado sentou-se na cadeira e riu levemente ao ouvir o estralo. Namjoon não iria se livrar dela tão cedo. Ele se encostou e suspirou... tantas memórias boas nesse lugar! Já faziam trinta dias desde que não conversava com Namjoon direito, trinta dias que ele agonizava em um futuro incerto, trinta dias que Seokjin morria aos poucos.

Ainda olhando para a foto, sem querer, acabou esbarrando com o cotovelo em uma pilha de papeis que caíram ao chão. Ao organizá-los, reconheceu um envelope pardo com o logotipo dos advogados deles. Curioso, puxou o papel de dentro e quando leu as palavras escritas, sentiu a mistura de emoções que se revelaram em um sentimento só: o vazio.

Ele não sentia a raiva, não sentia a agonia, não sentia a tristeza. Ele não sentia mais nada.

Nem as lágrimas — que queriam cair — encontravam seu caminho.

Seokjin suspirou. Namjoon tivera a coragem de dar início ao processo de divórcio.

As palavras se embaralhavam naquele papel, mas Seokjin se obrigou a forçar a visão e ler seu conteúdo inteiro. Doía como o inferno, mas ele sabia que aquilo era o desfecho de qualquer caminho que seguisse. Se tivesse decidido ser apenas o Seokjin ganancioso era ali que terminaria. Pensou por um segundo que o Seokjin-com-amor teria uma chance melhor, mas foi ali que terminou também. Talvez essa fosse a linha do tempo dele, a convergência do universo direto para aquele desfecho: o de ser infeliz e sozinho para sempre.

Dressed For SuccessㅣtaeyoonseokOnde histórias criam vida. Descubra agora