05: o fruto

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Anos atrás, o céu que revelava-se naquela manhã era de um glorioso e límpido azul

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Anos atrás, o céu que revelava-se naquela manhã era de um glorioso e límpido azul. Naquela época, o Reino Gálago ainda estava em paz, e o canto dos pássaros não assemelhava-se aos desesperados pedidos de ajuda de camponeses em apuros. Até aquele importante momento, a sociedade de Irbena era apenas uma sociedade qualquer.

Ander e Rosa, entretanto, pressentiam o infeliz futuro que residiria sobre o país, pois, na madrugada passada, ao casal foi entregue o maior presente que poderiam receber. Um presente que, por algum motivo, trazia-lhes a certeza de que a realidade aguardada por aquele reino ultrapassava a longitude de seus pensamentos.

A mulher fitava o bebê em suas mãos com um olhar cercado de ternura, e podia jurar que a criança devolvia tal olhar. Descansava sobre o único assento da sala de sua casa, enquanto seu marido, agachado no chão, limpava o facão que, há pouco, usara na caça do dia. Rosa odiava a indelicadeza do marido quando a mesma tratava-se de assuntos tão delicados como rasgar o pescoço de uma ave, e todos os dias, Ander focava em piorar ainda mais a sua insensibilidade, apenas para afugentar a calma da mulher. Naquela manhã, porém, ela não importava-se com o sangue que infestava a água do balde à sua frente, pois estava focada demais em sua pequenina para concentrar-se no mundo afora.

A serenidade, há poucos segundos expressa em seu olhar, desapareceu na mesma intensidade a qual caía a avalanche de pensamentos que assolavam a sua mente, naquele dia. Agora que aquela menina, que Margareth, estava em sua vida, eles precisavam esquecer-se de todos os conceitos emocionais os quais foram, há tanto tempo, atrelados, e utilizar-se da razão para decidir o futuro daquela criança.

O marido pareceu notar a inquietação da mulher há passos de distância e, em poucos segundos, largou sua faca ensanguentada e subiu o olhar para Rosa. Dali, ela podia enxergar sua barba ralada e seus músculos recém-crescidos, e notou o quão homem ele já estava. Quanto tempo havia se passado desde que se conheceram, em plena infância? A conexão entre os dois fora instantânea, e em questão de minutos de conversa, eles souberam que o futuro guardava-lhes em um casamento.

Após tão grandiosa conexão, que perdurou por todos aqueles anos, ela encontrou-se, ali, no primeiro momento em que não fazia ideia de o que se passava na mente do marido. Mas preferiu acreditar, talvez por puro egoísmo, que o que vinha guardando há semanas para lhe dizer também era algo que pairava sobre os pensamentos do mesmo:

— O brilho nos olhinhos dessa criança me fez perceber que... — A mulher deu uma pequena pausa em sua fala para fitar o marido com cautela. — Não podemos continuar aqui. Precisa aceita a proposta. Precisamos ir para Kaena. Juntos. Eu, você e ela.

 Eu, você e ela

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Feliz natal atrasado! ♡

Peço desculpas pelo atraso na postagem do capítulo e sei que esse aqui tá bem curtinho e é uma quebra na linha do tempo da história, mas, tendo noção disso, peço que fiquem atentos nos próximos dias, porque pode ser que rolem capítulos surpresa por aí, como um pedido de desculpa. ♡♡♡

Até a próxima, eu amo vocês. Espero que estejam tendo boas festas. :)

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