16: a cidade e as maçãs compradas

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O assunto das papeladas do distribuidor de vinhos voltou a atormentar as cabeças de Gabrielle, Margareth e Sienna

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O assunto das papeladas do distribuidor de vinhos voltou a atormentar as cabeças de Gabrielle, Margareth e Sienna. Dessa vez, de uma maneira um pouco diferente.

Naquela manhã, enquanto caminhava com suas damas até a carruagem que a levaria para longe do castelo por algumas horas, a princesa parecia estar ainda mais ansiosa do que durante a noite passada, no baile de boas-vindas aos Lurks. O motivo era que, poucos dias antes, Rainha Anna ordenou que a filha viajasse até os estabelecimentos do fornecedor de vinhos para rever seus negócios com a Coroa.

A fornecedora ficava no centro da cidade de Dom Síntio, a mais próxima dali. Por menor que fosse a distância, no entanto, já era o suficiente para que senhorita Bolgart pudesse desfrutar o prazer de ficar longe das paredes deprimentes daquele lugar por um bom tempo. E para que sua mãe pudesse ter paz, é claro.

O dia parecia mais quente do que o normal para a Primavera de Kaena e todos os nobres, inclusive Bolgart, Vincent e Allboire, carregavam pequenos leques junto de roupas leves e lenços em suas mangas para sobreviver ao calor escaldante que aumentava conforme a tarde se emoldurava pelo cenário.

Margareth foi a última das três a adentrar a carruagem. Não era capaz de esquecer a visão que teve no dia anterior e, por isso, ouvia menos ainda do que as amigas tanto conversavam entre si. Ela apenas notava que Sienna continuava a falar pelos cotovelos, como fez no baile, e isso significava que estava nervosa. Gabrielle, entretanto, parecia leve e tranquila. Estava mais arrumada do que o normal, com um vestido ornamentado verde-claro e o cabelo arranjado num penteado voluptuoso que assemelhava-se a uma estátua posta bem no topo de sua cabeça.

— Está um dia adorável, hoje, não está? — Gaby comentou, assim que a porta da carruagem foi fechada pelo lado de fora. — Passei a noite com medo de que uma chuva estragasse nossa viagem, mas felizmente pegamos uma manhã muito ensolarada para partir!

Marga ficou quieta, olhando para fora da janela, com os olhos focados num arbusto por cortar, mas com a mente longe dali. Sienna, sentada do outro lado do banco, observou seu rosto com cuidado, esperando por uma resposta dela. Uma curiosidade desagradável surgiu em seus olhos.

— Sim, o dia está lindo — a ruiva murmurou, com o olhar mantido sobre os olhos perdidos de Margareth.

— Se Anastácia estivesse conosco, ela não pararia nem por um segundo de falar sobre como o sol está amarelo feito seus fios de cabelo. Ela gosta tanto da cor de seus cabelos... — A dama riu. — Mas, de fato, está muito amarelo.

— O que?

— O sol, Sienna. Não está amarelo?

— Oh, sim — a princesa suspirou. — O sol está sempre amarelo, Gabrielle. Esta é a cor do sol.

— Às vezes, está cinza.

— Isso são quando as nuvens o cercam. Mas é sempre amarelo.

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