Existe uma cidade amaldiçoada no Japão, por causa da praga que foi lançada nela em 1128. Essa praga ocorreu durante o evento que chamamos de lua de sangue, ela casou a morte de milhares de japoneses.
Os japoneses deram o nome do evento de "dia da lua maldita", pois ela apareceu no céu durante cinco noites, trazendo com ela monstros sedentos por sangue, rápidos e inteligentes, com olhos vermelhos e unhas que pareciam garras. Seus dentes eram afiados e eles pareciam humanos, por isso quase sempre conseguiam enganar as pobres pessoas que sofreram com ela. Eles conseguiam pular bem alto, não deixando ninguém escapar. Somente um guerreiro sobreviveu as sete noites, e ele escreveu uma carta contando o que ele viu.
"Tudo começou quando uma cigana disse que uma praga estava por vir, uma praga que mataria todos naquela cidade, não deixaria nem mesmo as crianças vivas, é claro que eu e os outros não acreditamos nas palavras dela, e ainda por cima a banimos de nossa cidade, foi o nosso maior erro. No início da noite, a lua brilhou vermelha no céu, a maioria ficou assustado mas não teve muito alarde, porém, ouvimos gritos vindo da praia, e a cena foi a pior que eu já vi em todos os meus anos de vida, nem mesmo as guerras contra a China eram tão brutais, eu e meus soldados vimos jovens, adultos, idosos e até crianças, todos dilacerados, a água do mar estava vermelha de sangue, a areia estava coberta de corpos espalhados, órgãos fora dos corpos, membros boiando na água. De manhã, tentamos procurar quem ou que fez aquilo, mas não tivemos sorte, enterramos todos os mortos, a pior parte foi juntar os pedaços que estavam faltando...
Na segunda noite essas criaturas invadiram a cidade na madrugada, matando todos os nossos animais, mas não fizeram igual ao que aconteceu na praia, os animais estavam completamente drenados, sem sangue algum, aquilo nos deixou assustado, pois nenhum humano seria capaz de fazer isso. Eu fui consultar o ancião da cidade, ele disse a mim que eram mortos-vivos, sedentos por sangue, que nada poderia vencê-los. Eu fiquei confuso e com medo ao mesmo tempo, como poderia existir um morto e um vivo ao mesmo tempo? Eu não tinha essa resposta mas eu tinha que descobrir como matar esses monstros.
Na terceira noite ouvimos mais gritos, desta vez vindo de dentro das casas, eu e meus soldados fomos separadamente em algumas, e a nossa visão foi a mesma. Uma pessoa com olhos vermelhos e dentes afiados, garras e branco como neve. Eu vi um deles segurando o coração de um homem na mão e mordendo o pescoço de sua esposa, quando ele me viu ele voou em cima de mim, ele me arranhou e tentou me morder, mas eu consegui sair de debaixo dele é correr para fora da casa, eu imaginei que ele viria atrás de mim, mas ele pulou da janela com o corpo do homem que morava naquela casa e correu em direção às árvores. Logo depois eu vi três de meus companheiros sendo arremessados para fora das casas onde estavam, todos eles se as suas cabeças, a noite passou e mais uma vez perdemos a batalha.
Na quarta noite eu conversei com o líder da cidade para que ele deixasse eu ir atrás da cigana, ela disse que essa praga iria ocorrer, meu pensamento foi que talvez ela também tivesse uma ideia de como lutar contra ela. Ele permitiu que eu fosse atrás dela, porém como eu era o general, eu tinha que está lá a noite, já que não sabíamos se aqueles monstros iriam voltar, e assim eu fiz. Na mesma hora foi atrás da cigana pela estrada observando bem as árvores, depois de algumas horas procurando, eu a achei. Ela já sabia o motivo de eu estar ali, eu inicialmente pedi perdão, ela me perdoou, conversei com ela dentro de sua barraca, perguntei se havia alguma forma de vencer isso, ela disse: "só o que pode mandar um demônio de volta para o inferno é o próprio fogo de onde ele saiu, somente o fogo pode matá-los."
Eu agradeci pelas respostas, dei um pouco de comida a ela que eu havia trago comigo, quando eu saí da barraca eu vi a lua vermelha nascendo novamente, eu estava a horas da cidade, então eu montei no cavalo e fui o mais rápido que consegui, mas eu cheguei tarde, eles já tinham assassinado e comido a maior parte da população em uma noite, a quarta noite, a pior e mais sangrenta, onde eu vi em meio aos milhares de corpos, minha esposa e meus dois filhos, completamente desfigurados, os soldados sobreviventes estavam tirando-os de nossa casa, que estava com as paredes manchadas de sangue inocente. Poucos sobrevivam aquela noite sangrenta, mas eu tinha a solução, eu tinha uma arma contra eles, expliquei aos soldados como matá-los, disse que o fogo era a chave da vitória e assim treinamos e nos preparamos para a quinta noite.
Então a lua de sangue subiu mais uma vez no céu, não ouvimos nada, nenhum rugido, nem passos, nada, deixamos os últimos morados na casa onde vivia o ancião que era grande, conseguia abrigar as poucas pessoas que sobraram. Cercamos a casa e colocamos tochas em todas as partes, tínhamos guerreiros com flechas no telhado. Foi aí que vimos os monstros, eles estavam vindo rápidos e com fome. A nossa estratégia estava dando certo, até vermos mais e mais monstros saindo em meio às árvores, não eram só monstros, eram nossos amigos que foram transformados nessas criaturas terríveis. Alguns soldados não conseguiram matar e acabaram sendo comidos, várias criaturas voavam em cima de um só soldado para matá-lo, usando suas garras para rasgar a carne e seus dentes afiados para comê-la.
A maioria dos soldados já estavam mortos e a casa já havia sido invadida pelos monstros, eu entrei depois que ouvi os gritos, e vi crianças sendo arremessadas pelo ar, as paredes sendo manchadas pelo sangue, o ancião sendo estrassalhado vivo por esses monstros, eu então vi que não havia mais jeito, todos que estavam ali estavam condenados, eu então dei a ordem de incendiar a casa, foi a decisão mais difícil de já tomei na minha vida, mas foi necessário, eu e os outros três soldados que sobraram tentamos sair dali, mas só eu consegui fugir da cidade, eles foram pegos no caminho e assim aquela noite maldita e sangrenta passou. Eu voltei a cidade de manhã e vi que um dos corpos queimados era da minha esposa, que também havia virado um monstro. Eu nunca chorei tanto. Depois disso eu contei ao imperador que enviou mais tropas até lá para matar as criaturas, mas a lua estava branca novamente e eu nunca mais vi aqueles monstros, porém, minhas mãos ainda estão sujas do sangue das pessoas que eu não consegui proteger..."
Essa foi a carta deixada pelo soldado Tatsuo falando sobre a lua maldita.
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Contos para você ler a noite!
Horrorum livro só de contos de terror, horror e suspense, contos baseados em lendas; histórias de monstros, desde fantasmas à criaturas sanguinárias como vampiro!